quinta-feira, 9 de março de 2017

CONCERTO ITALIANO DE BACH - POR LANG LANG

Uma performance ao vivo cheia de gosto de viver,  exprimindo a essência alegre e jubilatória de J.S. Bach e a sua quintessência da música italiana, que ele estudou com paixão.

O Concerto Italiano BWV 971 foi intitulado originalmente «Concerto ao Gosto Italiano», composto para Cravo de dois teclados, por Johann Sebastian Bach e parte da recolha editada Clavier- Ubung II. 
Movimentos: 1. Sem indicação de tempo; 2. Andante; 3. Presto.

Lang Lang não é mais um pianista: é o jovem virtuoso mais aclamado em todo o mundo. Ele nos ensina a ouvir, como pela primeira vez, os grandes trechos da música ocidental.






quarta-feira, 8 de março de 2017

HOMENAGEM A SUMI JO

Sumi Jo, soprano lírica de nacionalidade Sul Coreana, encantou os palcos do mundo inteiro com sua voz versátil e impecável. 

Do «Beijo» de Arditi, ou da Aria «Sposa Son Disprezzata» de Vivaldi da ópera Bajazet, até ao tango «Besame Mucho»...um constante prazer auditivo.







                                         



Uma grande artista dedica em palco o Ave Maria de Schubert ao Pai, recém falecido



WIKILEAKS: VAULT 7 REVELA SISTEMÁTICO HACKING PELA CIA


«VAULT 7» revela toneladas de evidências, libertadas pela coragem de um «insider» da CIA. Esta informação tornada pública permite avaliar a extensão que tomou o «Estado de vigilância generalizada». 
Novamente constata-se que o espectro da ciberguerra é o maior perigo de guerra no século XXI.





segunda-feira, 6 de março de 2017

SOLUÇÕES MALTHUSIANAS E HUMANAS Á CRISE SISTÉMICA

O reino da mercadoria (o capitalismo) foi sofrendo mutações que o adaptaram aos novos tempos, onde a automatização se substituiu ao trabalho biológico, de humanos e animais.
Assim se forma e se mantém um exército de desempregados, já não o proletariado «lumpen» dos séculos XIX e XX, mas com semelhante marginalidade em relação ao processo produtivo, onde simplesmente não têm lugar (nem como produtores, nem como consumidores).

A curto prazo, vai continuar a haver necessidade de manter esse novo lumpen numa falsa economia, em que pensam estar a contribuir para sua sustentação económica. Muitas das actividades na era pós-industrial são, na verdade, de utilidade marginal ou nula em termos de produção e acumulação de capital. Porém, esta organização social é conveniente, quer aos magnates, quer aos Estados, que estão ao abrigo de explosões sociais, insurreições e revoluções.
É - no entanto - um mercado artificial, criado à medida de uma sociedade decadente, vivendo do capital acumulado no passado e de novas acumulações, obtidas pela sobreexploração de países ex-coloniais ou neocoloniais*.

No longo prazo, haverá duas soluções possíveis:

A solução malthusiana (Thomas Malthus) consiste em fomentar guerras, fomes, catástrofes de toda a ordem, que dizimem a população supranumerária, para que os recursos terrestres cheguem para os restantes. Penso que tem sido, até agora, a orientação predominante.

A outra solução é a redistribuição da riqueza e do poder, mas não de maneira autoritária, como no «socialismo» ou «comunismo» estatista. Antes num novo paradigma, em que autonomia, autodeterminação e autogestão sejam - de facto - os princípios constitutivos das comunidades.
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[*Portugal é uma neocolónia dos países ricos da UE, ela própria uma província-protectorado da superpotência EUA.]

domingo, 5 de março de 2017

PARA OUTRA ABORDAGEM DAS NOTÍCIAS

«Um patrão exprime a sua opinião... está a falar sobre economia; um sindicalista exprime a sua opinião... é um discurso de militantismo» (citação do video abaixo)

Gosto bastante da abordagem deste jovem investigador francês em ética, que podeis ver/ouvir abaixo. Ele toca assuntos de grande relevância para a sociedade mundializada em geral, sobretudo em face da tentativa de retoma da hegemonia do «consenso» neoliberal que domina a paisagem dos meios de comunicação de massas (msm).

