PODERIO MILITAR
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sábado, 18 de novembro de 2023
4 FRAGILIDADES DO IMPÉRIO [ Parte II]
PODERIO MILITAR
quinta-feira, 6 de abril de 2023
MICHAEL PARENTI: «DESTRUIDORES DE NAÇÕES»
Michael Parenti é um professor universitário americano.
É a exceção na academia, não só dos EUA, como também do chamado «mundo ocidental».
Ele denuncia o imperialismo e desmascara o que significa, na verdade, a «democracia» que o poder imperial tenta implantar em todo o lado. É a destruição programada de tudo o que se opõe à sua hegemonia!
quinta-feira, 23 de março de 2023
DA HEGEMONIA Á MULTIPOLARIDADE... por Adeyinka Makinde
Adeyinka Makinde escreve sobre este tema o ensaio, talvez o mais completo e objetivo, dos que tive oportunidade de ler. Ele demonstra, para além de qualquer dúvida, que o Hegemon acumulou erros estratégicos, que lhe vão retirar a hipótese de manter o domínio num mundo unipolar. São esses mesmos erros que estão a empurrar a Rússia e todos os países Euroasiáticos a formar um eixo, tal como eu descrevi em várias ocasiões neste blog e no meu artigo anterior.
É paradoxal ver, no Ocidente, pessoas com uma formação em que os factos apontados pelo autor não possam ser ignorados, como por exemplo, jornalistas ou pessoas formadas em História Contemporânea, mas que adotam acriticamente os pontos de propaganda produzidos pelas máquinas de desinformação ao serviço do Império dos EUA.
Vale a pena ler o ensaio, no link abaixo. Está escrito em inglês, mas o site Global Research possui um sistema tradução em muitas línguas:
Gorbatchov com Helmut Kohl e H-D. Genscher (1990)segunda-feira, 23 de janeiro de 2023
«IN GOD DOLLAR WE TRUST» ?
Nova Iorque: Empire State Building visto no ocaso
Nós somos matraqueados permanentemente com a «força do dólar», em relação às outras divisas ocidentais, pelo menos, as que têm maior peso tanto no comércio, como enquanto membros de SDR, a famosa «divisa» artificial, que é (de facto) um cabaz de divisas, usado na contabilidade interna do FMI. Mas, o comércio e a participação dos países nas trocas globais não se resume ao «Ocidente». Este conjunto de países é denominado assim, embora devessem ser designados por aquilo que - de uma forma, ou de outra - são: Constituem os mais fieis aliados (ou vassalos) dos EUA; os países de língua inglesa (Austrália, Nova Zelândia, Reino Unido, Canadá e EUA), a Europa da União Europeia, o Japão, a Coreia do Sul e pouco mais (cerca de 15% da população mundial).
O sistema de Bretton Woods, foi instaurado quando os EUA eram a potência tecnicamente vencedora da 2º Guerra Mundial. A URSS e muitos outros países que lutaram contra as potências do Eixo (Alemanha hitleriana e potências suas aliadas) estavam de rastos. A sua vida económica e social sofreu de tal maneira, que não estavam muito melhor que os países vencidos (Alemanha, Japão, Itália, e outros.)
Assim, quando foram assinados os acordos de Bretton Woods em 1944, e nos anos imediatos, os EUA dominavam o comércio mundial (cerca de 50% deste), possuíam a maioria das reservas de ouro em bancos centrais (cerca de 70 % do ouro guardado nos bancos centrais) e tinham uma infraestrutura industrial intacta e em plena expansão.
Um sistema de Bretton Woods não poderá voltar a ser reinstalado, não porque seja impossível reinstaurar um padrão-ouro (embora seja uma má solução), mas porque não existe nenhuma potência com o poderio hegemónico dos EUA à saída da IIª Guerra Mundial.
