PÁGINAS SOBRE MÚSICA

sábado, 19 de novembro de 2016

CIBERGUERRA: QUEM A FAZ E QUEM A SOFRE


Nas sociedades ditas «avançadas», o sistema produtivo está muito dependente de redes digitais para o seu funcionamento quotidiano. 
Estas redes, embora possuam mecanismos próprios de defesa contra intrusos, não são à prova de «hackers», que - mediante instrumentos digitais específicos - conseguem tornear ou descriptar muitas das «paredes anti-roubo» ou «firewalls» presentes nos sistemas informáticos de grandes bancos, agências de segurança e espionagem, doutras instâncias do governo ou de grandes corporações. 
Quaisquer que sejam os objectivos, quer seja roubo de dinheiro eletrónico, espionagem, ou revelar segredos, estes sistemas informáticos são o alvo preferido para a ciberguerra. 
Os anúncios de  iminentes ataques por parte de países como a China, a Rússia, a Coreia do Norte, etc, não nos devem porém impressionar, senão como mais uma arma de propaganda dos «nossos» governos para nos aterrorizar. 
Quando lançam estas campanhas de alarmismo, para espalhar o medo, estão provavelmente a preparar -eles próprios - algum ataque de falsa bandeira, ou seja, algo feito pelos seus próprios serviços e atribuído a um inimigo, que estaria por detrás de tal atentado. 
Porém, os peritos em redes de informática sabem que detetar a origem de um ataque informático é tarefa extremamente difícil, pois os que levam a cabo tais ataques sabem proteger-se, «ressaltando» de servidor em servidor através de todo o mundo: Aliás, é assim que a www (world wide web) é constituída, não o esqueçamos. 
Quando nos dizem que tal ou tal ataque foi perpetrado por «hackers» russos ou chineses, etc., apenas horas ou mesmo minutos depois de terem sido constatados, a nossa reação deve ser de incredulidade pois, de facto, não há maneira de se saber, em espaço de tempo tão curto, onde determinado ataque teve origem. Não se consegue quase nunca traçar o seu rasto e muito menos descobrir ao certo quem encomendou tal ataque. 
Desde há uma década - mais ou menos - tem havido um crescente número de ataques informáticos, os quais são invariavelmente atribuídos aos «maus» (Al Quaida, Norte Coreanos, Iranianos, etc, etc). 
Porém, é evidente que nada está mais longe do escrutínio da cidadania comum do que a inspeção das redes informáticas e das suas seguranças, pelo que não se podem nunca esperar provas das afirmações dos agentes governamentais: eis um conveniente meio de chantagem e difusão de paranoias, de psicose coletiva, que prepara o terreno para guerra «a quente»!
Sabe-se que a produção de «virus informáticos», de «cavalos de Troia» etc., é uma indústria lucrativa, na precisa medida em que permite a pequenas e grandes empresas informáticas vender seus kits anti-virus às dezenas de milhões pelo mundo fora, ou de os agregar ao seu software. 
Não admira que alguns criminosos, peritos em Internet, usem para seus próprios fins tais possibilidades, havendo nas grandes organizações uma segurança reforçada nas contas bancárias dos seus clientes, constantemente sob ameaça de piratagem, com o objetivo de sugar milhões dos seus clientes. 
Um caso recente, foi o do banco TESCO (o banco que apoia a maior cadeia de supermercados britânica): envolveu muitos milhares de clientes, sendo retiradas somas pequenas de cada conta à ordem, simultaneamente. O banco em causa tranquilizou os clientes de que estes roubos estariam cobertos. 
Porém, tais piratagens ocorrem muitas vezes sem se saber nada, sem que transpareçam as notícias para a média. Penso que muitas perdas não declaradas dos bancos e outras instituições são devidas a estas piratagens, mas que preferem guardar silêncio a ver o seu prestígio afetado e causarem uma fuga dos seus depositantes amedrontados. 
A razão principal destas fragilidades nas redes informáticas decorre duma exigência concreta do governo dos EUA, para viabilizar a tarefa da NSA e das restantes instituições de vigilância em massa. Como bem demonstrou Snowden, essas agências exigem aos fornecedores de internet e aos construtores de hardware que deixem uma «porta das trazeiras» nos sistemas operativos e nos aparelhos (computadores, telefones, etc) dos seus utilizadores. Assim, poderão espiar toda a gente, armazenando os dados em bruto. 
Estes processos que ocorrem realmente neste Reino do Big Brother foram denunciados por Edward Snowden, Julius Assange e muitos outros. Ninguém, hoje em dia, contesta a sua realidade e gravidade. 
Apenas quero fazer notar que os prejuízos globais - não apenas morais, como materiais - que a sociedade tem de arcar são enormes, pois o custo de prevenir e remediar estes ataques informáticos são pesados, seja qual for a origem deles. 
Mas estes ataques são possíveis, ou mais fáceis, porque as empresas de software, as fornecedoras de internet e as construtoras de equipamento informático  são obrigadas a manter essas tais «portas das trazeiras». Não apenas servem elas para intrusão dos serviços da NSA, mas igualmente às potências estrangeiras, aos grupos terroristas e aos ladrões informáticos. 
Assim, a ciberguerra está a vigorar em pleno. Não há declaração de guerra formal, como aliás não houve em qualquer guerra do século XXI. 
A potência agressora pode manter a sua cobertura, no caso destas formas de guerra, espúrias e ocultas, que se conjugam com a guerra de informação, a guerra económica e a guerra de propaganda. 
- As guerras de propaganda travam-se no terreno dos media e são cada vez mais dependentes da Internet. 
- As guerras económicas, com sanções e bloqueios, que são - em si mesmas - formas de guerra, podem causar muitas  centenas de milhares de vítimas, as quais são inocentes civis, de forma tão eficaz como a guerra «a quente». Nesse caso, os agressores costumam usar falsas justificações, recorrendo à retórica dos direitos humanos e pintando o perigo onde ele não existe. 
- A guerra informática ou ciberguerra é uma outra forma de guerra assimétrica, tal como são as guerras económica e de propaganda. Ela permite aterrorizar a cidadania com ataques de falsa bandeira, pois as origens dos ataques sendo impossíveis de verificar,  é apenas por uma «fé» na palavra do governo que as pessoas acreditam nas narrativas oficiais. 
Enfim, a ciberguerra tem como alvo principal a população, refém dos governos, predadores e não protetores dos direitos e das vidas dos seus próprios cidadãos.

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