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terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

[SKWEALTHACADEMY] A MAIOR TEORIA DA CONSPIRAÇÃO JAMAIS PRODUZIDA?

A MAIOR TEORIA DA CONSPIRAÇÃO JAMAIS PRODUZIDA? 
(com algumas pistas sobre os actuais «lockdowns»)
Tradução de parte de um artigo de SKWEALTHACADEMY (ler em inglês, na íntegra, na hiperligação): 
                

[...] 

Vamos agora discutir a mais incrível execução dos confinamentos (lockdowns) que irá fazer ferver mesmo os mais ávidos fãs de teorias de conspiração. E, embora seja pura especulação (extraída porém de factos históricos), não ficaria surpreendido que - no futuro, em 2050 - viéssemos a reconhecer que minha teoria especulativa estava correcta. A dicotomia entre o Ocidente (os EUA, Reino Unido e Austrália também), e a China foi sempre uma completa fabricação para nos distrair da realidade. O mesmo ditado estafado «Dividir para Reinar» permanece tão válido hoje em dia, porque na realidade, muito poucos de nós sabem a História real das nações, tal como ela é (não como nos ensinam nas escolas e universidades).

A realidade é que muitos ocidentais estiveram sempre conspirando com a China para levar a cabo objectivos realmente globais. Os promotores da Nova Ordem Mundial, como o WEF (Fórum Económico Mundial) e os que planeiam as políticas que orientam as economias globais em Davos na Suíça, todos os anos, foram sempre uma mistura de ocidentais e de orientais, então a crença de uma dicotomia nos objectivos financeiros/económicos que residissem nos extremos opostos do espectro ideológico é uma crença reservada em larga medida para os não analistas, os não-intelectuais deste mundo.

Por exemplo, considere a foto abaixo de Sidney Rittenberg, um cidadão americano que ascendeu a uma posição influente no interior do partido comunista chinês na época de Mao Tse Tung. Como melhor argumento para fundamentar este ponto de vista, encorajo o leitor a fazer a sua própria pesquisa para confirmar os factos: podeis pesquisar o tópico seguinte: «Ocidentais que ocuparam postos de poder no Partido Comunista ». Tal investigação irá levar à descoberta de outros estrangeiros que obtiveram posições elevadas no governo, na história do Partido Comunista da China. Saiba, porém, que ao pesquisar este tópico, irá dar com lixo anti-semita, simplesmente porque um par de não-chineses, que subiram a posições de influência na história da China comunista, eram judeus. Imagine como seria insólito nos EUA ou no Reino Unido, se alguém de nacionalidade chinesa fosse jamais nomeado como Secretário do Tesouro nos EUA, ou Ministro das Finanças britânico?

                

Para se afastar facilmente a visão anti-semita e ideológica acima referida, só precisamos de nos debruçar sobre a história de um dos bancos mais influentes na China de hoje, o famoso «Hong Kong Shanghai Banking Corporation» (conhecido por HSBC), um banco que foi fundado e que continua a ser controlado por britânicos. O facto de que o HSBC continua a exercer muito poder na China, devia alertá-lo de que a dicotomia entre a China e o Ocidente é uma fabricação completa. Os membros mais ricos dos países ocidentais têm uma longa história de trabalharem amigavelmente com a China, para dirigir a finança global por detrás do palco, embora apresentem ao público uma fachada de inimizade e discórdia. Embora o HSBC tenha sido fundado pelos oligarcas britânicos inicialmente para lavagem do dinheiro do ópio, obtido pelo comércio britânico em Hong Kong e na China continental, e certamente esta era uma actividade vista pelos oligarcas chineses como hostil, inimiga e extremamente exploradora, o facto de que o banco HSBC continua a ser um dos bancos mais poderosos na China e nunca deixou de ser plenamente controlado pelos britânicos, é muito mais revelador.
Uma tal situação seria análoga à dum adúltero que tivesse uma ligação com a esposa de alguém e tivesse permissão do marido daquela para dormir debaixo do mesmo tecto, todas as noites. 
O facto do HSBC continuar a operar na China, pese embora a sua horrível origem de exploração, mostra que os oligarcas britânicos mantêm uma espécie de acordo com os oligarcas chineses, em que ambos os lados trabalham em conjunto para os mesmos objectivos. Consegue imaginar que o «Bank of China» tivesse um passado de lavagem de dinheiro do ópio, em todo o Reino Unido, usando o porto de Londres como porta de entrada para vender ópio chinês e destruir a economia britânica? Pensa que, neste caso, haveria um «cubo de gelo no inferno» de probabilidade de que o mesmo Bank of China continuasse, hoje, a operar no Reino Unido, como um dos principais bancos?

