O contrário do amor não é o ódio, apesar de ser isto que as pessoas geralmente respondem, se lhes perguntarmos qual o oposto semântico de amor.
O oposto do amor é a indiferença.
Embora pareça estranho que não seja o ódio ou o desamor, de facto, não é: ódio e desamor são, muitas vezes, consequência de um desespero de amor, de um amor não correspondido, ou de alguém se sentir despeitado/a.
Embora pareça estranho que não seja o ódio ou o desamor, de facto, não é: ódio e desamor são, muitas vezes, consequência de um desespero de amor, de um amor não correspondido, ou de alguém se sentir despeitado/a.
Ora, a nossa sociedade contemporânea tem muito ódio escondido, muito desamor reprimido, porém muito pouca manifestação genuína de amor, em todos os sentidos da palavra.
Parece que a civilização do consumo e da mercadoria recalca (ou extirpa?) aquilo há de mais humano no ser humano, a empatia e a compaixão.
Falta empatia e assim coexistem bairros de lata ao lado de condomínios de luxo. Falta empatia e as pessoas passam por pedintes ou sem abrigo, nas ruas mais comerciais de capitais dos países afluentes com total indiferença, sem verem, sem notarem. Falta empatia; porém, as pessoas «emocionam-se» com algo que vêem nos pequenos ecrãs e até se «mobilizam», solidárias com causas distantes, a muitas centenas ou milhares de quilómetros.
A questão importante e prévia, é saber:
- Será inevitável esta mudança comportamental individual e colectiva, correlacionada com a progressão (que não progresso) da civilização tecnológica, que satura os indivíduos com bens materiais, enquanto os esvazia de empatia autêntica, de densidade humana, de espiritualidade?
- Ou será possível reverter isso?
Na hipótese de que será possível essa reversão, como é que se pode conceber que tal aconteça? Quais os aspectos fundamentais, que a tornarão possível?
Não sei, mas no caso de haver saída disto tudo, ela terá que ser não compatível com os valores desta sociedade, portanto em ruptura com os mesmos. Que esta ruptura seja brusca ou suave, não posso adivinhá-lo.
Mas, aquilo que sei, é que este estado de coisas piora a humanidade em todos os aspectos, desde a dignidade das pessoas (individualmente tomadas), até ao próprio sentido da vida (na sua dimensão global e social).
E a indiferença, então? Sim, o contrário do amor, que fazer dela, no meio disto tudo?
- Creio que, na verdade, as pessoas mascaram de indiferença, fingem não ver, aquilo que lhes causa medo, pavor: o facto de se ver um sem-abrigo causa pavor, na medida em que - lá no fundo - se teme que isso nos possa acontecer. Uma tal eventualidade é vista como o atingir da degradação última.
A indiferença é então sinónimo de medo, de intimidação, de estar em «denegação», até mesmo, duma forma atenuada de esquizofrenia.
A «arma» que o amor pode usar, é mostrar que não há que ter medo, que podemos abordar as questões por outro ângulo, aquele que - justamente - a media corporativa e todos os pregadores de moral se esforçam por não nos mostrar.
Este ângulo é o seguinte: tudo tem uma ou várias causas, tudo tem a sua origem. Sabendo-se qual ou quais as causas, temos meio-caminho andado para as extirpar. O outro meio-caminho, será o procurar meios adequados para esse fim.
Todas as pessoas que sofrem e têm medo, no fundo, anseiam libertar-se desses males.
A sua libertação passa por uma auto-educação, pelo seu apoderamento, mas tal só é viabilizado se estiverem construindo, em simultâneo, novas formas de estar e de conviver.
Os novos valores, ou a reafirmação e plena compreensão de valores ancestrais, terão de emergir, na negação dialéctica dos quadros mentais que nos foram impostos.
E a indiferença, então? Sim, o contrário do amor, que fazer dela, no meio disto tudo?
- Creio que, na verdade, as pessoas mascaram de indiferença, fingem não ver, aquilo que lhes causa medo, pavor: o facto de se ver um sem-abrigo causa pavor, na medida em que - lá no fundo - se teme que isso nos possa acontecer. Uma tal eventualidade é vista como o atingir da degradação última.
A indiferença é então sinónimo de medo, de intimidação, de estar em «denegação», até mesmo, duma forma atenuada de esquizofrenia.
A «arma» que o amor pode usar, é mostrar que não há que ter medo, que podemos abordar as questões por outro ângulo, aquele que - justamente - a media corporativa e todos os pregadores de moral se esforçam por não nos mostrar.
Este ângulo é o seguinte: tudo tem uma ou várias causas, tudo tem a sua origem. Sabendo-se qual ou quais as causas, temos meio-caminho andado para as extirpar. O outro meio-caminho, será o procurar meios adequados para esse fim.
Todas as pessoas que sofrem e têm medo, no fundo, anseiam libertar-se desses males.
A sua libertação passa por uma auto-educação, pelo seu apoderamento, mas tal só é viabilizado se estiverem construindo, em simultâneo, novas formas de estar e de conviver.
Os novos valores, ou a reafirmação e plena compreensão de valores ancestrais, terão de emergir, na negação dialéctica dos quadros mentais que nos foram impostos.
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