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segunda-feira, 12 de dezembro de 2022

HOLANDA: MODELO DE ECOMODERNISMO E UTOPIA TECNOCRÁTICA? [por Colin Todhunter]




O capitalismo de desastre e as narrativas da crise são presentemente usadas para manipular o sentimento popular e empurrá-lo para uma série de políticas desagradáveis que - de outro modo - não teriam aceitação política suficiente.


Tais políticas são promovidas por opulentos interesses que decidiram fazer biliões graças ao que está sendo proposto. Eles procuram obter controlo total da alimentação e de como esta é produzida. A sua visão relaciona-se com uma agenda mais vasta, que pretende moldar como a humanidade vive, pensa e atua.

Ao longo de grande parte de 2022, as manifestações dos agricultores holandeses estiveram presentes nos cabeçalhos. Os planos para diminuir para metade a produção de azoto na Holanda pelo ano de 2030, originaram os protestos de massa. O governo fala de que é preciso abandonar a agricultura baseada na produção animal e suas emissões com impacto no clima. 

Esta «transição nos alimentos» está frequentemente associada com a promoção da agricultura de «precisão», da engenharia genética, de um menor número de agricultores e explorações agrícolas e dos alimentos sintéticos. Esta transição é promovida sob a bandeira de ser «amiga do clima» e entronca na narrativa da «emergência climática».

 Willem Engel, que defende a agricultura tradicional, considera que o governo holandês não  procura eliminar os agricultores da paisagem por razões ambientais. Trata-se antes do projeto da «Cidade dos Três Estados», uma megapolis com uma população de cerca de 45 milhões, estendendo-se por áreas da Bélgica e da Alemanha.

Engel sugere que a «crise do azoto» está a ser manipulada para levar a cabo políticas que irão resultar numa reconfiguração da paisagem do país. Ele faz notar que o principal emissor de azoto na Holanda não é a agricultura, mas a indústria. No entanto, a terra atualmente ocupada com explorações agrícolas é estrategicamente importante para industrias e para habitação.

O conceito de uma megapolis dos três Estados, baseia-se numa região «verde» urbana gigantesca, conectada por «tecnologias inteligentes» que podem competir de forma rentável com as metrópoles gigantes que existem na Ásia, em especial na China. 

O governo holandês anunciou recentemente planos para compra de até 3 000 explorações agrícolas num lance destinado a satisfazer os objetivos controversos de reduzir a emissão de substâncias azotadas dos adubos sintéticos. A ministra holandesa do azoto Christianne van der Wal diz que serão oferecidos aos agricultores mais de 100 % do valor das suas explorações. Mas existem planos para expropriações em 2023, caso as medidas voluntárias falharem.

O que vemos agora na Holanda, será o passo inicial para tentar fazer o público aceitar cultivos GM (Geneticamente Modificados), «alimentos» feitos em laboratório e 90 % da humanidade ser enlatada em megacidades?

E será só coincidência que a seguinte visião do futuro eco-modernista surja em holandês no site baseado na Holanda, RePlanet.nl?

Diz que por volta de 2100 haverá dez milhares de milhões de pessoas no planeta:

"Mais de 90 %  destas viverão e trabalharão na cidade, comparados com 50 % em 2000. Em volta da cidade há grandes quintas cheias de culturas geneticamente modificadas que dão um rendimento quatro vezes maior em relação ao do início do século 21. ”

Também assinala que - para além das terras cultivadas - começa  a natureza, que então ocupará a maior parte da superfície do nosso planeta. Enquanto em 2000, metade da superfície terrestre era usada pelos humanos, em 2100 será somente um quarto.  O resto será devolvido à natureza, à biodiversidade e as emissões de CO2 regressarão ao nível anterior a 1850, enquanto quase ninguém sofrerará de pobreza extrema.

Aqui está o plano: Expulsai dos agricultores das atividades agrícolas, tomai suas terras para urbanização e reservas naturais; viveremos felizes para sempre, alimentados por culturas geneticamente transformadas e alimentação sintética produzida em fermentadores gigantes. Nesta terra tecno maravilha, ninguém será pobre, todos serão alimentados.