Se isto não chega para o convencer de que existem muito bem estabelecidas e profundas parcerias económicas entre americanos, britânicos e chineses, de que os oligarcas ocidentais o facto de andarem constantemente a pintar os oligarcas chineses como a «maior ameaça» à estabilidade global,  é apenas teatro, então conheça a longa e documentada amizade entre os políticos americanos do topo e os dirigentes políticos chineses. A família presidencial Bush tem tantos investimentos na China que, após a visita de 2004, o vice-primeiro ministro Deng Xiaoping disse a George Bush Sr. (Pai de George W. Bush): “Vós sois nossos velhos amigos. Sois bem-vindos e podereis voltar sempre que quiserdes". Embora a citação seja muito conhecida, a expressão «velhos amigos» tem sido pouco apreciada ou ignorada, interpretada como Deng Xiaoping estando a oferecer a sua política de portas abertas a Bush Sr. em 2004. Lembre-se que Bush Sr. foi presidente dos EUA de 1981 a 1989, o que torna provável - durante o seu reinado como presidente dos EUA- que, apesar de qualquer animosidade apresentada em público, o relacionamento entre os oligarcas chineses e dos EUA fosse extremamente amigável. Em 16 anos, um longo relacionamento estabelecido entre oligarcas com poder global não azeda assim tão depressa, ao contrário da narrativa que tem sido apresentada ao público de hoje.

O conselheiro presidencial de longa data, Henry Kissinger, um lobo com pele de cordeiro da oligarquia global, é muito responsável pela narrativa de que “a China é a maior ameaça à estabilidade global” . No entanto, o lapso da língua «viperina» de Henry Kissinger neste vídeo de 2008, onde afirma que o recém-eleito presidente Barack Obama tem a «tarefa de desenvolver uma estratégia abrangente para a América... quando realmente uma Nova Ordem Mundial possa ser criada», talvez mostre Kissinger como alguém cujo comentário acerca de política internacional nunca deva ser tomado como sincero. A propósito, o slogan da «Nova Ordem Mundial» não desapareceu. Apenas lhe foi dado o nome de «The Great Reset» (O Grande Reiniciar). A afirmação mais reveladora no curto vídeo acima, é a de que Kissinger via a então crise económica global (em 2008) como «oportunidade» para que Barack Obama fosse usado para implementar aspectos chave da Nova Ordem Mundial.

Soa-lhe familiar? Pois não surpreende, visto que o oportunismo durante as crises fez sempre parte do manual dos oligarcas. Recordemos o projecto conservador e militarista de Washington, «Projecto para Um Novo Século Americano» (PNAC) e o seu relatório, que afirmava que levar a cabo a desejada mudança de estrutura de poder no Médio Oriente seria um longo e penoso processo, caso não «houvesse um acontecimento catastrófico e catalisador, como um novo Pearl Harbor”. Em retrospectiva, sabemos que menos de um ano passado sobre a publicação de tal relatório, o trágico acontecimento do tipo de «Pearl Harbour», o ataque terrorista do 11 de Setembro, ocorreu. Isto leva-me, neste jogo de sombras de conectar os pontos, a um comentário pelo economista dos EUA, Milton Friedman: “Somente a crise - efectiva ou percebida como tal - produz uma mudança real. Quando tal crise acontece, as acções que são tomadas dependem das ideias que estejam em circulação. Acredito que seja essa a nossa função primária: desenvolver alternativas às políticas existentes, mantendo-as vivas e disponíveis, até que o politicamente impossível se torne no politicamente inevitável."

Então, eis aqui a teoria da conspiração que vai, com certeza, causar-lhe um choque, sobre os lockdowns (confinamentos) em curso. Sabemos que a longa história de laços financeiros estreitos e relações económicas operacionais, que existem entre o Ocidente de a China, não se contam por décadas, mas por séculos (os exemplos acima mencionados, são apenas a ponta do iceberg de todas as relações factuais e numerosas, tanto políticas como económicas seculares). Deixe-me questionar o seguinte:               

Poderia a pandemia viral, que inspirou lockdowns do tipo de Wuhan em todo o Mundo, causando a destruição dos meios de subsistência económica de centenas de milhões de pessoas, ter sido uma crise artificial, manufacturada por oligarquias, coligadas entre Ocidente/Oriente, para desencadear políticas globais, especificamente concebidas para estimular a rápida digitalização da economia global, o que teria sido um processo longo e árduo,  sem esta crise, fabricada ou real, mas apreendida como real por quase toda a gente, no mundo inteiro? De facto, para servir o seu propósito, era melhor a «crise» ser na China, em vez da Lombardia (Itália), ou em Nova Iorque, nos EUA. 

Para ser sumamente claro sobre a questão que coloquei acima, não estou a postular que o vírus não seja real. Existe evidência científica indubitável, que se pode encontrar no meu canal de YouTube e no meu site de notícias. Porém, e após aturada investigação, alguma dela vinda do próprio CDC (clicar aqui e ler isto, s.f.f.), constata-se que o vírus não é - nem de longe - tão perigoso como a percepção que tem sido criada pelos lockdowns estritos e sucessivos, decretados ao nível global.

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Nota de Manuel Banet: O autor desta peça tem razão ao apontar que H. Kissinger tem uma posição de grande ambiguidade em relação à China. Embora apareça como sendo o que proporcionou a abertura dos EUA à China e desta ao Mundo, e tendo aconselhado sucessivos presidentes dos EUA a este respeito, também é verdade que ele sempre raciocinou em termos da teoria geopolítica do «Continente-Terra» de Mackinder: O seu conceito é de que é preciso colocar uma «cunha» a separar os dois gigantes euro-asiáticos, Rússia e China, para os EUA manterem a hegemonia mundial. 
O autor deste artigo insinua que - directa ou indirectamente - Kissinger foi o inspirador da viragem estratégica «pivot to Asia», do presidente Obama.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

O JOGO DOENTIO, PERVERSO, DA ATRIBUIÇÃO DE PRÉMIOS NOBEL

O interessante site «Off-Guardian» contém um artigo recente, que nos esclarece sobre o que tem sido a atribuição dos prémios Nobel, em espacial os Nobel da Paz. 