Um futuro multipolar será sempre mais instável, que um futuro unipolar. Mas, um sistema global unipolar não dará a um conjunto de países, possuindo a maioria da população mundial e dos recursos em matérias-primas, a possibilidade de fazerem valer os seus interesses e de poderem negociar em termos aceitáveis, a sua participação no comércio, no investimento e na repartição do bem-estar individual e social, ao nível mundial. Por muito injusto que seja um mundo multipolar, como o foi em diversos períodos da História, para aqueles povos submetidos a um império ou a uma nação mais forte, nada se compara com a força bruta e a ausência total de consideração pelos direitos e pela dignidade dos mais pobres, num império mundial único, hegemónico.
O império liderado pelos EUA tem demonstrado isso, neste pequeno intervalo de tempo, que vai da implosão da União Soviética (1991), até hoje. No entanto, reveste o seu desprezo absoluto, com a hipocrisia típica da civilização de comerciantes, aventureiros e donos de escravos - que foram os impérios Português, Espanhol, Britânico, Holandês - especializados na guerra de razia e de rapina, que foi o modo como se expandiram e enriqueceram estas potências coloniais desde o século XVI até hoje.
Não é por o comércio internacional ser feito em tal ou tal unidade de valor, vulgo «moeda», que a troca é mais ou menos desigual. Desde Ricardo, que se reconhece que determinadas nações têm determinadas vantagens competitivas, no comércio internacional, em relação a determinados produtos industriais, agrícolas ou minerais. É sobretudo o preço do trabalho que conta, por agregado. Assim, os países onde o trabalho é mais barato, foram aqueles que receberam as indústrias deslocalizadas dos países industriais tradicionais, os países europeus ocidentais e os EUA, sobretudo.
Mas o globalismo, ideologia associada ao neoliberalismo, está completamente posto em causa. Este globalismo «reinou» durante um curto período, em que as potências industriais europeias e norte-americanas exportaram as suas indústrias para beneficiarem da mão-de-obra barata dos países ex- coloniais, ou que tinham uma grande diferença no seu grau de desenvolvimento. Estes países, entretanto, fortaleceram-se e tornaram-se mais capazes de impor suas condições a países outrora dominantes.
Esta mudança entra em colisão com a mentalidade colonialista e imperialista, das classes dirigentes dos países ocidentais, que também se transmitiu a extratos explorados desses mesmos países. Órfã de uma instância política que formalmente a representasse, a classe trabalhadora dos países do Ocidente virou-se para os demagogos de extrema-direita, ou confinou-se na rejeição da política. O abstencionismo crónico tem sido maior na classe trabalhadora marginalizada, do que na «classe média», ou classe trabalhadora integrada, que tradicionalmente vota à esquerda.
Do ponto de vista do império dominante, este já percebeu que é demasiado tarde para inverter a tendência global. Trump não foi bem sucedido, porque - em parte - não conseguiu o entusiasmo interclassista e patriótico que ele esperava para a sua campanha de fazer regressar as indústrias ao solo americano. Sem dúvida, ele foi sabotado pelo «establishment» de Washington, mas também não conseguiu uma adesão significativa dos setores da indústria, ditos «high-tech», tecnológicos.
As mutações do sistema monetário são sempre consequência de um duplo jogo de forças: As forças relacionadas com o capitalismo mais dinâmico - hoje, a China e outros países asiáticos, principalmente - por um lado, e por outro, com a capacidade militar global: Sabe-se que as simulações duma guerra Russo-Chinesa / Americana (NATO), realizadas no Pentágono, deram invariavelmente resultados negativos para as forças americanas e suas aliadas.
Assim como a arquitetura de Bretton Woods foi consequência da prevalência dos EUA no comércio, indústria, finanças e domínio militar, após a IIª Guerra Mundial; também a nova arquitetura global do sistema monetário terá de refletir a realidade das trocas comerciais, das forças produtivas, das capacidades de defesa e da inovação tecnológica, que os diversos atores mundiais terão alcançado, na atualidade.