É a visão tecnocrática, onde o domínio dos atuais conglomerados da indústria alimentar permanece intacto e fica mais solidamente enraizado. As políticas são reduzidas a decidir-se como melhor manipular o sistema, de modo a obter ganhos (lucros) otimizados.

Neste futuro, as plataformas digitais irão controlar tudo, serão o cérebro da economia. A plataformas de e-comércio estarão embebidas no sistema, quando a Inteligência Artificial (AI) e os algoritmos planearem e determinarem o que vai ser produzido e distribuído, e como vai ser.

Seremos reduzidos a pouco mais que o estatuto de servos, enquanto uma mão-cheia de megacorporações controla tudo. Conglomerados como a Bayer, Corteva, Syngenta, Cargill e outros, trabalharão com a Microsoft, Google e as grandes tecnológicas que irão gerir as culturas dirigidas por AI, sem agricultores; o comércio será dominado por gigantes do retalho, do género de Amazon e Walmart. Um cartel de donos dos dados, de fornecedores de elementos com copyright e megagrupos de retalhistas, estarão ao comando supremo da economia, regurgitando alimentos industriais tóxicos. 

E quanto a representantes eleitos (se é que ainda existam em tal visão distópica)? O seu papel será fortemente limitado enquanto vigilantes tecnocráticos destas plataformas.

Esta é a visão para onde nos quer conduzir a classe hegemónica do tipo da Gates Foundation, da Grande Agritec, da Grande Finança (digital), da Grande Farma e de «ambientalistas» do género do jornalista George Monbiot.

Ele dirão que é para o vosso bem. Para evitar a fome e carências e para garantir que a vida selvagem será protegida, que o planeta será «salvo», que pandemias devidas a zoonoses serão evitadas; qualquer cenário apocalíptico será impossível.

O sistema de produção alimentar atual está em crise. Mas, muitos dos seus problemas foram trazidos pelos mesmos interesses corporativos que estão por detrás do que foi delineado acima. Eles são responsáveis pelo regime alimentar fundamentalmente injusto, conduzido pelo Banco Mundial, Organização Mundial do Comércio e pelo Fundo Monetário Internacional, cujas políticas são implementadas em benefício daqueles interesses corporativos.

Estas corporações são responsáveis pela degradação do solo, pela contaminação devida ao escorrimento de fertilizantes nas redes hídricas, pelo deslocamento das populações rurais e pela tomada de suas terras, a sua fuga para urbes sobrepovoadas e a proletarização (ex- produtores independentes, reduzidos a trabalho assalariado ou desemprego), a redução massiva do número de aves e de insetos, a menor diversidade nas dietas, a crise de saúde pública, em espiral crescente, devido à utilização intensiva de produtos químicos na agricultura, etc.

Porém, apesar dos problemas enormes causados por este modelo de agricultura, é uma verdade inconveniente que a agricultura dos camponeses (com baixo consumo de energia) – não a agricultura industrializada – continua a alimentar a maioria do mundo embora o modo industrial seja o principal devorador de subsídios e recursos.

Os que promovem a visão eco-modernista estão a usar preocupações genuínas em relação ao ambiente, para avançar sua agenda. Mas onde começa, então, o ambientalismo genuíno?

Ele não começa com a democracia sendo comprada (ver artigo How big business gets control over our food) ou coerção estatal (veja WikiLeaks: US targets EU over GM crops) para obter culturas GM e a sua comercialização.

Não começa com agricultura «de precisão», onde a técnica de «correção genética» e outras do género, são análogas a usar um enorme cutelo e constitui vandalismo genómico (segundo o professor de Harvard, George Church).

Não começa nem acaba com culturas geneticamente modificadas, que falharam em satisfazer suas promessas e plantas quimicamente nutridas, que são usadas como «fonte de alimento» para fermentadores consumidores de energia, onde tal matéria é transformada m alimentos.

Nem começa nem acaba com o Banco Mundial/ FMI a usarem a dívida (veja artigo Modi’s Farm Produce Act Was Authored Thirty Years Ago)  para provocar  dependência, para deslocar populações, para juntar as pessoas em cidades sobrepovoadas e retirar a humanidade da sua tradicional conexão com a terra.