Não irei aqui referir em pormenor tudo o que o artigo contém, mas assinalo que ele mostra, com exemplos, até que ponto as escolhas são função de elementos de popularidade mediática, na época em que foram atribuídos e não propriamente pela coragem e rectidão dos personagens quanto à defesa da paz e dos direitos humanos.

Se existem ilustres casos de valentes combatentes pela paz, como Martin Luther King Jr., que pagou com a vida pela sua coragem, também existe o reverso... como Barack Obama, a quem foi concedido um Nobel, apenas com base num discurso (do Cairo) cheio de boas intenções, que depois, na prática, se traduziram pela maior escalada belicista dos EUA. 
Com efeito, o super-imperialismo dos EUA atingiu novo patamar com a presidência de Obama: 
- lembrem-se dos assassinatos com drones (muitas pessoas inocentes foram vítimas desses drones assassinos); 
- da promessa não cumprida de fechar Guantamano; 
- da dissidência de Al Quaida, que veio a designar-se por «Califato do Levante» ou ISIS, uma criação da CIA e das monarquias do Quatar, Arábia Saudita e outros, destinada a derrotar o regime Sírio, etc. 
Tudo isto são alguns dos actos pela paz (sic!) de Obama, durante a sua presidência.

                         

Outro receptor americano do prémio Nobel da Paz, foi Henry Kissinger, o autor da política de genocídio em relação às populações flageladas pela guerra do Vietname, que também atingiu o Laos e o Cambodja... e que ainda mexe muitos cordelinhos.
     
                       File:Henry Kissinger - World Economic Forum Annual Meeting Davos 2008.jpg

Mais recentemente, foi atribuído o Nobel da Paz a Aun Suu Kyi que deu plena cobertura à perseguição impiedosa/genocídio, pelos militares e pelos budistas de Myanmar, contra a etnia muçulmana Rohingya, acusada colectivamente de pertencer à «Al Quaida». 

                      Activists are angry at Aung San Suu Kyi's inaction over alleged atrocities against Rohingya in Rakhine [Dondi Tawatao/Reuters]

Para terminar, lembro que Julian Assange tem sido proposto ao prémio Nobel, em vão. 
Não conheço muitos casos de coragem e sacrifício em prol da paz e dos direitos humanos, que se possam colocar em pé de igualdade com o iniciador de Wikileaks.

                            

terça-feira, 4 de junho de 2019

REUNIÃO DO GRUPO DE BILDERBERG, MAIO/JUNHO 2019 - Veja a lista dos participantes, abaixo


Resultado de imagem para PICTURES OF CLUB BILDERBERG IN 2019



[excerto de   Manlio Dinucci -- A Arte da Guerra -- AS MÃOS DESMEDIDAS DO GRUPO BILDERBERG tradução em português de Luísa Vasconcellos]

O grupo Bilderberg, constituído formalmente em 1954, por iniciativa de “cidadãos eminentes” europeus e americanos, foi na verdade criado pela CIA e pelo serviço secreto britânico MI6 para apoiar a NATO contra a URSS. Após a Guerra Fria, manteve a mesma função de apoio à estratégia USA/NATO.

Às suas reuniões são convidados a participar todos os anos, quase exclusivamente da Europa Ocidental e dos Estados Unidos, cerca de 130 representantes do mundo político, económico e militar, dos meios de comunicação mediática de destaque e dos serviços secretos, que participam formalmente a título pessoal. Reúnem-se à porta fechada, cada ano num país diferente, em hotéis de luxo blindados por sólidos sistemas de segurança militar. Não é admitido nenhum jornalista ou observador, nem é publicado qualquer comunicado. Os participantes estão sujeitos à regra do silêncio: não podem sequer revelar a identidade dos oradores que lhes forneceram certas informações (perante a proclamada “transparência”).

Só sabemos que este ano falaram principalmente da Rússia e da China, de sistemas espaciais, de uma ordem estratégica estável, do futuro do capitalismo. As presenças mais destacadas eram, como de costume, as dos Estados Unidos:

Ø  Henry Kissinger, "figura histórica" do grupo ao lado do banqueiro David Rockfeller (fundador de Bilderberg e da Trilateral, falecido em 2017);
Ø  Mike Pompeo, antigo Director da CIA e actual Secretário de Estado;
Ø  David Petraeus, Antigo General da CIA;
Ø  Jared Kushner, Conselheiro (e genro) do Presidente Trump para o Médio Oriente e amigo íntimo do Primeiro Ministro israelita Netanyahu.
Ø  A estes segue-se Jens Stoltenberg, Secretário Geral da NATO, que recebeu um segundo mandato pelos serviços aos EUA.

Durante quatro dias, em reuniões secretas multilaterais e bilaterais, esses e outros representantes das grandes potências (abertas e ocultas) do Ocidente, fortaleceram e expandiram a rede de contactos que lhes permite influenciar as políticas governamentais e a opinião pública.