O facto de o dólar surgir como «forte», em relação a outras moedas ocidentais não significa que a divisa dos EUA continue a possuir a mesma prevalência mundial. Existe uma diminuição significativa das trocas efetuadas em dólares, numa parte importante do Mundo, o que significa que há rutura, face ao período de trocas efetivamente mundializadas. Significa que os países da esfera político-económica do dólar, estão encerrados numa de matriz de tipo neocolonial em que a potência dominante tem a possibilidade (e exerce-a) de dizer o que esses países devem comerciar e com quem, com que tipo de mercadorias e com que formas de pagamento. O sistema de sanções montado pelos EUA é muito astuto, no curto prazo, porém a impossibilidade das empresas europeias comerciarem com países possuidores de grandes reservas de energia (como o Irão) ou com a Rússia e China, que possuem certos produtos praticamente insubstituíveis, no curto prazo (certos metais, como o titânio, ou terras raras, ou ainda, os «microchips»), traduz-se numa perda de competitividade da União Europeia, nos mercados mundiais. Isto é válido para todos os seus membros, em especial, para o gigante industrial, a Alemanha.
Por contraste, os países dos BRICS+ e das Novas Rotas da Seda têm reais perspetivas de desenvolvimento, de alargamento dos mercados. Os países da «velha Europa» não estarão em condições de competir, devido à diminuição da sua parte nos mercados, ao acréscimo de custos de produção e devido à «mão de aço» da potência «hegemónica regional» , os EUA. Por enquanto, estes comportam-se como o senhor feudal (o suserano) em relação aos vassalos.
Mas, embora o feudalismo tenha durado alguns séculos, o novo feudalismo dos EUA, perante outro sistema multipolar, não poderá manter uma «hegemonia regional», durante muito tempo. Uma tal situação é intrinsecamente instável, não poderá durar mais do que alguns decénios.
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(1) O «SDR» significa Special Drawing Rights, em português, Direitos de Saque Especiais.
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PS1: Para compreenderes a estratégia globalista em todas as suas vertentes, lê:
https://www.globalresearch.ca/globalist-cabal-meets-again-prepare-world-domination/5805836
PS2: Os dementes que estão no poder não se importam que seja desencadeada uma guerra nuclear; por outro lado, os povos estão de tal maneira doutrinados, que não percebem realmente o que representa a generalização do conflito Rússia/Ucrânia.
segunda-feira, 24 de janeiro de 2022
BLACKMAIL
Segundo o pensamento das elites de Washington, para que o império EUA mantenha a sua hegemonia, precisa de inviabilizar a subida de qualquer poderio rival que possa colocar em risco essa hegemonia. É esse o caso da Rússia e da China, segundo os imperialistas americanos. Simples e direto, este raciocínio é falso e especioso. É basicamente erróneo, porque nunca nenhum poder, por maior que fosse, foi detentor duma hegemonia em todo o planeta. Querer isso, é um sonho megalomaníaco, que apenas o Império Britânico, onde «o Sol nunca se punha», tentou (e falhou), durante um período relativamente curto, menos de um século. Os poderes europeus, na sua expansão imperialista e colonial, entraram numa rivalidade mais acesa no século XIX, ao ponto de desembocarem na Iª Guerra Mundial, em 1914.
O sonho imperial de hegemonia planetária está decisivamente posto em causa pela subida em potência da China e da Rússia, aliadas e em sintonia, para enfrentar os ataques raivosos dos governos de Washington e das «repúblicas das bananas», em que se transformaram os países europeus, mesmo os mais ricos e com passado «glorioso».
Em termos económicos e no longo prazo, os dois gigantes do Continente Euroasiático e seus aliados, estão preparados para enfrentar as mais drásticas sanções que os EUA e o «Ocidente» se lembrem de lançar. De facto, as sanções atualmente em vigor, lançadas com pretextos falaciosos, apenas tiveram efeitos nefastos para as economias europeias. Estas, ficaram com menos mercados para aí colocarem os seus produtos, ficaram também com menos matérias-primas para suas indústrias e carentes de componentes de alta tecnologia, como os «microchips», fabricados quase exclusivamente na China e fornecendo a indústria automóvel e de eletrodomésticos. O embargo de produtos agrícolas à Rússia teve como resultado o desenvolvimento rápido da agricultura russa, fazendo dela um setor exportador, além de ter atingido a autossuficiência no setor alimentar. Pelo contrário, as proibições de exportação para a Rússia, liquidaram muitas pequenas e médias empresas agrícolas europeias. Tiveram especial dureza nos países da orla do Mediterrâneo (exportadores de fruta e legumes frescos).