Nós encontramos amiúde um discurso em torno dos «factos», propalado de maneira acrítica, por aqueles mesmos que decidem se determinado facto é ou não relevante para colocar no seu órgão de informação... este simples raciocínio, que aliás pode ser perfeitamente legítimo se não for ocultado, mostra como o discurso do poder (do neoliberalismo) se «naturaliza» ao ponto dos reprodutores dessa ideologia não terem consciência de que o são, muitas vezes. 

Como me tenho confrontado com fenómenos semelhantes desde há muito tempo, cheguei à conclusão de que devemos contrariar estas tendências totalitárias do discurso do poder através do nosso espírito crítico. 

Devemos desconstruir o discurso ideológico, deve-se pensar criticamente por oposição a um «decorar» de factos ou de pseudo-factos, ingurgitados acriticamente e não susceptíveis de revisão, ou seja, transformados em peças de um «credo»... 
Este programa é exigente. Não será fácil de seguir, mesmo por aqueles que estejam convencidos de que é o melhor caminho possível.

Só no longo prazo é que esta abordagem dá frutos, pois as pessoas «não-críticas» vão estar determinadas por «reacção a» isto ou aquilo, enquanto as pessoas com senso crítico (e auto-crítico) vão conseguir navegar melhor num oceano de tormentas, que virá - que JÁ está aqui - à medida que a crise terminal do capitalismo se agrava.




sexta-feira, 3 de março de 2017

PAPEL DAS FA NO CONTEXTO ACTUAL



18H30 - Debate sobre Papel das Forças Armadas no contexto actual
20H00 - Jantar vegetariano

No próximo dia 11 de Março, na Fábrica de Alternativa de Algés, apelamos a todos os colectivos e pessoas da região de Lisboa e do país para convergirem numa JORNADA. 

A nossa JORNADA, sob a bandeira da paz e do anti-militarismo, não se destina a ser apenas mais um «evento». Ela será o ponto de arranque para uma campanha aprofundada. O objetivo desta campanha é o completo esclarecimento do papel que é destinado à força militar atualmente no nosso país, no quadro da globalização capitalista. Serão apresentadas evidências do papel subordinado do governo e dos restantes órgãos de soberania, nas ações militares que são incumbidas às FA sob bandeira da NATO, da ONU e da UE. 

Com todos os coletivos anti-globalistas, anti-militaristas e pacifistas, que assim desejarem, propomos a redação e divulgação de uma declaração pública.

Mas, além do momento que irá constituir esta JORNADA, desejamos que sejam estabelecidas propostas de acção.

CONTAMOS com a contribuição de todos, esperando que ela se traduza em propostas exequíveis, para realizar no curto/médio prazo.



quarta-feira, 1 de março de 2017

UMA INEVITÁVEL ASCENÇÃO E UMA PREVISÍVEL QUEDA


Inevitável? Refiro-me à ascenção do FN e de Marine Le Pen. 

                               

Sim, inevitável, porque tudo o que se passa nos meandros da política francesa vai no mesmo sentido: isto é, cada vez mais os erros dos políticos do establishment, quer sejam da direita ou da esquerda, empurram os eleitores para os braços da extrema-direita. Até mesmo a diabolização de Trump pela média mainstream, com o falso paralelo entre o fenómeno Trump e o fenómeno Marine Le Pen, vêm dar mais lustro à «alternativa», que afinal joga apenas na superfície.
Escrevo-a entre aspas pois é uma «alternativa» entre facções da oligocracia, como expliquei em devido tempo neste blog, a propósito da contenda entre a Hillary e o Donald.  
Igualmente, tudo está sendo feito no sentido de dar força à extrema-direita, revestida das cores da defesa da nação, do povo, etc. 
Porém, é a oligarquia do dinheiro que decide as eleições de um lado e do outro do Atlântico. Foi ela que permitiu que Trump vencesse: preferiu alimentar a ilusão dos eleitores - descontentes com o sistema - mas incapazes de ver, para além dos discursos e slogans de campanha, a «real realidade» do poder político nos EUA. 
Do mesmo modo, a cleptocracia eurocrática prefere que «vão para a fogueira» alguns dos seus pares da política mainstream, como François Fillon, para dar contento às massas, fazê-las crer que elas mandam qualquer coisa. 
Tudo parece conjugar-se para que Marine Le Pen obtenha um bom score na primeira volta das presidenciais, que se distancie os candidatos mais próximos, nomeadamente, de Macron
- Estará a oligarquia pensando que uma «união sagrada» de todos os outros candidatos em apoio ao delfim do regime, Macron, será uma boa coisa?
Este mecanismo operou nas eleições presidenciais de 2002 que levaram o Presidente Chirac a confrontar-se com Jean-Marie Le Pen (o pai de Marine). Toda a «classe política mainstream» e grande parte do eleitorado esperam uma repetição do cenário.