BILDERBERG MEETING 2019
Montreux, 30 May – 2 June 2019

BOARD


Castries, Henri de (FRA), Chairman, Steering Committee; Chairman, Institut Montaigne
Kravis, Marie-Josée (USA), President, American Friends of Bilderberg Inc.; Senior Fellow, Hudson Institute
Halberstadt, Victor (NLD), Chairman Foundation Bilderberg Meetings; Professor of Economics, Leiden University
Achleitner, Paul M. (DEU), Treasurer Foundation Bilderberg Meetings; Chairman Supervisory Board, Deutsche Bank AG


PARTICIPANTS


Abrams, Stacey (USA), Founder and Chair, Fair Fight
Adonis, Andrew (GBR), Member, House of Lords
Albers, Isabel (BEL), Editorial Director, De Tijd / L’Echo
Altman, Roger C. (USA), Founder and Senior Chairman, Evercore
Arbour, Louise (CAN), Senior Counsel, Borden Ladner Gervais LLP
Arrimadas, Inés (ESP), Party Leader, Ciudadanos
Azoulay, Audrey (INT), Director-General, UNESCO
Baker, James H. (USA), Director, Office of Net Assessment, Office of the Secretary of Defense
Balta, Evren (TUR), Associate Professor of Political Science, Özyegin University
Barbizet, Patricia (FRA), Chairwoman and CEO, Temaris & Associés
Barbot, Estela (PRT), Member of the Board and Audit Committee, REN (Redes Energéticas Nacionais)
Barroso, José Manuel (PRT), Chairman, Goldman Sachs International; Former President, European Commission