A fabricada «ameaça de invasão» da Ucrânia pelo exército russo, já tratada por mim detalhadamente noutro artigo deste blog, tem como única razão de ser, que os americanos temem - acima de tudo - a independência energética dos alemães.
Com efeito, a Alemanha possui um nível científico e tecnológico muito elevado, e conservou sua infraestrutura industrial, ao contrário doutros países europeus que a exportaram largamente para o Extremo-Oriente, em particular. Por estes motivos, a Alemanha será, provavelmente, o poder dominante no século XXI, na Europa. Ora, para o imperialismo dos EUA, isso não será nada favorável: Na Alemanha está estacionado (desde o fim da IIª Guerra Mundial) um exército de ocupação americano, essencial para o dispositivo hegemónico no coração da Europa. Mas, nenhuma potência de primeira grandeza ficará satisfeita de ter um corpo estranho permanentemente estacionado no seu território, com as consequências políticas, económicas e de autonomia que isso implica.
A questão do «Nord Stream 2» é - portanto - o fator que está por detrás de toda a histeria fabricada em torno do «perigo» russo, da sua preparação da invasão da Ucrânia, que nunca foi, nem será efetiva, como já demonstrei anteriormente.
O jogo dos EUA é, antes de mais, um jogo de pressão destinado aos «aliados/vassalos» europeus, em particular, sobre os alemães. Do ponto de vista económico, a Rússia está pouco interessada em vender o seu gás natural à Europa. Ela tem um mercado sempre aberto e voraz em recursos energéticos, na China. Ela não terá problemas em colocar aí o seu gás natural, caso os europeus não o comprem. Pelo contrário, estes têm tudo a perder: um abastecimento regular e garantido, com preços estáveis, resultantes de contratos a longo termo.
Sem isso, será impossível a Europa cumprir a severa transição energética, que a si própria impôs. Não vou aqui discutir se foram sábias, ou não, as decisões políticas e económicas dos governos europeus. Apenas constato que a transição para uma energia menos poluente (eliminação do carvão como fonte de alimentação de centrais elétricas, entre outros objetivos), fica posta em causa, se a Europa não puder contar com o gás russo, no período de transição.
A referida transição tornou-se mais difícil, pela decisão de desativar as centrais nucleares, um pouco por todo o lado, na Europa, mas em particular, na Alemanha. Foi uma decisão precipitada, motivada, não pela necessidade, mas pelas agendas eleitorais na Alemanha e em vários outros países.
Todos nós já sabemos que as energias eólica e solar não são operacionais, se não existir outra fonte de energia de produção constante, alimentando a rede elétrica. Por definição, nem as eólicas nem os painéis voltaicos, podem jamais ser fontes constantes. Também não existe qualquer processo pouco dispendioso de armazenar grande quantidade de energia duma fonte intermitente (como são as energias solar e eólica). Portanto, só a energia nuclear ou o gás natural poderiam fornecer a base de estabilidade para as redes de energia elétrica, aquando dos picos de consumo (ou quando é noite, ou quando não há vento).
A «solução» americana, de fornecer à Europa (no caso desta renunciar ao Nord Stream 2) gás de fracking, através da sua liquefação e envio em grandes navios-tanques, é uma «pseudo-solução». Envolve compressão, confinamento em tanques capazes de sustentar uma grande pressão, deslocação em navios-tanques, os quais têm de ter determinadas características. Todas as infraestruturas portuárias e todas as outras componentes do processo terão de ser construídas especificamente para este fim. O resultado é que a montagem do dispositivo e a operação do mesmo, irão encarecer o produto. O envio de gás por gasoduto, é incomparavelmente mais barato e mais seguro.
