sábado, 12 de agosto de 2017

CATACLISMOS E COLAPSOS CIVILIZACIONAIS



Graham Hancock tem defendido, desde o seu famoso livro de 1995 «Fingerprints of the Gods», até ao mais recente «Magicians of the Gods», a existência de uma civilização muito avançada no período anterior a 10,500 B.C. ( ou seja há 12,500 anos atrás), que foi quase completamente obliterada por uma catástrofe global durante um período geológico designado o «Dryas recente». Num período de tempo muito curto, o nível do mar subiu imenso, inundando civilizações costeiras, um pouco por todo o lado, em consequência do degelo acelerado da calota glaciar que recobria as zonas setentrionais dos continentes norte americano e eurasiático. 


Os factos de um grande dilúvio estão inscritos na geologia em vários pontos da América do Norte, mas também na costa sul da Índia ou na Indonésia. Não irei  detalhar aqui, pois as pessoas realmente interessadas terão todo o prazer em descobrir por elas próprias as argumentações baseadas em descobertas científicas, que «Magicians of the Gods» (2016) contém. 
Outro aspeto de grande interesse do livro é que a catástrofe - quer tenha sido causada por um cometa gigante que se fraturou e atingiu a referida calota glaciar (segundo Hancock), ou por outra mecânica- foi responsável pelo desaparecimento dessa rica civilização «ante-diluviana» e a dispersão pelos quatro cantos do planeta dos sobreviventes causou o brusco e inexplicável aparecimento de obras de escultura, arquitetura e agricultura, em povos tidos como meros «caçadores recolectores» pela arqueologia convencional. 
Hancock explica esse florescimento brusco como resultando de uma transferência tecnológica e cultural, dos refugiados (com nível de civilização mais avançada) para comunidades de caçadores-recolectores, que os acolheram.

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Mas a humanidade ficou «amnésica» do período anterior, não reconhecendo estes vestígios como aquilo que são, tentando encaixar as descobertas como Gobekli Tepe num enredo compatível com a cronologia e sequência linear que caracteriza a narrativa da História e pré-História. 

Os Europeus ou ocidentais têm um meta modelo de «progresso» linear entrincheirado no seu modo de pensar: portanto, creem sempre que o passado era mais «primitivo» que o futuro, nas suas grandes linhas. Não admitem que tenha havido estádios mais avançados do conhecimento humano que foram simplesmente varridos por cataclismos.
 A ruína de «Atlantis», chamemos assim a civilização destruída há cerca de 12,500 anos atrás, foi causada pela arrogância dos homens face aos deuses, o seu desvio dos sãos princípios de relacionamento entre eles e com os deuses, em suma julgarem-se omnipotentes e donos da moral. Esta foi a justificação que Solón, o antepassado de Platão, recebeu dos sacerdotes do templo egípcio que lhe revelaram a existência de Atlântida e sua destruição, tal como o filósofo ateniense descreveu do Timeu. 

Agora, estamos numa zona de grandes turbulências, pois há várias situações potencialmente perigosas que se têm vindo a instalar - qual a menos grave ou mais grave, não sabemos - as quais podem muito bem desencadear a derrocada do mundo como o conhecemos: com efeito, desde há uns anos temos vindo a assistir a guerras monetárias, seguidas de guerras comerciais e com situações de guerras quentes, mais ou menos controladas, mas que podem despoletar-se e generalizar-se a qualquer momento. 