Muitos dos problemas acima mencionados poderiam ser ultrapassados no longo termo, dando prioridade à soberania alimentar e de sementes, à produção localizada, às economias locais e aos cultivos agroecológicos. Mas isto não é do interesse da Bayer, Microsoft, Cargill e outras porque nada disso se encaixa no seu modelo de negócio - pois, é mesmo uma séria ameaça para ele.

Em vez de forçar os agricultores a abandonar a sua atividade, o governo holandês deveria encorajá-los a cultivar diferentemente.

Mas isso requer uma outra mentalidade dos que descrevem a agricultura como um problema em ordem  fazer avançar a todo o vapor uma agenda baseada em contos de fada tecno utópicos sobre o futuro.

O sistema de produção alimentar baseado em modelo industrializado, de elevado input, químico-dependente e corporativo, que está viciado por interesses geopolíticos, esse é o problema real.

Hans Herren, Premiado com o Prémio da Alimentação do Mundo diz:

«Temos de arredar os interesses ocultos que bloqueiam a transformação com argumentos vazios de “o mundo precisa de mais alimentos” e conceber e implementar políticas que olhem para diante...Possuímos todas as evidências científicas e práticas de que as abordagens agroecológicas à produção alimentar e à segurança na nutrição funcionam com sucesso.”

Estas políticas iriam facilitar os sistemas produtores localizados, democráticos e o conceito de soberania alimentar, baseado em otimização da autossuficiência, em princípios agroecológicos e no direito à propriedade cultural dos produtos alimentares e que as comunidades possuam e tenham a gestão comum dos recursos, nomeadamente, da terra, água, solo e sementes.»

Porque, quando se discutem alimentos e agricultura, aqui é que o ambientalismo genuíno começa.

Colin Todhunter é especialista em alimentação e agricultura e é Investigador Associado do «Centre for Research on Globalization» em Montreal. Pode ler o seu minilivro "Food, Dependency and Dispossession: Cultivating Resistance", aqui.