São dois, os motivos que levam os americanos a tentar impor aos europeus a renúncia ao «NS2» e ao gás russo:
-Querem «desencravar» a indústria do fracking que está em crise: O preço do gás não cobre as despesas de exploração dessas empresas. Estas empresas que exploram o gás de xisto, fizeram empréstimos, sobre empréstimos que foram «segurados» pelos bancos. Estes, por sua vez, venderam esta dívida a clientes, tal como tinham feito com as hipotecas «subprime». A única maneira das empresas de fracking pagarem os empréstimos, é tornarem-se rentáveis, coisa que até agora não provaram sê-lo. Por razões ideológicas, não creio que o governo dos EUA vá subsidiar diretamente o setor do fracking. Portanto, os vassalos europeus, quer gostem ou não, serão forçados a tornar viável este setor energético dos EUA, que é um enorme buraco, um péssimo investimento.
- Querem partir a Europa em duas metades assimétricas; a metade que lhes é submissa, totalmente separada da Rússia europeia que é uma fatia muito grande da Europa. Lembremos que esta se estende do Atlântico aos Urais! A necessidade de terem a Rússia como inimiga é, sobretudo, a de terem na mão os seus aliados (súbditos) da Europa ocidental. Poucas pessoas sabem que a Rússia de hoje, apesar de ser um gigante, em termos de área, tem um PIB da mesma ordem de grandeza que uma Itália! Por isso, a estratégia americana é simples; trata-se de manter a tensão nas fronteiras europeias da Rússia, para que se eternize a NATO. Se esta se mantiver, a Europa continuará firmemente sob o controlo da «Nação indispensável» (Barack Obama dixit).
Não é nada difícil compreender - neste imbróglio relativo à «invasão» da Ucrânia - o seu papel de propaganda, de manobra de diversão: Trata-se de dissipar o efeito, nos aliados europeus da NATO, da posição russa de exigir uma negociação séria, para obter garantias sólidas quanto à sua segurança própria e dos seus vizinhos. Os europeus (de todas as nações) só teriam a ganhar com tal abertura de negociações diplomáticas, com vista à obtenção, para a Europa no seu todo, de garantias de estabilidade, tanto em termos militares, como políticos e económicos. Isso não poderá jamais agradar aos imperialistas americanos!
Em primeiro lugar, ficaria claro que não é assunto deles, não têm legitimidade para se sentarem à mesa das negociações: não tem a ver com as fronteiras americanas, nem diz respeito às relações com os vizinhos dos EUA. Em segundo lugar, poderia desembocar na desativação da NATO, substituída por uma estrutura não-militar, mas diplomática. Essa estrutura iria debruçar-se sobre conflitos pendentes e sobre os futuros. Teria a função de encontrar vias para uma resolução pacífica, diplomática, dos mesmos. Talvez bastasse darem mais operacionalidade à OSCE.
Um «capo» da Máfia nunca vai aceitar que os seus «protegidos» se organizem fora da sua «proteção» (ou racket). Quanto tempo demorará a Europa a libertar-se deste «padrinho»?
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PS1: Veja o vídeo de entrevista de «Grayzone» AQUI
PS2: Artigo de Mike Whitney extremamente bem documentado e demonstrando o absurdo da política americana em relação à Rússia, agora e desde o fim da Guerra Fria: https://www.unz.com/mwhitney/moscow-to-washington-remove-the-nukes-on-our-doorstep-and-stop-the-eastward-push/
PS3: Hoje 02/02/2022, síntese magistral sobre a crise Rússia/ EUA/NATO/Ucrânia https://www.paulcraigroberts.org/2022/02/02/the-world-needs-a-russian-chinese-pax-romana/
PS4: Artigo «How NATO Empire-Building set stage crisis over Ukraine» está escrito na perspetiva do constitucionalismo e dos valores tradicionais da América. É uma crítica contundente da geopolítica e política externa levadas a cabo pelos EUA desde o colapso da URSS. https://www.zerohedge.com/geopolitical/how-nato-empire-building-set-stage-crisis-over-ukraine
PS5: Este artigo descreve o jogo geopolítico americano, ao longo dos anos, em relação ao gás natural russo, importado pela Europa desde os anos 60. https://www.zerohedge.com/geopolitical/pipeline-politics-hits-multipolar-realities-nord-stream-2-ukraine-crisis
PS6: Maria Zakharova põe a claro a situação de vassalos dos países europeus da NATO, em particular da Alemanha, face aos EUA. O que também eu tinha escrito há um mês. Qualquer pessoa não-mentecapta sabe que é assim. https://www.rt.com/russia/548712-germany-occupied-us-nordstream-zakharova/
PS7: Mike Whitney «In a world where Germany and Russia are friends and trading partners, there is no need for US military bases, no need for expensive US-made weapons and missile systems, and no need for NATO.» https://www.unz.com/mwhitney/the-crisis-in-ukraine-is-not-about-ukraine-its-about-germany/
PS8: Conforme o artigo de Pepe Escobar, a guerra da energia segue o seu caminho, conforme eu previra há mês e meio!