Estas políticas dos grandes poderes, quer sejam nos domínios monetário, económico, político, militar, têm vindo a criar as condições de um conflito armado generalizado, o qual acabaria, de uma ou outra forma, por se tornar nuclear. 
Muitas pessoas não compreendem que a grande probabilidade de um conflito nuclear não virá de uma potência que decida à partida, à «traição», disparar um ataque nuclear devastador sobre o adversário. Não; este cenário é o menos provável. 
O mais provável, é que se dê uma confrontação armada entre duas potências nucleares, numa primeira fase somente com armamentos «convencionais», parecendo que há uma certa restrição de parte a parte, no início. Mas, com o evoluir dos acasos da guerra, uma das potências pode ficar em situação realmente crítica, em perigo de derrota iminente. Nesse momento, em desespero, poderá lançar um ataque nuclear, na esperança fútil de que seus inimigos fiquem de tal modo abalados que deixem de ter capacidade de resposta (ou de vingança). 
Mas, claro, as maiores potências nucleares - USA, Rússia, China - têm dispositivos que asseguram que a sua capacidade de resposta não será aniquilada num primeiro ataque (basta pensarmos nos submarinos, com mísseis nucleares, que estão sempre a circular pelos mares).
Quando penso que estamos aqui e agora no início do 3º milénio a temer (com razão) uma guerra generalizada (a IIIª Guerra Mundial já começou?), a qual se transformará em nuclear, num momento ou noutro, sinto um certo desespero pela cobardia, mesquinhez e loucura «branda» dos homens que dirigem o mundo, mas também pelos que - como carneiros - os seguem e caem em todas as armadilhas para se deixarem levar, ignorando obstinadamente aquilo que realmente conta. 
Se o dinheiro, que é afinal um símbolo da acumulação de trabalho e de produção, estivesse a ser empregue apenas em empreendimentos úteis para a humanidade, agora teríamos um período de grande abundância, de desenvolvimento vigoroso das ciências e das artes, de aumento geral da qualidade de vida de todas as populações deste Planeta. Contrariamente a isto, nesta época, temos a generalização de miséria, da violência, do obscurantismo, da ganância...
Não sei (e talvez ninguém consiga jamais demonstrar cabalmente) a verdadeira causa do cataclismo que precipitou a civilização atlante: Graham Hancock coloca a hipótese - do cometa embatendo contra as calotes glaciares do hemisfério norte e causando um degelo súbito -  como mera hipótese. 
Claro que um acontecimento com origem no céu, desta ordem de grandeza «teria de ser ordenado pelos Deuses, zangados com os humanos», segundo a visão das pessoas contemporâneas da catástrofe. Os terramotos, ainda hoje, são apregoados por alguns como «castigo divino», mesmo que as pessoas em causa conheçam a geologia dos fenómenos, seus aspetos tectónicos. 
Não importa tanto a interpretação que se dá sobre as causas dos cataclismos, como constatar a escala devastadora de destruição dos mesmos. 
Hancock propõe que as civilizações de hoje convertam os seus arsenais de morte maciça para rastrear e destruir objetos celestes com vários quilómetros que, potencialmente, poderiam repetir a devastação que a Terra experimentou há cerca de 12,500 anos atrás. 
Existem meios na nossa civilização tecnológica, se assim o quisermos, para prevenção de tais catástrofes; temos o potencial para deflectir a trajetória de um asteroide no espaço. 

Infelizmente, creio que não há consciência acumulada suficiente para uma deliberada mudança de atitude, quando observamos o estado das políticas internacionais. 
Penso que somos governados por uma casta de pessoas primitivas, mesquinhas e violentas, as quais apenas são peritas numa coisa: dissimular o seu verdadeiro jogo, através das propagandas que lançam, dos efeitos de imagem, numa media inteiramente ao seu serviço. 
As populações, ou estão adormecidas, ou hipnotizadas a «crerem» naquilo que lhes impingem como narrativa. As pessoas mais inteligentes, ou se afastam dos cenários políticos, desgostadas, ou tentam em vão educar as outras... as que querem «furor e sangue» contra os seus inimigos!