sábado, 18 de junho de 2022

MITOLOGIAS (VII) O GRANDE MITO DO NOSSO TEMPO



O pensamento sobre o mundo que nos rodeia é condicionado pela nossa experiência sensível. Mas não é essa experiência sensível. Esta, depende dos aparelhos sensoriais de que somos dotados, não se pode dissociar da «janela de realidade» à qual eles estão associados. Por exemplo: os olhos humanos estão limitados, na sua capacidade de  deteção, ao espectro visível das radiações eletromagnéticas; a gama de sons que os humanos conseguem ouvir está limitada a um certo intervalo de frequências.
Mesmo que a humanidade tenha superado muitas das limitações à perceção direta do real, através de instrumentos, estes são - afinal - órgãos sensoriais artificiais, como o microscópio, o telescópio, etc.: a perceção tem limites.
Mas, além disso, todo o equipamento científico contemporâneo é baseado nos pressupostos afirmados por uma elite científica nos vários campos e aplicam-se as leis da física. Estas leis, não apenas formam a trama da nossa compreensão do Universo, como são o fundamento sobre o qual construímos os instrumentos, físicos e concetuais, sobre os quais repousa o nosso saber científico.
O Bios é um domínio especial do Cosmos. Pode-se colocar a hipótese de que qualquer ser biológico esteja dotado de sensibilidade e duma forma de consciência, a qualquer nível de complexidade em que realizemos o nosso inquérito. Assim, em relação a bactérias, ou a células integradas num tecido do corpo, não se pode falar duma ausência de sensibilidade, mas de sensibilidade adaptada às suas funções vitais. Esta sensibilidade é finalizada: Claramente, possui um propósito que é o de viver, de continuar a existir enquanto conjunto coerente e integrado. Esta situação é comum a qualquer célula, seja com vida independente, ou integrada num conjunto mais vasto. Note-se que, todas as células estão relacionadas entre si pela descendência; uma célula descende sempre de uma outra, ou outras, células. Temos portanto, para cada célula, seja ela de vida autónoma ou integrada num organismo, a sensibilidade e a «genealogia»: Não serão estas duas características suficientes para determinar que estas unidades de matéria viva, possuem propósito e, mesmo, consciência? O problema é antes devido ao facto da nossa mente estar amarrada ao materialismo mecanicista persistente, disseminado como «senso comum» na nossa época.
Não podemos nos dissociar do instrumento de medida, para fazer uma medição de algo. O princípio da incerteza  de Heisenberg tem grande importância teórica na Física Quântica. Mas, ao nível da filosofia do conhecimento (ou epistemologia), devia-se também adotar o postulado de que não podemos nos debruçar sobre qualquer realidade, empírica ou conceptual, sem que o «aparelho conceptual/metodológico» que é o nosso, deixe de interferir na observação, na interpretação dos dados e na teoria que as enquadra. Trata-se de um vai-e-vem, pois a teoria é influenciada pelas observações do objeto sob investigação, mas o referido objeto não é «visível» sem  teoria explícita, ou implícita. O exemplo seguinte, dá uma ideia do que pretendo exprimir: Quando os humanos olham a Lua, veem mais do que um disco brilhante no céu; veem a Lua como planeta, como satélite do nosso planeta, cujas propriedades foram descobertas ou confirmadas pelas viagens do homem à Lua no século XX, etc. Os homens da antiguidade viam a Lua como Deusa, ou como uma manifestação especial da Divindade. Não há nenhuma civilização ou cultura que veja a Lua somente como um "disco esbranquiçado, no céu noturno". De facto, quando se olha para a Lua é impossível vê-la, simplesmente e somente, assim.
A um nível sistemático pode-se dizer que a observação direta ou mediatizada por instrumentos técnico-científicos, de um qualquer objeto, está profundamente imbuída do modo como nós - indivíduos dentro de determinada cultura, sociedade, época - vemos e pensamos o Mundo. Note-se que a conceptualização do objeto se enquadra dentro da nossa visão do real. 
Tenha-se em conta que existem muitos casos, na história das ciências, em que - literalmente - os cientistas observaram determinado ser ou fenómeno, sem o reconhecer enquanto algo digno de ser analisado, estudado, descrito em detalhe, investigado. Não foi por descuido ou miopia, mas porque não possuíam o conceito que lhes permitia isso: Este, foi criado e desenvolvido depois, noutra geração de cientistas. A partir desse momento e não antes, tal conceito poderá ter sido usado para descrever e estudar o referido objeto ou fenómeno. A transformação deu-se ao nível do domínio cognitivo  ou psicológico; quanto ao objeto, ele sempre foi igual, ou equivalente.
Assim, a realidade que nos dizem ser a «ultima ratio» da ciência, não é mais que um conjunto de visões ou preconceitos duma dada época. Não existe visão «objetiva» na ciência: Há pesquisas, mas elas ocorrem no interior dum certo aparelho ideológico/científico; existe um enquadramento dos fenómenos, das observações, das experiências, dentro do paradigma aceite.