segunda-feira, 18 de outubro de 2021
[Michael Hudson] SUPER IMPERIALISMO
PS1: Uma entrevista com Michael Hudson, sobre o seu livro com o podcast e a transcrição AQUI
quinta-feira, 28 de maio de 2020
A POLÍTICA DO CAOS E A SALVAGUARDA DO DEMOS
Estou sempre atento ao que se passa no Extremo-Oriente, em particular na China, incluindo Hong Kong.
Global Capitalism, “World Government” and the Corona Crisis
When the Lie Becomes the Truth There is No Moving Backwards
sexta-feira, 20 de março de 2020
[DOCUMENTÁRIO «ARTE»] PETRÓLEO, UMA CRISE ORQUESTRADA
Um documentário pela cadeia de televisão franco-alemã Arte, a não perder!
quarta-feira, 7 de agosto de 2019
PORQUÊ OS EUA SAÍRAM DO TRATADO INF?
Nós somos mantidos no escuro em relação ao tratado INF* e às razões pelas quais os EUA realmente desejaram terminar com ele. Não devemos cair na propaganda da NATO afirmando que os russos violaram o referido tratado, em várias ocasiões. Pelo contrário, os americanos e vários países europeus da NATO o fizeram, como sabemos, está comprovado. Mas, então qual a vantagem estratégica do Pentágono em propulsionar a nova corrida aos armamentos e tornar possível a colocação no terreno de armas nucleares «tácticas»?
- A razão principal é a China. Numa postura prudente de construção de suas capacidades de defesa, a China, não constrangida pelo tratado INF, tem vindo a desenvolver sistemas de mísseis de médio alcance. Estes mísseis podem possuir uma carga convencional, mas também podem servir para transportar uma carga nuclear.
Perante estes mísseis, a marinha poderosa dos EUA com os seus destroyers e porta-aviões (cruzando próximo das costas da China), fica completamente exposta. Com efeito, não poderá retaliar a um ataque com mísseis chineses, sendo estes lançados bem do interior da China em direcção à frota americana do Pacífico. Os chineses e os americanos, assim como todos os peritos militares sabem disso há muito tempo. Recentemente, uma alta patente chinesa teve um «deslize», ao afirmar isso mesmo, coisa que realmente deixou os neocons e os militares do Pentagono com os «cornos a arder».
Os EUA, na prática, assumem o papel de potência tutelar das nações do Indo-pacífico, sendo isso mesmo que «obriga» a presença permanente de uma frota americana bem perto das costas da China. Tal como a alegação da «ameaça» russa, ao mesmo tempo que estacionam tropas e mais tropas da NATO junto das fronteiras russas, igualmente consideram que a China está a ameaçar a liberdade de navegação (sic!), por defender as suas costas e águas territoriais.
No quadro mais geral do projecto hegemónico, a escolha da China como prioridade (como inimigo principal), faz todo o sentido. O projecto - em si mesmo - é que não faz, o de manter todo o planeta sob controlo do império dos EUA.