É preciso um conceito cíclico da História, da Economia, da Civilização, da Natureza, como têm os sistemas de pensamento (filosofia, religião, ciência) dos povos do Oriente... talvez esta parte da Humanidade esteja em condição de fazer prevalecer o bom senso, sobre a casta de dirigentes ocidentais, completamente enredada em mitos autoproduzidos, narcísica, sociopática, criminosa.

quinta-feira, 10 de agosto de 2017

FMI QUER CRIAR A MOEDA DIGITAL* ÚNICA E MUNDIAL USANDO A TECNOLOGIA BLOCKCHAIN

A tecnologia digital criadora do Bitcoin e das outras criptomoedas pode ser usada para libertar a humanidade do jugo dos Estados e Bancos Centrais, mas pode também ser usada para escravizar a humanidade, para retirar-lhe o pouco de autonomia que lhe resta*. 

Quem tem acompanhado os desenvolvimentos do mercado de criptomoedas, por um lado e, por outro, as revelações a conta-gotas sobre as negociações ao mais alto nível entre governos, bancos centrais e o FMI, com certeza já percebeu que eles pretendem que esta crise vindoura, a maior de todas, rebente, por forma a fazer o famoso «reset». 
Somente, eles pensam fazê-lo sob o seu controlo. Todos os bens seriam incluídos na nova moeda digital (o SDR, «special drawing rights»?), que seria - por essência - internacional. 
A criação de uma moeda única, ou seja, a unificação do sistema monetário sob a égide de entidade «neutra», como o FMI ou o BIS (Bank for International Settlements, com sede em Basileia, Suiça), significará - a prazo - um governo mundial único.  

Tenho na mais alta estima o trabalho e a franqueza de Lynette Zang, que é entrevistada neste vídeo. 

Abaixo, reproduzo uma capa famosa de 1998 do «The Economist» (revista possuída por Soros, um bilionário arauto do globalismo), que previa a emergência de uma moeda mundial única para 2018!






(*) (Texto de apresentação do vídeo no site Youtube de SGTReport:) The new Chinese-created ACChain crypto currency blockchain will be the SDR-related world currency that will allow the international banking elite to digitize every tangible asset on earth, and they will then exert total control over all of it. 

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quarta-feira, 9 de agosto de 2017

A BRANCURA DO CISNE - AS INDUÇÕES FALSAS

Creio que foi Hume que avançou com o exemplo do Cisne, para ilustração do quão deficiente era a lógica indutiva:

- Todos os Cisnes que conhecemos são aves brancas, portanto o cisne pode ser erigido em símbolo de brancura (e, por extensão, de pureza, etc., visto brancura e pureza estarem associadas na cultura ocidental e noutras).

             


- Porém, quando os Europeus descobriram o continente Americano, verificaram que existiam lá cisnes negros, tão «normais» como os cisnes brancos da Europa. Esta nova raça de cisnes negros, tornava a  expressão proverbial «branco como um cisne» bastante ridícula. Tornava também ridículo o raciocínio indutivo, pois ele toma sistematicamente a parte pelo todo, inferindo que os objectos que não conhecemos são exactamente como os que conhecemos.

Porém, o pensamento contemporâneo é fortemente influenciado pela indução. Basta pensarmos nas estatísticas, nas amostragens que são feitas, na validade ou não de tais estatísticas como «prova» de que determinadas tendências na economia,  na opinião pública, etc. são detectadas e escrutinadas, são avaliadas «objectivamente». 

Talvez a crise das crises, seja afinal, mais profundamente, um colapso da indução como método de raciocínio lógico. Uma incapacidade de avaliar o risco, porque nos colocamos a observar o real com premissas erradas. 
Nassim Taleb retomou a metáfora do «cisne negro» com profunda ironia e sentido de humor, sabendo muito bem que os leitores de Hume identificariam a ligação entre o seu argumento e o enorme espanto da sociedade do século de Hume, ao descobrir, no Novo Mundo, uma raça de cisne negro, da ave símbolo de brancura!