Esse paradigma é difícil de modificar, muitas vezes: Se o pensamento dos físicos fosse realmente objetivo, eles teriam adotado, muito antes de Copérnico, a interpretação heliocêntrica. Existe prova segura de que tal teoria foi enunciada por filósofos gregos da antiguidade. Eles, aliás, forneceram muitos argumentos em apoio de tal teoria.
Uma situação análoga se verificou com a Teoria da Relatividade de Einstein: Muitos cientistas notáveis, na primeira década do século XX, recusaram a teoria de Einstein. Curiosamente, o próprio Einstein, que recebeu o Prémio Nobel, não pela sua Teoria da Relatividade, mas pela explicação do efeito fotoelétrico (um fenómeno quântico), era cético em relação às interpretações da Física Quântica, que outros cientistas desenvolveram na primeira metade do século XX. Ele recusava a existência duma indeterminação ontológica, no íntimo da matéria.
A abertura não é sempre caraterística do pensamento dos científicos. A ideia de que o cientista típico é alguém com grande criatividade intelectual, que pensa fora da rotina, do convencional, é muito romântica, mas totalmente errada, especialmente na nossa época. Com efeito, nos laboratórios de pesquisa ou departamentos científicos das universidades, o mais frequente são atividades de reprodução, com maior ou menor variação, é continuação dos caminhos já traçados. As propostas mais inovadoras são - com frequência - rechaçadas. Os cientistas em posições dominantes, decidem sobre a atribuição - ou não - de créditos para tal ou tal investigação. Eles têm receio de que um projeto envolvendo demasiadas incógnitas, não dê origem a resultados publicáveis. A investigação científica tornou-se convencional, dominada por carreirismos e pouco favorável - afinal - à verdadeira inovação. O único aspeto que mantém este sistema institucional, é a capacidade em atrair financiamentos (estatais e privados). Por outras palavras, os responsáveis pelos laboratórios e institutos especializaram-se em fazer «lobbying», em captar verbas para suas linhas de investigação, para suas instituições.
A ignorância científica, ao contrário do que muitos pensam, está em progressão na nossa sociedade e o fenómeno tem-se acelerado. Os programas do ensino secundário são cada vez mais «leves», nas componentes científicas. Os adolescentes não têm contacto com a ciência experimental, propriamente dita. O que chamam de «revolução» informática consiste em transformar jovens em «ratinhos de laboratório», conectados ao computador, que reagem a estímulos e são mantidos numa dependência (como a adição aos jogos de computador). Isto dá enorme satisfação aos adultos (os pais, ou os educadores), encantados, porque as crianças estão «muito sossegadinhas» em frente aos computadores!
Certos domínios, menos tecnologizados, como a epistemologia (a filosofia das ciências), podem ainda ter alguns progressos nesta civilização. Porém, a generalidade dos domínios tem uma produtividade real muito escassa. Porque razão afirmo tal coisa?  Porque, comparando resultados científicos de hoje com os dum passado não muito remoto (alguns decénios), verificam-se várias coisas imprevistas: Há uma multiplicação de artigos em publicações científicas, mas demasiados não correspondem a reais avanços nas respetivas ciências. Se fizermos uma medição qualitativa honesta, vemos que os investimentos e o número total de pessoas técnicas e científicas se multiplicaram, mas quanto ao progresso científico e técnico, deixam muito a desejar. Para uma mesma quantia investida, a ciência que se fazia há 50 ou mais anos atrás, era bem mais produtiva. Com menos, fazia-se mais, descobria-se mais e inovava-se mais. O aparelho dito científico tem, hoje, um papel de «validação» da sociedade tecnocrática. Isto é patente, por exemplo, em Medicina. Rios de dinheiro são gastos, sem real progresso na saúde da população geral. Este é o resultado mais visível.
Na sociedade futura, alguém que se debruce sobre a realidade da ciência do começo do Século XXI, irá espantar-se com os volumes de investimentos em investigação aplicada à medicina - que implicaram défices de investimentos noutras áreas - consentidos pelas pessoas e pelos Estados. Mas que são tragados por uma medicina devoradora de recursos,  ultra- tecnologizada e com resultados no inverso daquilo que seria de esperar. Com efeito, a população está cada vez mais doente. Está mais dependente dos cuidados de saúde, mais frágil, menos autónoma, em todas as faixas etárias, sobretudo nos países industrializados. 
Sabe-se perfeitamente que muitas doenças podem ser eficazmente combatidas com prevenção, educação e hábitos de higiene. Apenas esta abordagem é eficaz, ao nível populacional, para as doenças ditas «de civilização» (obesidade, diabetes, cancros, alcoolismo, doenças psíquicas, etc.). Isto não é do interesse das grandes farmacêuticas, pelo que as pessoas vão continuar a adoecer e consumir mais remédios, para lucro dos grandes acionistas destes empórios.