Barton, Dominic (CAN), Senior Partner and former Global Managing Partner, McKinsey & Company
Beaune, Clément (FRA), Adviser Europe and G20, Office of the President of the Republic of France
Boos, Hans-Christian (DEU), CEO and Founder, Arago GmbH
Bostrom, Nick (UK), Director, Future of Humanity Institute, Oxford University
Botín, Ana P. (ESP), Group Executive Chair, Banco Santander
Brandtzæg, Svein Richard (NOR), Chairman, Norwegian University of Science and Technology
Brende, Børge (NOR), President, World Economic Forum
Buberl, Thomas (FRA), CEO, AXA
Buitenweg, Kathalijne (NLD), MP, Green Party
Caine, Patrice (FRA), Chairman and CEO, Thales Group
Carney, Mark J. (GBR), Governor, Bank of England
Casado, Pablo (ESP), President, Partido Popular
Ceviköz, Ahmet Ünal (TUR), MP, Republican People’s Party (CHP)
Champagne, François Philippe (CAN), Minister of Infrastructure and Communities
Cohen, Jared (USA), Founder and CEO, Jigsaw, Alphabet Inc.
Croiset van Uchelen, Arnold (NLD), Partner, Allen & Overy LLP
Daniels, Matthew (USA), New space and technology projects, Office of the Secretary of Defense
Davignon, Etienne (BEL), Minister of State
Demiralp, Selva (TUR), Professor of Economics, Koç University
Donohoe, Paschal (IRL), Minister for Finance, Public Expenditure and Reform
Döpfner, Mathias (DEU), Chairman and CEO, Axel Springer SE
Ellis, James O. (USA), Chairman, Users’ Advisory Group, National Space Council
Feltri, Stefano (ITA), Deputy Editor-in-Chief, Il Fatto Quotidiano
Ferguson, Niall (USA), Milbank Family Senior Fellow, Hoover Institution, Stanford University
Findsen, Lars (DNK), Director, Danish Defence Intelligence Service
Fleming, Jeremy (GBR), Director, British Government Communications Headquarters
Garton Ash, Timothy (GBR), Professor of European Studies, Oxford University
Gnodde, Richard J. (IRL), CEO, Goldman Sachs International
Godement, François (FRA), Senior Adviser for Asia, Institut Montaigne
Grant, Adam M. (USA), Saul P. Steinberg Professor of Management, The Wharton School, University of Pennsylvania
Gruber, Lilli (ITA), Editor-in-Chief and Anchor «Otto e mezzo», La7 TV
Hanappi-Egger, Edeltraud (AUT), Rector, Vienna University of Economics and Business
Hedegaard, Connie (DNK), Chair, KR Foundation; Former European Commissioner
Henry, Mary Kay (USA), International President, Service Employees International Union
Hirayama, Martina (CHE), State Secretary for Education, Research and Innovation
Hobson, Mellody (USA), President, Ariel Investments LLC
Hoffman, Reid (USA), Co-Founder, LinkedIn; Partner, Greylock Partners
Hoffmann, André (CHE), Vice-Chairman, Roche Holding Ltd.
Jordan, Jr., Vernon E. (USA), Senior Managing Director, Lazard Frères & Co. LLC
Jost, Sonja (DEU), CEO, DexLeChem
Kaag, Sigrid (NLD), Minister for Foreign Trade and Development Cooperation
Karp, Alex (USA), CEO, Palantir Technologies
Kerameus, Niki K. (GRC), MP; Partner, Kerameus & Partners
Kissinger, Henry A. (USA), Chairman, Kissinger Associates Inc.
Koç, Ömer (TUR), Chairman, Koç Holding A.S.
Kotkin, Stephen (USA), Professor in History and International Affairs, Princeton University
Kramp-Karrenbauer, Annegret (DEU), Leader, CDU
Krastev, Ivan (BUL), Chairman, Centre for Liberal Strategies
Kravis, Henry R. (USA), Co-Chairman and Co-CEO, Kohlberg Kravis Roberts & Co.
Kristersson, Ulf (SWE), Leader of the Moderate Party
Kudelski, André (CHE), Chairman and CEO, Kudelski Group
Kushner, Jared (USA), Senior Advisor to the President, The White House
Le Maire, Bruno (FRA), Minister of Finance
Leyen, Ursula von der (DEU), Federal Minister of Defence
Leysen, Thomas (BEL), Chairman, KBC Group and Umicore
Liikanen, Erkki (FIN), Chairman, IFRS Trustees; Helsinki Graduate School of Economics
Lund, Helge (GBR), Chairman, BP plc; Chairman, Novo Nordisk AS
Maurer, Ueli (CHE), President of the Swiss Federation and Federal Councillor of Finance
Mazur, Sara (SWE), Director, Investor AB
McArdle, Megan (USA), Columnist, The Washington Post
McCaskill, Claire (USA), Former Senator; Analyst, NBC News
Medina, Fernando (PRT), Mayor of Lisbon
Micklethwait, John (USA), Editor-in-Chief, Bloomberg LP
Minton Beddoes, Zanny (GBR), Editor-in-Chief, The Economist
Monzón, Javier (ESP), Chairman, PRISA
Mundie, Craig J. (USA), President, Mundie & Associates
Nadella, Satya (USA), CEO, Microsoft
Netherlands, His Majesty the King of the (NLD)
Nora, Dominique (FRA), Managing Editor, L’Obs
O’Leary, Michael (IRL), CEO, Ryanair D.A.C.
Pagoulatos, George (GRC), Vice-President of ELIAMEP, Professor; Athens University of Economics
Papalexopoulos, Dimitri (GRC), CEO, TITAN Cement Company S.A.
Petraeus, David H. (USA), Chairman, KKR Global Institute
Pienkowska, Jolanta (POL), Anchor woman, journalist
Pottinger, Matthew (USA), Senior Director, National Security Council
Pouyanné, Patrick (FRA), Chairman and CEO, Total S.A.
Ratas, Jüri (EST), Prime Minister
Renzi, Matteo (ITA), Former Prime Minister; Senator, Senate of the Italian Republic
Rockström, Johan (SWE), Director, Potsdam Institute for Climate Impact Research
Rubin, Robert E. (USA), Co-Chairman Emeritus, Council on Foreign Relations; Former Treasury Secretary
Rutte, Mark (NLD), Prime Minister
Sabia, Michael (CAN), President and CEO, Caisse de dépôt et placement du Québec
Sanger, David E. (USA), National Security Correspondent, The New York Times
Sarts, Janis (INT), Director, NATO StratCom Centre of Excellence
Sawers, John (GBR), Executive Chairman, Newbridge Advisory
Schadlow, Nadia (USA), Senior Fellow, Hudson Institute
Schmidt, Eric E. (USA), Technical Advisor, Alphabet Inc.
Scholten, Rudolf (AUT), President, Bruno Kreisky Forum for International Dialogue
Seres, Silvija (NOR), Independent Investor
Shafik, Minouche (GBR), Director, The London School of Economics and Political Science
Sikorski, Radoslaw (POL), MP, European Parliament
Singer, Peter Warren (USA), Strategist, New America
Sitti, Metin (TUR), Professor, Koç University; Director, Max Planck Institute for Intelligent Systems
Snyder, Timothy (USA), Richard C. Levin Professor of History, Yale University
Solhjell, Bård Vegar (NOR), CEO, WWF – Norway
Stoltenberg, Jens (INT), Secretary General, NATO
Suleyman, Mustafa (GBR), Co-Founder, Deepmind
Supino, Pietro (CHE), Publisher and Chairman, Tamedia Group
Teuteberg, Linda (DEU), General Secretary, Free Democratic Party
Thiam, Tidjane (CHE), CEO, Credit Suisse Group AG
Thiel, Peter (USA), President, Thiel Capital
Trzaskowski, Rafal (POL), Mayor of Warsaw
Tucker, Mark (GBR), Group Chairman, HSBC Holding plc
Tugendhat, Tom (GBR), MP, Conservative Party
Turpin, Matthew (USA), Director for China, National Security Council
Uhl, Jessica (NLD), CFO and Exectuive Director, Royal Dutch Shell plc
Vestergaard Knudsen, Ulrik (DNK), Deputy Secretary-General, OECD
Walker, Darren (USA), President, Ford Foundation
Wallenberg, Marcus (SWE), Chairman, Skandinaviska Enskilda Banken AB
Wolf, Martin H. (GBR), Chief Economics Commentator, Financial Times
Zeiler, Gerhard (AUT), Chief Revenue Officer, WarnerMedia
Zetsche, Dieter (DEU), Former Chairman, Daimler AG 


Temas abordados:


1  - A ordem estratégica estável.
2  - O que se segue na Europa?
3  - Mudança Climática e Sustentabilidade.
4  - China.
5  - Rússia.
6  - O futuro do capitalismo.
7  - O Brexit.
8  - A ética da Inteligência Artificial.
9  - O armamento (weaponization) dos meios de comunicação mediática.
10 - A importância do Espaço.
11 - Ameaças cibernéticas.