Mas eu pretendo ir além de Hume e de Taleb para ir ao encontro da questão de como nós construímos a nossa realidade. Nós construímo-la ao nos movimentarmos nela. Ela não é um quadro rígido e definido nos quais nós temos de nos encaixar. É antes a nossa própria perceção de nós próprios e do mundo que «constroí» ou «fabrica» o mesmo mundo. Ou seja, teremos que dar razão - até certo ponto - ao filósofo Berkeley, que apontava a impossibilidade de nós conhecermos realmente o real, pois os mecanismos pelos quais alcançamos ou julgamos alcançar a compreensão das coisas e do mundo são apenas os sentidos e o raciocínio. Ora, tanto um como outro, são fruto na nossa disposição (genética) dos órgãos, tecidos e células, assim como das formas particulares que estes tomaram no decurso das nossas vidas. O mundo exterior, a realidade, podem ser postulados como sendo independentes dos meus órgãos dos sentidos e do raciocínio.  Mas, justamente, tal realidade exterior não pode ser conhecida e cognoscível sem recurso aos ditos órgãos, pelo que é legítimo pensar-se que uma parte ou até a totalidade do que vemos, do que experimentamos, é ilusório.

Creio que o mundo e a realidade estão para além da capacidade humana de os compreender extensivamente. Só Deus poderá, por definição, ter essa propriedade. Mas existe a capacidade humana de compreender e de dar conta de «pedaços» do real, pedaços deste mundo, que são alcançáveis, que estão em coerência com outros pedaços, assim como num puzzle. 
O nosso conhecimento do mundo será sempre imperfeito em relação ao Todo (Teorema de Goedel), mas ao nível de sub-sistemas pode efectivamente melhorar, aperfeiçoar-se, como se verifica nos domínios das diversas Ciências físicas e naturais.
Nós somos espíritos encarnados, não somos simplesmente corpos, não somos (somente) uma mecânica subtil, de moléculas, células e tecidos, formando órgãos e organismos. Embora sejamos os «habitantes» de corpos, não somos isso. 

segunda-feira, 7 de agosto de 2017

UM CRIME CONTRA A HUMANIDADE, HÁ SETENTA DOIS ANOS ATRÁS

Leiam «72nd Anniversary of Hiroshima...» aqui.


                          Sou incondicionalmente pela paz e não sou daqueles que se regozija por ver os «fantasmas» de guerras passadas serem agitados para uso e benefício dos que agora pretendem suscitar ódio e adesão a políticas nacionalistas ou imperialistas.
Porém o 72º aniversário deste horrendo crime contra a humanidade que foram os bombardeamentos nucleares de Hiroshima e Nagasaki ocorre num contexto mundial de perigo acrescido para a paz e a segurança dos povos. Todos os observadores estão de acordo que esta «guerra fria 2.0», além de ser carente de qualquer significado e justificação aceitáveis colocam o Globo terrestre inteiro numa situação de perigo idêntica ou superior à «Crise dos Mísseis de  Cuba» que colocou as duas super-potências de então à beira do confronto nuclear.
Acho importante rever e divulgar as circunstâncias históricas que rodearam o lançamento de bombas nucleares deliberadamente sobre populações inteiramente indefesas, num país absolutamente derrotado e cujo governo implorava pela abertura de negociações com vista à rendição. 
Muito mais do que um ato bárbaro de vingança por parte dos vencedores, foi um ato bárbaro de afirmação de poderio da superpotência triunfante e de aviso e ameaça muito direta aos aliados da véspera (a União Soviética). 
Assim, este crime contra a humanidade está inteiramente por julgar, por avaliar seriamente, por historiadores e pelos cidadãos, pelos professores e pelos autores de manuais escolares. Enquanto tal assim for, será mais difícil para muitas pessoas compreenderem porque razão a luta pela paz, pelo desarmamento geral, pela interdição das armas nucleares, é uma luta absolutamente prioritária. Será mais difícil, porque as pessoas comuns não imaginam que dirigentes e governos supostamente «democráticos» e lutando contra o fascismo, como foi o caso de Truman (e de Roosevelt), possam dar ordens criminosas, não por engano, mas com pleno conhecimento das consequências, para jogarem no tabuleiro do «jogo de xadrez das superpotências».