A China está a conquistar o primeiro lugar,em termos económicos, se não é que o seu primeiro lugar já está realizado. Com efeito, em paridade de poder de compra, os chineses subiram imenso em duas décadas, enquanto a população dos EUA está cada vez mais pobre, apesar da propaganda em contrário. O índice de inflação está falsificado, para fazer crer na manutenção dum poder aquisitivo das famílias pobres e da classe média dos EUA. Os índices de desemprego são completamente manipulados, o que se vê pela enorme taxa de pessoas em idade de trabalhar que não está empregada; querem fazer crer que a taxa de desemprego nos EUA é muito baixa, porém os números reais são contraditórios com isso. John Williams do site shadowstats.com tem acompanhado estes índices e outros, no pressuposto de quais seriam seus valores, caso os critérios fossem os mesmos que nos anos 80. Isso é apenas uma parte da realidade. Outra parte, é a miséria da epidemia opióides, que afecta imensas pessoas, desde veteranos das guerras, até a pessoas viciadas em resultado de tratamentos do cancro. Muitos índices relativos ao bem-estar humano, na educação, na saúde, na esperança de vida, etc. estão mais próximos dos países «em desenvolvimento», do que dos países «desenvolvidos». A tragédia da incapacidade de muita população nos EUA ter um tratamento decente, por não possuir cobertura adequada de saúde, continua. Muitos milhões (último censo indicava mais de 30 milhões!) de americanos dependem de «food stamps», ou seja, de senhas para comprar géneros alimentícios no supermercado, para sobreviver.
A guerra comercial com a China está a prejudicar mais a agricultura e o pequeno comércio americanos do que tem efeito inibidor na indústria da China. Neste período de «guerra comercial», o facto é que a China exportou MAIS, sendo evidente que as tarifas, por mais que escondam isso ao povo americano, são encarecedoras para ELES, que compram os produtos importados da China, acelerando portanto artificialmente a inflação e diminuindo ainda mais o seu poder de compra.
Não admira que Wall Street e, portanto, todo o mundo da finança dentro e fora dos EUA, compreenda que a política oficial de Washington encaminhe os EUA e o mundo para uma recessão. A entrada num período de recessão está muito claramente a ser equacionada, a prova disso é a inversão de tendência das bolsas americanas e mundiais, com a subida vertiginosa dos metais preciosos, em especial, o ouro.
A crise do dólar prossegue, visto que o presidente Trump decidiu responder à descida do Yuan, pela contra-medida da descida do dólar: assim, a guerra comercial alarga-se a guerra monetária.
Todos estes factores económicos e financeiros, tanto internos aos EUA como mundiais, levam a que a tentação dos dirigentes - megalomaníacos e muito mal aconselhados - seja a da guerra com tiros.
A tensão provocada com as constantes provocações militares , seja nas fronteiras russas, seja nas águas territoriais do Irão ou ainda da China, cada vez mais se parecem com uma louca corrida para o abismo, visto que todos sabem como uma determinada guerra começa, mas ninguém sabe, ao certo, como essa guerra acaba.
(*tratado INF: acordo alcançado por Reagan e Gorbatchov, no âmbito de uma redução geral das tensões na Europa. Ele proíbe a pesquisa, produção e colocação de mísseis de alcance intermédio. Este tratado implicava verificações de lado a lado, para garantir que não haveria este tipo de armas no continente europeu)
segunda-feira, 30 de abril de 2018
PORQUE É QUE OS INTERESSES DOS EUA PREVALECEM SEMPRE?
segunda-feira, 9 de abril de 2018
PAUL CRAIG ROBERTS - O COLAPSO DA HEGEMONIA dos EUA
sexta-feira, 28 de julho de 2017
O SONHO DOS «NEOCONS»: CONQUISTAR A RÚSSIA
Chamou Putin, uma surpresa para os atlantistas e para muitos dos bilionários russos recém-instaurados graças à década de 90, essencialmente a pior vivida pela população russa, desde o fim da IIª Guerra mundial.
Assim, arrivistas da pior espécie conseguiram - num ápice - multiplicar as suas fortunas por dez ou por cem, através de métodos com a aparência de «legais»!
Certamente, a principal causa do fluxo de refugiados que assola a Europa, nestes anos e tem desestabilizado os vários governos, é a política americana no Médio Oriente e Norte de África.
Eles não temem a guerra nuclear; pensam que ela será ocasião de arredar definitivamente a competição que faz obstáculo aos seus grandiosos projetos.
Ela é a visão louca de um poderoso grupo, os «neocons», que tem dominado totalmente a política externa americana desde os tempos do presidente Bill Clinton e tem mantido o seu controlo, apesar das mudanças na Presidência e no Congresso, nestas últimas décadas.