Tradutora: Maria Luísa de Vasconcellos

sábado, 8 de abril de 2017

O JOGO DO PODER É SEMPRE «OBSCURO»


Quando ouvi, manhã cedo de sexta-feira, dia 07 de Abril de 2017, as notícias do ataque americano com mísseis contra a base aérea síria, fiquei muito chocado e realmente custou-me muito compreender o que se estava a passar. O facto de haver um «pretexto» para tal ataque era demasiado cru, uma falsa bandeira demasiado evidente (ver aqui  e aqui). 
Por outro lado, isto mostrava que esta reviravolta na política externa da maior superpotência militar do planeta fora cuidadosamente planeada, não fora uma resposta intempestiva, não fora um acto «estúpido», pelo menos dentro da lógica do jogo de superpotência que tem sido o dos EUA.
A dificuldade em compreendermos o que motiva uma aparente reviravolta na conduta de um assunto tão importante na política externa americana não devia nos surpreender: o jogo do poder é sempre «obscuro».

Mas, «como gato escondido com rabo de fora», existem pistas que permitem aceder à lógica interna dos que realmente decidem, ou seja, do «Estado profundo», composto por uma série de conselheiros, de peritos quer oficiais, quer informais, que acabam por moldar de forma decisiva a política em Washington.
Nomeadamente, estes são adeptos da velha teoria geoestratégica de MacKinder estudada,  aplicada e actualizada por muitos dos estrategas, nomeadamente por Henry Kissinger .
Neste contexto, deu-se a junção concreta do «Estado profundo», dominado  pelos neocons, com o complexo militar-securitário (englobando Pentágono, CIA, NSA e outras agências, assim como a indústria de armamento, a única que não foi desmontada e exportada para fora dos EUA). 
Os neo-conservatives ou neocons  constituem um grupo responsável por grande parte do que se vem passando desde as presidências de Clinton, W. Bush,  Obama e, agora, Trump. 
Este grupo, contendo ex-esquerdistas decepcionados com a revolução e pessoas que sempre foram duma direita ultra conservadora e imperial, considera que o facto de os EUA terem «ganho» a Guerra Fria, ficando como única verdadeira superpotência, lhes dá «historicamente»  o direito e mesmo o dever moral de manter essa hegemonia (dita «benevolente») e de esmagar qualquer poder que tentasse resistir e sobretudo crescer, ao ponto de se tornar concorrente potencial ao primeiro lugar.
Tinha eu infelizmente razão ao afirmar, na sequência da vitória de Trump a 8 de Nov. de 2016, que este era apenas outra facção dentro da oligarquia que comanda nos EUA. Note-se que este ponto de vista é partilhado por Chomsky, como se pode claramente ver nesta entrevista de Chomky a «Democracy Now».

Sendo assim, pode-se compreender que os EUA vão provavelmente vogar entre uma política de apaziguamento para com a Rep. Popular da China, tentando desactivar «o fusível da bomba nuclear» da Coreia do Norte, ao mesmo tempo que vão fazendo uma chamada contenção activa contra a Rússia.  O objectivo será separar os dois gigantes continentais. Estes, em situação de rivalidade serão incapazes de colocar em risco a hegemonia americana. 
Penso que poderá ter sido este, o conselho estratégico dado por Kissinger (e outros) ao presidente e sua equipa, recém-chegados à Casa Branca. 
Kissinger aplicou esta mesma estratégia como responsável directo da diplomacia na aproximação espectacular com a China «comunista» de Mao, nos anos 70, contribuindo para o azedar cada vez maior de relações entre os gigantes «comunistas» da URSS e da China.
Mas, atualmente, se observarmos as relações entre Rússia e China, veremos que não existe contencioso entre eles, contrariamente aos anos 70 do século passado, em que havia - de modo endógeno - uma série de fatores de conflito. 
Nos anos 60 a URSS passava pela fase do degelo pós-estalinista, enquanto a direcção chinesa glorificava Estaline e encetava o culto da personalidade do Presidente Mao, acusando de revisionismo os dirigentes soviéticos. 
Foi nessa altura eliminada grande parte da velha-guarda do partido comunista chinês,  durante a Revolução cultural. 
No presente, tanto a Rússia como a China, são governadas pragmaticamente. Ambos os governos possuem a visão de que os seus interesses geoestratégicos convergem necessariamente. Além disso, têm toda a vantagem em cooperar, são naturalmente complementares em muitos aspectos das suas economias.

Segundo o projecto dado a conhecer em 1999, intitulado PNAC (manifesto dos neocons, consultável aqui ), o século XXI vindouro, seria o da América. Este projecto recebeu, sem dúvida, grandes impulsos para a sua concretização. Não recuaram perante nada para o fazer avançar, desde a guerra do Kosovo, até ao «inside job» do 11 de Setembro de 2001 e consequente estado de guerra permanente instaurado. 
A cascata de intervenções dos EUA e aliados, os focos de guerra por eles acendidos ou atiçados, são situações que se eternizam, com destruição profunda das sociedades. Qualquer destas situações foi planeada, foi desejada: 2001 Afeganistão, 2003 Iraque, 2007 Líbia, 2011 Síria, 2014 Ucrânia…
O estado de guerra permanente é uma loucura que está arrastando americanos e seus súbditos da NATO, ao mesmo tempo que causa um rasto de sofrimento e destruição inextinguível na memória dos povos-vítimas.  