Quem pensa que eu estou interessado em levantar esta questão por «anti-americanismo», está completamente equivocado, pois eu amo o povo americano assim como todos os outros povos da terra. Não deixo de ver, justamente por isso mesmo, a necessidade de nos educarmos em relação aos poderes estatais que se autorizam (a si próprios!) a usar todas as armas proibidas e que as proíbem aos outros (menos fortes), sem a mínima preocupação humanitária, usando cinicamente os discursos do medo e do engano permanente para manterem adormecidas as consciências dos seus cidadãos.  

domingo, 6 de agosto de 2017

PENSAMENTO CRÍTICO



É realmente paradoxal verificar-se que, na época em que se dá uma explosão das tecnologias de informação, as pessoas sejam tão pouco e sobretudo tão mal informadas. 

O que passa por informação e por cultura é, quase sempre, ao nível dos mexericos, das frases feitas, dos slogans; não tem nada que ver com o trabalho interior da pessoa que reflecte, que assimila verdadeiramente, ou seja, faz suas as palavras e ensinamentos dos grandes mestres. 
Aliás, as pessoas só estarão aptas a exercer um papel verdadeiramente crítico, de leitores críticos, das obras dos seus contemporâneos, quando realizam o tal «trabalho interior».

Em qualquer domínio, somos confrontados essencialmente com o mesmo fenómeno. Descrevo abaixo alguns exemplos:

- Na música pop, sucedem-se vertiginosamente «celebridades», fabricadas por máquinas mediáticas, como meros produtos lançados no mercado à custa de campanhas publicitárias. 
Estas mesmas «celebridades», que ocupam agora as primeiras páginas dos jornais, ou os primeiros planos das notícias televisivas, dentro de meses ou, no máximo um ou dois anos, estarão relegadas para um lugar perfeitamente secundário, quando não completamente esquecidas. 

-  A política tornou-se uma espécie de corrida para a fama, para a popularidade. Todos os partidos e agrupamentos políticos, por esse vasto mundo, embarcaram nessa maneira de fazer política.
A dimensão de «pedagogia cívica» desapareceu completamente. Ela pode ser invocada ao nível do discurso, mas a prática é exactamente o contrário disso: chame-se endoutrinamento, propaganda, «public relations», o facto é que os partidos políticos se transformaram em gigantescas máquinas de caçar votos e dinheiro.  
O dinheiro e o poder são as duas faces da mesma realidade. Os estados-maiores que estabelecem as linha-mestras das campanhas eleitorais constroem o discurso que mais agrade ao eleitorado. Esta construção e difusão beneficia das contribuições pecuniárias, nada desinteressadas, de pessoas e de empresas interessadas em influir nos eleitos. 

- Ao nível da transmissão, os saberes académicos, sobretudo em áreas sensíveis para o exercício do poder político/económico, como economia, sociologia, e outras ciências sociais e humanas, mas também nas ciências «duras» (física, química, biologia, etc...), estão fossilizados. Só se ensinam teorias «consensuais», não havendo realmente espaço de difusão do conhecimento de outras formas de teorizar, de construir um discurso científico. 
Quaisquer tendências críticas são postas à margem pelos que ocupam lugares de poder dentro da academia. 
Este exercício do poder, nas esferas do conhecimento, tem como corolário que a grande maioria das pessoas que frequentam estudos e se diplomam têm um pensamento perfeitamente estereotipado, convencional, nada propício a «rasgos de génio». São pessoas que meramente repoduzem o que assimilaram: as formas de pensar, de estar na vida, de encarar os problemas sociais, totalmente convencionais. 