A surpresa (o cisne preto) será algo que sai fora no quadro acima traçado, mas cuja eventualidade não foi prevista por ninguém ou quase. 
Pode acontecer o «impensável», pela simples razão de que o público em geral não é informado, mas submetido a doses constantes de propaganda. 
A forma mais insidiosa de propaganda é a que se disfarça de sondagens à opinião dos eleitores. Estas sondagens são falsificadas de mil e uma maneiras, para satisfazer os que encomendam a sondagem. Isto passou-se com a recente campanha eleitoral americana. Foi com isso que se tornou «impossibilidade», no espírito de muita gente, a eleição de Trump.
Muitas situações inesperadas podem, no entanto, ocorrer: A diferença nas sondagens, entre o candidato mainstream dado como favorito (Macron) e Marine Le Pen, tem vindo a diminuir semana após semana. Pode dar-se o caso de, na realidade, ser muito menor do que a media e as sondagens fazem crer. 
Na segunda volta, uma percentagem significativa de eleitores poderia não estar disponível para apoiar Macron, um peão saído do banco Rothchild. Ou um número significativo de abstencionistas da primeira volta, mobilizarem-se para votar «Marine» na segunda volta... ou outra mudança qualquer, não prevista nas sondagens. 

Estou interessado em compreender a política a um nível profundo, não em fazer vaticínios ou distribuir sanções e/ou prémios morais aos candidatos. 
Certamente, existe uma rede de interesses por detrás de cada candidato à presidência. No momento da segunda volta, não apenas os eleitores se polarizam, também os grupos de interesses fazem alianças ou - pelo contrário - rompem pactos, por detrás da cortina. Para mim, é um dado adquirido que a grande finança está apostada em reduzir a expressão política da classe trabalhadora, por muito reformista e inócua que ela seja. 
Os oligarcas sabem que se aproximam tempos difíceis. Na sua perspectiva, é preciso uma mão pesada que possa intimidar, ou mesmo calar, os explorados demasiado incómodos. 
Já sabemos, de múltiplos exemplos passados, que os regimes de democracia liberal são fascismos encapotados, porém a oligarquia tem necessidade da extrema-direita para fazer o trabalho sujo.  

No contexto, já não apenas francês, mas europeu, o grande capital financeiro e industrial sabe que é preciso sair do imbróglio de políticas contraditórias em que a casta política eurocrática se meteu e meteu o projeto europeu... O contexto de estagnação da zona euro, a crise larvar institucional, não podem durar muito mais. Será que eles querem «fazer rebentar o furúnculo»? 
Talvez... Neste caso, o esvaziamento controlado da União Europeia, permitiria o retomar das rédeas e, sobretudo, moldaria a paisagem política a contento dos poderosos. 



Alternativamente, não haveria senão a revolução. Porém, o perigo (para o grande capital) de uma insurreição não está na agenda. 
Para tal, tem contribuído o completo fracasso das forças sociais e políticas (partidos e sindicatos) que se têm atribuído a representação dos  trabalhadores na Europa. A oligarquia está bem ciente disso.
Coloco como hipótese, a ser confirmada ou não no futuro próximo, o seguinte:
A oligarquia pretende que a UE seja desmontada. Os chamados populismos farão o papel de «engenheiros em demolições».