Por outro lado, existe a Organização de Cooperação de Xangai, que não é uma organização do tipo da NATO, não é um pacto militar, mas uma estrutura flexível destinada a «combater o terrorismo». Ela vem desempenhando um papel de aproximação e harmonização dos exércitos de vários países da Eurásia e dos sistemas tecnológicos respectivos. Os BRICS, o Banco Asiático para o Desenvolvimento, as novas Rotas da Seda, são vários aspectos dessa cooperação fora da hegemonia EUA/Europa ocidental, que se tem traduzido em áreas de cooperação bilateral diversas, com projectos de infra-estruturas, de comércio, de transporte de matérias primas, de oleodutos e gasodutos.


Assiste-se portanto à tentativa desesperada do «híper poder» americano em manter a sua hegemonia sobre um Mundo que não pode ser senão multipolar. 

A razão, o bom senso e o realismo deveriam levar todos os governos dos países mais poderosos a aceitarem o mundo tal como ele é, não de acordo com os sonhos de poder, revestidos de ideologias talhadas a preceito.  

sexta-feira, 17 de novembro de 2023

4 FRAGILIDADES DO IMPÉRIO [parte I]

O poderio imperial americano, que se afirmou a partir da implosão da URSS e do sistema socialista mundial, como poder unipolar dispensador de benesses aos seus aliados/vassalos e guerreando os que considera inimigos, reais ou potenciais, assentou sobre quatro pilares, que são:
1/ sistema monetário
2/ recursos energéticos
3/ poderio militar
4/ média corporativa ou de massas


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PARTE I.



SISTEMA MONETÁRIO

O sistema monetário internacional ainda está baseado no dólar enquanto moeda de reserva e enquanto divisa mais frequente nas transações internacionais (financeiras e comerciais).
Porém, com a ascensão dos BRICS, aumenta a capacidade deste grupo (em breve, com 11 membros) com seus aliados, de comerciar entre si e fazerem acordos de longo prazo (nomeadamente energéticos) usando suas respetivas moedas nacionais, não recorrendo ao dólar.
Afirmei, há algum tempo, que o fim do petrodólar assinalaria o fim do Império americano. Verifico que a minha previsão se está a cumprir.
Quando Nixon (em 15 de Agosto de 19171) decretou unilateralmente o fim da convertibilidade dos dólares em ouro, de facto, traiu o acordo de Bretton Woods. Neste, a conversão dólar/ouro era central. Como resultado dessa medida, a instabilidade apoderou-se dos mercados financeiros, arriscando a quebra do sistema capitalista mundial.
Em 1973, o Rei da Arábia Saudita e Henry Kissinger acordaram um pacto, segundo o qual todo o petróleo comprado a este país seria pago em dólares, exclusivamente. Em contrapartida, os EUA garantiam a segurança do Reino Saudita com fornecimento de armamento, espionagem-informações, diplomacia e intervenção direta, se necessário. Nessa altura, a Arábia Saudita era o principal produtor mundial de petróleo e a OPEP, o cartel petrolífero que os sauditas dominavam. Rapidamente todos os países exportadores de petróleo, grande parte, monarquias do Golfo Pérsico, alinharam-se com a Arábia Saudita, apenas aceitando dólares em pagamento do seu petróleo.
Como ficaram com um excedente enorme de petrodólares em resultado das exportações para todo o mundo, acumularam «Treasuries», ou seja, obrigações do Tesouro americano, financiando assim a dívida dos Estados Unidos. Todos os países que comprassem petróleo tinham de possuir dólares em reserva, ou comprá-los no mercado internacional de divisas.
A partir deste ponto, os EUA passaram a ter défices crónicos, quer no orçamento de Estado, quer nas transações internacionais. Os «défices gémeos», tiveram como consequência que o governo dos EUA podia, sem arriscar um colapso, atribuir somas colossais às despesas militares e às guerras em que estava envolvido, assim como aos programas sociais nos EUA, como meio de neutralizar a agitação social.
Qualquer outro país que levasse a cabo tal política económica e financeira, entraria depressa em insolvência, ou seja, na bancarrota. Mas, os EUA possuíam a moeda de reserva mundial e podiam imprimir todos os dólares que precisavam, sem qualquer correspondência em aumento de produtividade. Depois, esses dólares serviam para pagar as matérias-primas e os produtos industriais importados;  eram absorvidos no mercado mundial. Todos os países, amigos ou hostis, tinham que ter reservas em dólares e comerciar em dólares. De uma forma direta ou indireta, estavam a nutrir o sistema do petrodólar.
O declínio do valor do dólar não é muito visível, superficialmente. Isto, deve-se ao facto de que os mercados de divisas e financeiros preferem adquirir dólares, como «moeda-refúgio», quando o sistema está em crise. Assim, as outras divisas vão descer e os dólares vão subir, na corrida para adquirir dólares e ativos denominados em dólares.
Porém, nos últimos tempos, as quantidades de dólares produzidas têm excedido tudo o que anteriormente tinha sido feito. O resultado, é que a capacidade aquisitiva do dólar (e das outras divisas) diminui  aceleradamente. Isto traduz-se por níveis muito mais elevados de inflação, em relação aos cerca de 2% de inflação, nas duas primeiras décadas do século XXI.
A partir de 2020, houve uma aceleração do «quantitative easing», ou seja, da produção de dólares sem contrapartida na economia real. Por outro lado, intensificou-se a utilização de moedas nacionais em detrimento do dólar, sobretudo, nas trocas e nos acordos de longo prazo entre países dos BRICS.
Nos EUA, a inflação vai ser cada vez maior e isto vai afetar a economia. Está já a acontecer, apesar da FED ter revertido o programa de impressão monetária e faça «quantitative tightening», ou seja,  sobe as taxas de juros, o que aumenta o custo do crédito.
Como os EUA já não possuem produção industrial própria, que lhes permita satisfazer as necessidades internas e atingir o equilíbrio nas contas externas, o único instrumento de que a FED dispõe é irrisório e, mesmo, contraproducente: Aumentar ou reduzir o dinheiro em circulação não vai realmente aumentar ou reduzir o consumo e, muito menos, a produção interna de bens.
Os bens materiais - matérias primas, produtos industriais, alimentos - vão continuar a ser importados do resto do Mundo para os EUA, mas com preços mais elevados, agravando a inflação e arrastando a subida acentuada dos juros, como já se está verificando. As «elites», no Departamento do Tesouro ou na FED, que manipulam as taxas de juro, são incapazes de mudar esta realidade.



