Como eu estava consciente desde há vários meses, que a vitória de Trump seria inevitável (*), caso não houvesse uma e
descarada manipulação dos votos eletrónicos por parte do establishment pró-Hillary,
não me espantei com a vitória do Donald.
Mas fiquei bastante entristecido por
verificar a «cegueira voluntária» de pessoas, geralmente de esquerda, ou mesmo
da esquerda radical, que pintaram esse acontecimento como sendo o «fim do mundo» quando, na verdade, apenas é uma derrota de uma fação da oligarquia, que aceitou
que a outra fação, mais capaz de mobilizar a «turba», os eleitores-carneiros,
fosse render a guarda, para garantir a perenidade do reino do grande capital.
Estranho a cegueira seletiva das pessoas, que logo esqueceram os crimes de
guerra, crimes contra a humanidade, perpetrados pela administração Obama,
sobretudo quando a Hillary foi secretária de Estado: como é possível terem
esquecido isso, sobretudo os europeus?
- A única resposta que encontro é que são
realmente muito manipulados por uma média sem escrúpulos, que consegue
perversamente «vender» seja o que for, desde que isso seja, ao fim e ao cabo, a
«narrativa» de que os seus patrões precisam para continuar o seu jogo mortífero
e lucrativo.
Mas eu não os inocento, pois se eles – os que se dizem de
esquerda, os anticapitalistas, antifascistas, etc. – tivessem um mínimo de
coerência, perceberiam desde o princípio da administração de Obama, que
estávamos perante o «reino do Big Brother», onde guerra é paz, onde liberdade é
escravidão, etc…
Perante esta falência, não apenas
intelectual como também moral, eu penso que as pessoas de esquerda sinceras,
deveriam fazer uma grande autocrítica e compreender como têm sido
instrumentalizadas pelos sequiosos de poder a qualquer preço.
Com efeito, as
Hillarys e os Obamas, mas também os seus «ídolos» locais, fazem sempre o mesmo
jogo: dizer às massas aquilo que elas querem ouvir, para depois de eleitas
fazerem aquilo que é o seu verdadeiro e único programa: servir a oligarquia para
assegurar os fundos para a reeleição!
QUANTO AO IMEDIATO PÓS-ELEIÇÕES: Toda a indignação de uns, que se
aproveitam da confusão para fazer motins – atiçados pelos zelotas da média
corporativa – a que assistimos no presente, nestes dias que sucederam ao
histórico 8 de Novembro, para que serve isso?
- Permite reforçar a convicção de que as eleições, de que este processo é realmente a coluna vertebral da
democracia. Como dizia uma manifestante anti-Trump: «tem de haver mortos», ou
seja, esta situação merece que haja violência extrema, guerra civil.
É assim que a oligarquia vai aproveitando
a divisão entre o povo «miúdo», enquanto eles já se posicionaram há muito para
as mudanças que vão chegar.
A vitória de Trump não será nunca uma vitória do povo
miúdo, indignado pelas elites que lhes roubaram tudo, desde a crise de 2008, da
qual elas – as elites – são claramente culpadas!
A ascensão de Trump, vai permitir
que essa mesma elite deixe cair a encenação que mantinha dos mercados a «pairar»
na estratosfera. Como prova disso, apenas uma série de indicações:
- Primeiro, não houve nenhum «Armagedão» nos mercados, face à vitória
do candidato republicano
- Segundo, houve uma deslocação estratégica
do capital para o que serão os setores da indústria mais favorecidos pelas
medidas económicas anunciadas no programa do Trump. O facto é que o índice «Dow
Jones», sofreu apenas uma breve quebra, seguida de recuperação espetacular:
explica-se o fenómeno por ser uma redistribuição do capital, não uma retirada.
- Terceiro, a subida de taxas de juro, programada para Dezembro, irá desencadear uma quebra brutal nos mercados, pois a economia não está em recuperação, mas sim em depressão.
A narrativa de uma economia em «ligeira recuperação» já se tornara
insustentável.
Agora, com a programada subida das taxas de juro, ela vai agravar-se
e vão atribuir isso ao Trump, claro.
Tanto pior para as pessoas da classe média, que pensavam que podiam «jogar» com os mercados,
mas que -na realidade - vão ser jogados «debaixo do camião»!
Tudo o que eu sei sobre a atualidade da economia
e finanças, de política internacional, etc. decorre de uma leitura atenta a
sites, vídeos e blogs. Simplesmente, eles não são homogéneos, são fontes
geralmente credíveis, mas com perspetivas contrastantes, que me permitem ler
várias versões, ponderando sobre cada uma delas: fujo ao «pensamento único» e mesmo ao chamado
«alternativo». Que estes veículos de informação apresentem as suas versões dos
factos, claro, é inevitável, mas não ocultam montanhas de factos importantes,
não seguem aquilo que a grande média ao serviço da oligarquia globalista diz
sobre determinadas coisas.
Tenho feito desde há uns anos este
exercício, tanto por curiosidade como para ficar alertado, com alguma
antecedência e com um certo rigor, sobre coisas importantes, que apenas chegam
à superfície (quando chegam) muitos dias ou meses depois…
Sigo o método científico: emito uma
hipótese explicativa do fenómeno e vou seguindo os desenvolvimentos: se eles
reforçam a hipótese, eu irei ter maior confiança na minha hipótese, mas nunca
100%; serei sempre o maior crítico de meu próprio pensamento.
(*) The bottom line is, Trump is on the way to the White House because the elites WANT HIM THERE. Now, many liberty proponents, currently in a state of elation, will either ignore or dismiss the primary reason why I was able to predict the Brexit and a Trump win. These will probably be some of the same people that were arguing with me only weeks ago that the elites would NEVER allow Trump in office.
So, to clarify:
Trump may or may not be aware that he and his conservative followers have been positioned into a a trap. We will have to wait and see how he behaves in office (and he WILL be in office, despite the claims of some that the elites will try to “stop him” before January). My primary point is THAT IT DOES NOT MATTER, at least not at this stage. The elites will initiate a final collapse of the global economy under Trump’s watch (this will probably escalate over the course of the next six months), and they WILL blame him and conservatives in general. This IS going to happen. The elites play the long game, and so must we.
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