 


segunda-feira, 18 de abril de 2022

[PROPAGANDA 21, Nº13] ENTREVISTA COM PIERS ROBINSON


 Tenho escrito séries de artigos sobre propaganda e seu papel na atualidade da pandemia de COVID, assim como na guerra da Ucrânia.

Para os números passados de ambas as séries, clicar nos links:

https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2022/03/propaganda-21-n12-narrativa-do-poder.html

(NO NÚMERO 12, PODE ENCONTRAR OS LINKS PARA OS ANTERIORES)

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https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2022/04/cronica-da-iiimundial-guerra-biologica.html

(ESTA CRÓNICA DA IIIª GUERRA MUNDIAL TEM LINKS PARA AS ANTERIORES)

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Hoje, apresento o nº13 da série PROPAGANDA 21, com a entrevista, de Elze Van Hamelen, a Pier Robinson:

Este investigador da propaganda tem realizado estudos sobre fenómenos recentes, respeitantes ao papel dos Estados, dos governos, da media, na gestão da perceção do público. Ele mostra como a democracia, nos países ocidentais (em especial na Europa), tem sido esvaziada de todo o conteúdo.

Pela nossa parte, na primeira das séries acima mencionadas, temos posto em relevo que os grandes Media, Empresas Tecnológicas, Indústria Bélica e Governo, se têm incestuosamente coligado, para levar a cabo a guerra surda contra os seus próprios povos, aqueles que teoricamente eles «representam». 

A tomada de controlo pela tecnocracia nas sociedades ocidentais não se passa no futuro distante duma «ScFi» («Ficção Científica»): passa-se aqui e agora.

Mas, com a agudização da crise económica em toda a sociedade ocidental, as formas subtis de propaganda que conseguiram persuadir muitas pessoas (a «fabricação do consenso») podem estar nos seus limites. Começa a despontar a consciência nas pessoas de que têm sido manipuladas. Por isso mesmo, as pessoas deveriam perceber que «a crise do COVID» não desapareceu, continua e pode ser «reativada», sempre que convenha aos poderes.

Se esta consciência se alastra, o reflexo dos poderosos é aumentar o nível da repressão, é criar ataques de falsa bandeira para amedrontar os súbditos e justificar um «estado de exceção permanente». Mas, se isso tudo não chega, irão recorrer à guerra, como é o caso presente, em que querem arrastar toda a Europa para um holocausto coletivo, pra satisfazer a agenda delirante da ínfima oligarquia de bilionários, de banqueiros e de proprietários das grandes indústrias bélicas. 

Esta guerra da Ucrânia dá-lhes o pretexto, quer a ganhem ou percam no terreno, para instalarem formas totalitárias de governança nos países da Europa ocidental, tradicionalmente com regimes de «democracia liberal». Os instrumentos necessários para isso já existem: divisas digitais emitidas pelos bancos centrais, obrigatoriedade de passe vacinal para se viajar, ou para ir a múltiplos locais dentro do próprio país, etc. A deriva totalitária é fácil, porque já criaram ou estão a criar as condições para o controlo permanente através de apps, obrigatórias na prática, sem as quais não se poderá fazer nada. 

Mas, o melhor é ouvir a entrevista abaixo (ligar legendagem, em inglês, para seguir o diálogo)



PS1: Em complemento, um resumo de uma conferência muito oportuna sobre a «Guerra de Informação», da Pré-História até à Ucrânia. A guerra da informação é afinal sinónimo de propaganda de guerra. Joe Laurie faz uma panorâmica notável desta forma de guerra.

PS2: A media faz «black-out» sobre importante estudo, incidindo sobre um número elevado de pessoas, que demonstra que a inflação do coração é mais frequente em pessoas vacinadas com o COVID, do que na população não vacinada. Consulte AQUI.


terça-feira, 5 de abril de 2022

LUTA ENTRE BLOCOS MAS UM MODELO COMUM DE TECNOCRACIA



 Veja no link abaixo a conversa entre James Corbett e Iain Davies sobre «A Nova Ordem Mundial e como a ela nos podemos opor»

https://off-guardian.org/2022/04/04/watch-iain-davis-on-the-new-world-order-and-how-to-oppose-it/


Comentário : 

Se os protagonistas desta conversa têm razão, muito pouco se poderá fazer para proteção  contra tal tecnocracia totalitária pois a sua forma de domínio vai tomar controlo  sobre nossos corpos. 

Creio que, se eles estiverem corretos, só  haverá lugar para outro modo de vida nas margens: 

- Ou dentro da sociedade tecnologizada como «cyber-punks», 

- Ou fora das zonas onde reina o novo modelo de sociedade, junto de povos que sempre viveram próximo do limiar da sobrevivência, ignorados, com seu modo de vida ancestral, relíquias antropológicas anteriores às sociedades globalizadas pela ciberbiotecnocracia.


quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

CIDADÃOS PELA LIBERDADE DE PALAVRA

          VEJA NO CANAL ALTERNATIVO do BIT-CHUTE, NO LINK ABAIXO



                https://www.bitchute.com/video/S8xwFZ0swtI/

 Patrick Wood conversa com James Corbett, sobre uma organização não-governamental, não orientada para o lucro, para combater os ataques à liberdade de palavra, «free speech», que está sob ameaça: 