RECURSOS ENERGÉTICOS


Nas últimas duas décadas, os EUA começaram a produzir, em grande quantidade, petróleo e gás de xisto, através de fracking. Assim, o seu aprovisionamento em petróleo «convencional», sobretudo, o do Texas que estava já em declínio, foi complementado pelo aumento notável do petróleo produzido «de forma não-convencional». O nível de produção total de petróleo nos EUA acabou por ser semelhante, ou até um pouco maior, ao da Arábia Saudita. Mas isto tem custos muito pesados no ambiente e compromete o futuro. O tempo de vida produtiva dum furo, em zona de xisto, ronda os dois anos. Assim, têm de constantemente fazer novos furos, para manterem o nível de produção. Muitas áreas ficarão totalmente estéreis depois de esgotadas as reservas de petróleo e gás de xisto. A obtenção de petróleo a partir de areias betuminosas, em Alberta (Canadá) e o seu transporte por pipeline para os EUA, também não será solução duradoura e respeitadora do ambiente.
Quanto ao sector das energias renováveis, nota-se que existe muito atraso técnico nos EUA em relação a estas tecnologias. Talvez a única exceção seja a indústria dos automóveis movidos a eletricidade, «EV». Mesmo neste caso, parece que a China está a tomar a dianteira; há indicações disso, tais como as  fábricas e a importância dos investimentos da Tesla na China. Por outro lado, há marcas de automóveis «EV» chinesas nos mercados asiáticos, e que podem conquistar fatias de mercados da Europa e dos EUA.
A rede elétrica nos EUA está decadente e os investimentos em infraestruturas tardam. As empresas privadas de energia elétrica ficam á espera que o Estado ponha a rede em condições, para elas depois operarem com menos custos. Muitas vezes são noticiados «apagões» (falhas gerais de energia elétrica), em cidades e regiões dos EUA. São devidos ao estado vetusto dos sistemas transportadores de energia elétrica e à sobrecarga destes. Não vejo que haja vontade política para solucionar o problema. Nos EUA, há um défice enorme de intervenção estatal, para satisfazer as necessidades coletivas.
Uma fragilidade de que se fala muito pouco, é do enriquecimento de urânio para as centrais nucleares americanas; este enriquecimento faz-se ... na Rússia! Não se compreende como é que eles irão operar as suas centrais nucleares se a Rússia, em retorsão dos roubos (de ouro, de contas bancárias...) e sanções brutais a que tem sido sujeita, decidir parar o fornecimento do urânio enriquecido.
Um outro sintoma claro da fragilidade dos EUA no setor energético é o facto de quererem retomar o «business as usual» com a Venezuela de Maduro. Isto, depois de terem feito tudo para o derrubar. Apesar da elevada produção global e de serem exportadores, os EUA têm défice  de petróleos «pesados» (do tipo dos petróleos venezuelanos), enquanto têm excedentes de petróleos «leves», resultantes da exploração do xisto.
O aprovisionamento da frota dos EUA no Mediterrâneo em apoio a Israel, neste momento experimenta dificuldades logísticas, de que se fala pouco. Os porta-aviões e os vários navios da marinha de guerra têm de ser abastecidos em  combustível nos portos de Itália do mar Adriático, tendo de fazer um constante vai-e-vem entre as costas de Israel e as do Adriático.
Também o roubo do petróleo sírio desde há vários anos, é outro caso sintomático. Os americanos instalaram-se em território sírio, com o pretexto de apoiar guerrilhas curdas que eles enquadram, subsidiam e treinam. O roubo do petróleo sírio foi inicialmente beneficiar pessoalmente o filho de Erdogan, presidente da Turquia. Agora, fala-se menos disso, mas continua a ser contrabandeado e vendido a baixo preço. Além de ir para a guerrilha curda e para Al-Quaeda, o dinheiro obtido com esse contrabando serve para a manutenção de cerca de dois mil soldados americanos estacionados em bases ilegais, na Síria. Há vários antecedentes, em relação ao comportamento predatório do poder imperial dos EUA: Quando ataca uma nação e a ocupa, costuma pôr os recursos petrolíferos a render, para custear as operações de ocupação militar. Veja-se o caso do Iraque, assim como o da Líbia.