Clemenceau dizia (ou é-lhe atribuído) que «os assuntos da defesa são demasiado sérios para serem deixados nas mãos dos militares».
A constante choramingueira sobre os mauzões que são os eurocratas, quando se está a beneficiar directamente do sistema instituído, por exemplo, ao nível do Parlamento Europeu, torna a «esquerda» portuguesa particularmente pouco credível.
Querem uma participação na UE, «ma non troppo»... enfim!
Com seu anti-militarismo e pacifismo de fachada, apenas, mas não querendo que os seus próprios adeptos e simpatizantes percebam o papel que os eleitos dos partidos de «esquerda» desempenham no sistema institucional bruxelense, só lhes resta fazerem - eles próprios - o black-out de notícias.
Nada mais fácil! Não se fala disso, não se coloca ninguém a falar no parlamento ou fora dele, não se enche nenhuma tribuna de opinião, nenhuma coluna de jornal partidário, com tal assunto!
Foi assinado o protocolo de criação da PESCO em Bruxelas, no passado dia 13 de Novembro.
A PESCO é um importante passo, dado por 23 países, para forças armadas integradas europeias, em complementaridade, mas fora do controlo da NATO.
Não aderiram a este pacto a Grã-Bretanha, Dinamarca, Malta e Portugal.
Os países mais furiosamente pró-americanos e pró NATO, na UE são, além da Grã-Bretanha que está em vias de sair, Portugal e a Dinamarca.
A Dinamarca tem detido o lugar de secretário-geral da NATO, posto que não é meramente honorífico e que implica que os senhores do Império confiam plenamente nestes vassalos.
Quanto a Portugal, é um caso de mera venalidade da sua «classe» política, a qual se tem contentado com as «migalhas» que lhe são atiradas (não ao povo português), pelos que comandam ao nível supremo (acordo da Base das Lages, nos Açores), ou pelos seus mandatários em Bruxelas (a «Comissão Europeia» é um conjunto de burocratas não eleitos, inteiramente fiéis aos grandes grupos económicos europeus e transatlânticos).
A PESCO tem como objectivo reduzir os diferentes sistemas e equipamentos militares presentes ao nível regional. Também está vocacionada para fornecer treinos conjuntos aos quadros militares.
A criação de capacidades de coordenação próprias irá permitir que os exércitos europeus levem a cabo operações de forma autónoma, ou em coordenação com a NATO. Esta, formalmente, apoia o projeto, pois vê aí um meio de reforçar as capacidades dos exércitos europeus, parte integrante da Aliança Atlântica.
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