Poderia dar outros exemplos, mas penso que estes acima já são suficientes para o leitor ajuízar e procurar por si próprio, observando à sua roda. 
É certo que existem múltiplos casos, que ilustram como as coisas funcionam verdadeiramente nesta sociedade. 

Face a esta situação generalizada, a minha resposta tem sido a de construir pequenos ilhéus de  pensamento crítico, de diálogo e intercâmbio sem fronteiras. 
Claro que estes espaços reais e/ou virtuais são obra colectiva. Logicamente, não estou isolado a realizar esta tarefa. Não pretendo liderar aqueles que comigo têm participado, ao longo dos anos, nesta construção. 
Porém, parece-me importante chamar a atenção para um aspecto da questão, às vezes descurado: tenho visto que muitas pessoas, ao pretender agir no âmbito social, falham porque não têm um propósito claro, bem estabelecido, bem amadurecido. 
No meu caso pessoal, o meu combate essencial, em vários domínios de intervenção social, política (e, mesmo, no domínio da teoria) tem sido o de abrir espaços de discussão livre, de diálogo desinibido, de construção colectiva de um saber crítico, aplicável no quotidiano das pessoas. 
Desde há décadas que tenho este propósito, embora talvez não o tenha confessado nunca, tão explicitamente. 
Seja este ou outro qualquer, o que me parece importante é que as pessoas tenham um propósito claro naquilo que fazem. Podem não o explicitar para o exterior, mas devem fazê-lo para si próprias. 


sábado, 5 de agosto de 2017

MAKE BELIEVE...[+ BIOGRAFIA DE JOSEPHINE BAKER]


«Make Believe»
Music by Jerome Kern
Lyrics by Oscar Hammerstein II
                            


SONG LYRICS:

Only make believe I love you
Only make believe that you love me
Others find peace of mind in pretending
Couldn't you? Couldn't I? Couldn't we?

Make believe, our lips are blending
In a phantom kiss or two or three
Might as well, make believe I love you
For to tell the truth, I do.

The game of just supposing
Is the sweetest game I know
Our dreams are more romantic
Than the world we see.

And if the things we dream about
Don't happen to be so
That's just an unimportant technicality.

You and I have never met
We need not mind convention's P's and Q’s.

If we put our thoughts in practice
We can banish all regret
Imagining most anything we choose.



Joséphine Baker (1906-1975), por nascimento Freda Josephine McDonald, foi uma cantora, dançarina, actriz, estrela de revista e resistente francesa.

Foi a primeira vedeta negra. Começou a ficar famosa em Paris, em 1925 dançando semi-nua, na «Revue nègre». 




Avec
Un tout petit, petit rien de rien
Les femmes
Obtiennent tout ce qui leur convient
C'est formidable!
Avec
Leurs tout petits, petits, petits moyens
Elles savent
Troubler le sexe masculin
Mine de rien
Elles attrapent même les plus adroits
Croyez-moi
Avec
Leur tout petit je-ne-sais-quoi
Qu'elles viennent de Rome ou de Brooklyn
Ou même de Copenhague
Qu'elles veuillent une paire de ballerines
Ou même une simple bague
Un peu de charme, un peu de larmes
Et l'affaire est dans l' sac
Avec
Un tout petit, petit rien de rien
Les femmes
Obtiennent tout ce qui leur convient
N'est-ce pas, Mesdames?
Avec
Leurs tout petits, petits, petits moyens
Elles savent
Troubler le sexe masculin
Mine de rien
{x2:}
Elles attrapent même les plus adroits
Ho ho ho... Croyez-moi
Avec
Leur tout petit je-ne-sais-quoi


Adoptou a nacionalidade francesa em 1937 e desempenhou um papel importante, durante a II Guerra Mundial, na resistência. 




Utilizará depois sua enorme popularidade para lutar contra o racismo e pela emancipação dos Negros.


Vejam o documentário abaixo; «A Primeira Super-Estrela Negra»: