O meu pensamento, as minhas palavras neste blog, podem dar a sensação de que tenho elevado grau de apetência pela política e pela economia, em geral. Nada mais longe da realidade, porém. O meu interesse por ambos assuntos, é norteado por algo, que não tem a ver com o «gosto», mas com a «necessidade». Por outro lado, procuro não interferir, neste campo, com os outros: Não desejo persuadi-los, nem convencê-los, nem tão-pouco opinar sobre suas opções políticas. Que estúpido seria eu, de me colocar como mentor político - ou «anti-político» - dos outros! Dito isto, considero ter razões para acompanhar a política e a economia; essas razões não são difíceis de perceber. Explico-me:
- Se te cai em cima algo imprevisível - algo que não poderias imaginar, ou cuja probabilidade era ínfima - não tenho dúvidas de que tiveste pouca sorte. Mereces a minha simpatia, porque dessa desgraça, pouco ou nada podias antever.
- Mas, se o que te cai em cima da cabeça é consequência de uma cadeia de acontecimentos previsíveis, rastreáveis? Estavas completamente distraído, estavas indiferente, julgavas que não te podia acontecer nada, que as coisas más só ocorrem aos outros... Não digo que merecesses o mal, mas que foste imprevidente, foste leviano/a, não soubeste prevenir-te. Tanto a tua pessoa, como a tua família ficaram carenciadas da segurança essencial, também no plano material, para que a vida não seja um rol de desgraças.
É somente - ao fim e ao cabo - a motivação da auto-proteção (e da minha família) que me impele a interessar-me pela política e pela economia.
Se ninguém é apolítico - e isto é uma verdade insofismável - reduzir tudo à política, é como reduzir a visão do Mundo a «preto e branco». Mesmo que se incluam todos os tons de cinzento, a visão do Mundo fica, ainda assim, drasticamente diminuída. Algo essencial - as cores - não é captado.
Nas minhas finanças pessoais, sigo alguns princípios. Se não se deve fazer do «amor ao dinheiro» o objetivo central da vida - pois isso equivaleria a nos tornarmos escravos do dinheiro - também devemos perceber que é razoável gerir nosso património com prudência, da forma adequada para maximizar a segurança de nós próprios e de nossa família e de minimizar a probabilidade de cairmos numa situação penosa, como ficar em dívida, na dependência em relação aos outros, sejam estes particulares, instituições, ou o Estado. Não jogar nunca no «casino»!
Tenho uma atitude geral semelhante em relação à saúde. Prevenção é melhor que remédio. Isto significa que evito fragilizar o meu ser biológico por comportamentos inadequados. Eu sei que o meu corpo é bastante frágil. Não vou torná-lo ainda mais frágil. Proponho - não imponho - o mesmo padrão de prevenção aos outros, à família, em particular. Não sou dos que tem uma relação narcísica ao corpo, mas também não sou dos que vêem o corpo só como «coisa onde a alma habita». Não; o meu ser é corpo e espírito, unidos. Quando morrer separam-se.
Se nós todos temos medo de morrer, se isso está ancorado profundamente no nosso inconsciente, por que razão há tantas pessoas que agem de modo suicidário? Neste texto, não irei desenvolver a questão. Basta-me dizer que não podemos viver plenamente, sem amar os outros (amor e altruísmo são a mesma coisa, no meu vocabulário) e que para amarmos os outros, temos de nos amar a nós próprios. Basta pensar nas enormes angústias, que dá aos familiares e amigos, aquele que não cuida da sua vida, que a destroí, que esbanja e dissipa tudo, que está sempre metido em complicações. Essa pessoa, não apenas é infeliz, mas está a impossibilitar, ou dificultar, que outras sejam felizes. A responsabilidade por nós próprios, pelo modo como conduzimos a nossa vida, é uma questão de ética, além de ser uma atitude natural e inteligente.
Se eu desejasse o poder, saberia como me insinuar em determinados círculos, como representar meu papel para ser aceite pelos outros, para ter uma carreira política. Para mim, teria sido muito fácil, se eu tivesse desejado isso. Mas, qualquer coisa me impeliu a não entrar em jogos de poder: Compreendi que tal não era para mim. Não por falta de compreensão, ou falta de capacidade em representar no teatro político. O espetáculo tinha algo de repelente, não via nele qualquer elevação. Com efeito, subir a escada para, do alto desta, mandar nos outros, subjugá-los, iludi-los? Para negar pelas ações, as minhas promessas e declarações de fé? Isso pareceu-me algo tão abjeto, apenas sociopatas conseguiriam desempenhar-se bem nesse papel. Pois via que aqueles outros, motivados por sentimentos nobres, eram instrumentalizados pelos cínicos, pelos sociopatas.
O sistema político real é homólogo à versão mais simplista, distorcida, ideologizada do darwinismo social. Pelo contrário, o darwinismo de Darwin, dá muita ênfase à cooperação dentro da mesma espécie. Por exemplo, na mesma espécie há uma competição mitigada, ou seja, existem mecanismos pelos quais o vencedor fica inibido de liquidar o vencido, o que tem um coeficiente positivo de sobrevivência para o grupo e para a população. Não culpemos Darwin, nem os cientistas honestos, da monstruosidade que construíram os apologistas do «neo-liberalismo», ou capitalismo desabrido e impiedoso, escondendo-se por detrás do nome do prestigiado cientista!