Citizens for Free Speech

Com 26 mil membros, a «CFFS» procura activar as pessoas ao nível local e ensiná-las a comunicar melhor as suas ideias e combater as ameaças às liberdades fundamentais que se verificam e que temos de enfrentar neste contexto de crise manufacturada.

sábado, 2 de dezembro de 2017

A CENSURA NA INTERNET & A «MINA DE OURO» DO CIBERESPAÇO

Comecemos por ver este Video censurado NO YOUTUBE, porque diz verdades incómodas. Estamos em plena era de censura soft, ao critério e arbítrio das grandes corporações. Não estás a ser informado/a; estás a ser condicionado/a. 
O des-condicionamento é uma viagem difícil, que implica tomares plena consciência,  sobretudo responsabilidade, sobre a tua vida, os teus gestos, a tua intervenção em todas as esferas, desde a mais íntima à global.
Podes, ainda assim, gostar de ser homem/mulher desta época. Não vejo isso como sendo mau ou estúpido. Mas todas as épocas têm o seus lados menos brilhantes, para não dizer negros.

A era da Internet global e da comunicação instantânea começa com uma batalha oculta e perversa pelas mentes. Pela tua e pela minha mente; pela mente do cidadão comum. Como é que esse combate é levado a cabo?
- Pelo controlo da narrativa.
Quem controla o passado, controla o presente e quem controla o presente, tem poder para controlar o futuro.
Histórias incómodas e aberrantes - para o universo estreito de ideias-feitas dos globalistas - são logo descartadas, censuradas, ridicularizadas, apontadas a dedo. Tudo o que saia fora da norma, da norma que ELES (os globalistas) instituíram, será deliberada e «cientificamente» suprimido. 

O exemplo do vídeo censurado acima, de autoria do jornalista independente James Corbett, é uma pequeníssima amostra de como as coisas se estão a processar neste momento. 
Claro que não possuímos uma estatística de quantos vídeos e sites são censurados deste modo, no Google, do Youtube, no Facebook, etc... mas tenho indícios seguros de que este tipo de censura é muito frequente. 

Usam sempre o pretexto de «falsas notícias, notícias fabricadas», as chamadas «fake news». Sem dúvida que existem: mas também é certo que é muito fácil uns «trolls» (assediadores anónimos) criarem sites de «fake news», discretamente financiados por ONGs ligadas às diversas agências globalistas. 

Mas não, não me importa tanto a questão da origem destes sites de «fake news»; o que me importa mais é a arrogância de indivíduos, inseridos em determinadas organizações e o facto de serem detentores de tanto poder. 
Se alguém anónimo, nem sequer um juiz num tribunal, tem o poder de queimar livros, de proibir a edição de um livro ou mesmo fechar uma casa editora... então, estamos perante um totalitarismo, sem dúvida. Mas qual a diferença disto em relação ao que se passa dentro da «internet globalista»? 
- Quando anónimos possuem um poder que lhes permite decidir que um canal independente é um canal de «fake news», não é isto sintoma dum poder totalitário? A diferença do suporte é tão irrelevante! Ser num suporte electrónico ou em papel é indiferente, para a questão da existência de censura, de ataque à liberdade de informação! 
E como é possível que certas pessoas, sempre tão prontas a indignarem-se contra os ataques à liberdade de pensamento e de expressão, deixem que seja exercida a mais insidiosa e perversa censura, que distorce completamente o espectro mediático, na medida em que as mensagens, os factos, os dados incómodos são sistematicamente ocultados? 
Ou são muito mais ignorantes que eu, sobre estes assuntos... ou são coniventes, porque o seu silêncio -comprado - lhes traz mais vantagens; sobretudo, não lhes traz o incómodo de arriscarem a sua carreira, o seu renome mediático, etc.

Sim; a ciberguerra já começou (há muito) e nós não tomámos dela plena consciência: É a guerra dos globalistas contra nós todos, independentemente do que somos, de onde vivemos, de  nossas preferências religiosas, ideológicas, etc... 

   - OS DADOS SÃO A «MINA DE OURO» GLOBAL

Vejam o vídeo abaixo do Corbett Report. «Data is the new Oil»

https://www.youtube.com/watch?time_continue=472&v=b7E9ZsrYnU0