Ela foi adoptada por nós, há dois anos e meio, mas parece que já passaram séculos. Tanto se modificou a nossa rotina, como se fosse uma criança que nós tivéssemos de cuidar. É o mais novo membro da família. Ela assim se considera e tem razão.
Tem uma pelagem parecida com os lobos, foi isso que me levou a decidir-me a adoptá-la. A minha companheira gostou dos seus olhos inteligentes e expressivos: grandes olhos penetrantes de tom âmbar.
Há cerca de um ano e meio, foi atropelada. Ficou com um osso da coxa deslocado. Foi operada e recuperou. Ela recuperou para além das nossas esperanças. Fiquei espantado com a rapidez com que se readaptou apesar do fémur ter ficado mais curto e de já não estar encaixado na bacia. A veterinária (muito competente) explicou-me que, na realidade, os músculos se adaptavam para compensar e fornecer o suporte para todos os movimentos. Agora, como dantes, ela corre como uma campeã, aparentemente sem se cansar.
Ela é bastante brincalhona. Se encontra outro da sua espécie, desafia-o para a brincadeira. A «apanhada» é sua brincadeira preferida: ela corre e espera que o cão vá atrás dela; depois, faz mudanças bruscas de direcção e consegue - quase sempre - escapar-lhe.
Nos bosques onde vamos caminhar, de vez em quando, ela dá saltos de gazela por cima dos tufos de ervas e de fetos, correndo e pulando em todas as direcções em torno do caminho. Se o trajecto é de 5 quilómetros, ela percorre pelo menos quinze.
Adora brinquedos naturais: pinhas, ramos, pedrinhas, etc.
Os únicos brinquedos não-naturais que ela adora são as bolas, especialmente as de ténis, com o tamanho adequado para a sua boca. Quase todos os dias a treinamos no «jogo da bola canina»:
- Usamos duas bolas de ténis ou outras, com tamanho parecido. Atiramos à distância uma das bolas e só lançamos a outra quando ela nos traz a primeira. Ela corre e apanha a bola no ar, muitas vezes, com quase total precisão. Nunca desiste de ir procurar a bola, mesmo em recantos de difícil acesso. Ela considera-se vencedora, se consegue apanhar a bola que íamos lançar, enquanto ainda segura a outra bola. Assim que se vê com as duas bolas, foge para debaixo de árvores (tuias), que estão ao longo do gradeamento. Depois, temos de negociar a entrega das bolas, contra pedaços de guloseimas às quais ela não resiste.
Quando o sol se põe, recolhe ao seu «aposento» (a garagem que temos usado essencialmente como local de secagem da roupa e armazém). A minha companheira dá-lhe um «stick dental», que ela come antes de se deitar na «toca», uma casota pequena e comprida.
De manhã, faz o primeiro passeio do dia. O segundo é de tarde, após a refeição. Muitas vezes, levo-a para sítios longe de casa, no campo, em bosques ou florestas, sítios suficientemente ermos, onde possa retirar-lhe a trela, sem risco que ela incomode outras pessoas. Ela não faz mal, mas assusta, porque é muito curiosa e quer cheirar as pessoas. Estas não percebem, às vezes, e pensam que ela as vai atacar. Tenho de ter muito cuidado com ela para evitar situações desagradáveis.
A sua dedicação aos donos (minha companheira e eu próprio), é total. Nós não a apaparicamos, mas também não usamos de violência com ela. Quando estamos fora, mesmo que seja umas poucas horas, ela fica de guarda ao portão da casa, ladrando e mostrando o dente a qualquer estranho que se aproxime. Quando nós voltamos, ela ladra e pula de alegria; dá à roda a cauda, parece «um moinho»!
Bem divertida. E chama-se.......
ResponderEliminarO nome dela significa «irmã» em língua coreana
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