Eu tenho uma paixão - que dura a vida inteira - pela biologia, em particular, pelos mecanismos da evolução biológica, mas isso não significa que vá transpor as realidades de um plano, para outro. Vejo, com preocupação, que a biologização do discurso, é uma atualização da deturpação e travestimento do pensamento de Darwin. Isso ocorreu desde os finais do século XIX, até hoje. Quando veem à baila expressões, como «seleção natural», ou «está no seu ADN», estas não têm qualquer valor genuíno. São expressões de ignorantes, que tentam convencer outros ignorantes. Usam termos sem critério, nem adequação. Os cientistas verdadeiros não são compreendidos nesta sociedade; não são sequer escutados, no meio da algazarra mediática que nos cerca, como na crise do COVID.
A política é sempre totalitária, na sua essência. Isto significa que os políticos se apropriam da totalidade dos domínios da vida: Apropriam-se dos vários ramos da ciência; de tudo o que é produtivo, na sociedade; das nossas mentes, das nossas vontades. O meu repúdio da política tem a ver com isso. Não é devido a indiferença em relação ao que se passa na sociedade; não se pode confundir com egoísmo disfarçado.
Revolta-me que o povo, em geral, seja despojado do direito natural de «gerir a polis», o significado etimológico de política. Como é que os políticos fazem isto? Eu tento compreender como é que as pessoas se tornam «servas voluntárias», como é que aceitam ser remetidas a uma situação de irresponsabilidade, de infantilização. Compreender estes fenómenos, é do domínio da psicologia social. Mas, de facto, todos deveríamos nos debruçar sobre o assunto. Acredito que as pessoas que me lêem, se preocupam com isso.
Parafraseando Orwell:
« Não há nada mais revolucionário que a verdade.»
«Alegoria da Verdade» por Edouard Debat-Ponsan.
Ele ofereceu este quadro a Emile Zola, em apoio ao seu combate em defesa de Dreyfus.
Se a verdade é revolucionária, não devemos esperar que o poder deixe as pessoas comuns ouvir a voz corajosa e lúcida de George Galloway e muitos outros. Veja e oiça:
ResponderEliminarhttps://www.youtube.com/watch?v=ChrSGp8XNx8
Consultar ALEGORIAS DA VERDADE :
ResponderEliminarhttps://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2019/02/alegorias-da-verdade.html
Uma verdade que Caitlin Johnstone tem o mérito de nos lembrar. Se o «Ocidente» se «borrifa» na legalidade internacional - vejam-se as invasões ilegais do Iraque ou da Síria, o cortejo de sanções ilegais, a que sujeitam metade do Mundo- com que direito clama por essa legalidade, para classificar a invasão russa de ilegal? Eles destruíram sistematicamente essa legalidade desde há muitos anos atrás... Leia: https://caitlinjohnstone.com/2022/03/17/international-law-is-a-meaningless-concept-when-it-only-applies-to-us-enemies/
ResponderEliminarOs militaristas «têm tão poucos argumentos, que têm de parar, calar quaisquer laivos de verdade» Veja:
ResponderEliminarhttps://www.youtube.com/watch?v=JaEUxJ5WEbE
Gonzalo Lira, em Karkhov, Ucrânia desmonta a propaganda e mostra como têm tentato fazer uma lavagem à cabeça aos ocidentais.
ResponderEliminarA não perder:
https://www.youtube.com/watch?v=PMbsPHQaoQ4
Russel Brand revela que os membros do congresso beneficiaram pessoalmente comprondo ações de de empresas de energia e de armamento, na fase imediatamente anterior ao lançamento das sanções contra a Rússia, pelo governo dos EUA.
ResponderEliminarhttps://www.youtube.com/watch?v=KsI0zshzFnI
Definição de fascismo: No confusionismo reinante, vale a pena conferir a definição de Dimitrov (dirigente da IIIª Internacional):
ResponderEliminarhttp://thesaker.is/defining-fascism-dimitrov-versus-eco/
https://www.youtube.com/watch?v=7WRmEUVFKUM
ResponderEliminarAs pessoas estão na ilusão que a media ocidental é livre, no entanto, vejam: https://www.youtube.com/watch?v=7WRmEUVFKUM
As pessoas simplesmente negam-se a tomar conhecimento de verdades incómodas. Philip Giraldi é um ex-funconário da CIA: https://www.unz.com/pgiraldi/getting-away-with-murder/
ResponderEliminarUma série de vacinas nasais contra o COVID, sobretudo desenvolvidas pela Tailândia e Índia, parecem ser mais eficazes e não ter os problemas das vacinas da Pfizer ou Moderna. Mas os países ricos, como os EUA, não têm interesse em desenvolvê-las:
ResponderEliminarhttps://www.nakedcapitalism.com/2022/03/a-round-up-of-anti-covid-nasal-spray-vaccine-treatment-research.html