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domingo, 17 de dezembro de 2023

THE GREAT TAKING; A GRANDE TOMADA - Documentário de David Webb

Uma importante revelação sobre como funcionam realmente os sistemas bancário e financeiro, envolvendo as nossas poupanças, as pensões, as contas bancárias, etc. Em caso de falência sistémica, nada disto restará. Provavelmente, grande parte dos bens imobiliários e outros, também serão submetidos a transferência, sem proteção efetiva aos atuais proprietários. Muitas pessoas, mesmo que não estivessem em dívida, de repente ficam sem nada.

 Estudem este vídeo e o livro, pois dão informação que nos podem ajudar a desenhar estratégias* pessoais e familiares, para preservar o essencial, aquando do próximo grande colapso, que já está em marcha.



 David Webb desmascara o sistema que os banqueiros centrais instalaram para se apropriarem de todos os bens, da gente toda.
O documentário é acompanhado por um livro com o mesmo título: The Great Taking

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(*) A tempestade que se aproxima será completamente inédita, em termos de experiência humana. Os que se mantêm na ignorância serão varridos, quer sejam «ricos» ou «pobres». O que vai ser decisivo é ter acesso a fontes primárias de abastecimento (morar no campo, em zona agrícola) e ter uma rede de verdadeira solidariedade (sobretudo a família). As lutas políticas serão cada vez mais agudas e podem conduzir vários países à guerra civil. A fome e o medo levarão pessoas a cometer atos hediondos. A brutalidade da repressão ao serviço dos poderosos não conhecerá qualquer limitação da lei ou do respeito humano. Quem está na ilusão, não pensará abrigar-se: depois, já será demasiado tarde.

(**) Pode ativar as legendas automáticas em inglês para melhor compreensão.

segunda-feira, 21 de outubro de 2019

MERCADO DE OBRIGAÇÕES SOBERANAS = ESQUEMA DE PONZI PLANETÁRIO

                

Para as pessoas não embrenhadas nas subtilezas dos mercados financeiros mundiais, a diminuição constante das taxas de juro das obrigações, nomeadamente as que são emitidas pelos Estados (obrigações «soberanas» ou «do tesouro»), pode parecer misteriosa(*). De facto, a media convencional faz tudo para ocultar a realidade, admitindo que os jornalistas económicos tenham um acesso, pelo menos igual ao meu, à informação sobre estas questões.



A explicação que é dada - normalmente - prende-se com o «relançar da economia». Com efeito, segundo o esquema clássico, um investimento em obrigações (a taxa fixa durante um certo número de anos) terá um retorno inferior ao investimento do capital num mercado mais dinâmico, como o das acções cotadas em bolsa. Em termos de rendibilidade /segurança, os investidores que tiverem um apetite maior para o risco, irão escolher investimentos com maior rendibilidade (as acções), em detrimento dos que ofereçam maior segurança (as obrigações). Se o ambiente económico geral é de optimismo, haverá maior tendência para os investimentos com maior risco, o inverso se passando quando se entra em recessão, ou quando a economia abranda e se perfila uma recessão no horizonte.

Se aceitamos a lógica tradicional, então esta descida constante das taxas de juro das obrigações soberanas, em paralelo com a subida das bolsas, seria sinal de que «tudo vai pelo melhor, no melhor dos mundos possíveis».
Porém, o mercado das obrigações soberanas, como todos os mercados financeiros hoje em dia, sofre distorções, está viciado, é um jogo em que Estados, os bancos centrais e a grande banca exercem uma pressão constante.
Hoje sabemos que os bancos centrais de muitos países (cerca de 30), retomaram o caminho de «quantitive easing», ou seja, de fornecer dinheiro (aos bancos comerciais) em grande quantidade.
O banco central americano - a «FED» - tem estado ultimamente a fornecer 60 a 75 biliões (segundo Jeff Berwick, o montante diário é de $160 biliões) aos bancos comerciais, para que não «seque» o mercado inter-bancário de empréstimos a curto prazo («overnight lending»).
Este afluxo de dinheiro fresco é obtido pela compra de activos financeiros, que os bancos possuem em reserva, nomeadamente obrigações do tesouro desses mesmos países. Os bancos dos EUA terão uma grande quantidade de reservas sob forma de obrigações do tesouro americano, o banco central europeu e os bancos comerciais da zona-euro, têm uma percentagem elevada de obrigações do tesouro dos países membros da zona-euro, etc. Portanto, havendo procura elevada, mantida pela compra constante dos bancos centrais destas obrigações, os respectivos juros vão diminuir. Isto deve-se ao facto dos portadores de obrigações ficarem com uma maior garantia de que conseguirão facilmente vendê-las, havendo sempre compradores, quanto mais não seja, os bancos centrais.
Chega-se a um ponto em que a procura de obrigações soberanas aumenta, por parte de investidores particulares e institucionais, devido às incertezas da economia.
Nesta altura, aquelas obrigações são percebidas como investimento-refúgio, não são adquiridas com o objectivo de obter lucro, mas de garantir o capital. As obrigações começam a ter uma remuneração muito baixa, abaixo da taxa de inflação do país de emissão, para atingir, depois, uma taxa negativa: ou seja, chega-se à situação dos investidores comprarem obrigações, por exemplo, 1000 euros a dez anos, com a certeza de que, após dez anos, irão recuperar 998 euros.
Em artigo anterior, já tinha explicado como é que o mecanismo destas obrigações com juros negativos, se instalou: a incerteza dos actores institucionais, em relação aos mercados, a incerteza quanto à continuidade no longo prazo do Euro, tem levado a que as obrigações soberanas alemãs (e outras) sejam compradas com taxas de juro negativas. Com efeito, o marco alemão, no qual seria pago de volta o capital investido nas obrigações, no caso dum rebentamento da zona euro, seria cotado - segundo várias estimativas - muito acima (cerca de 20% acima, segundo alguns) do valor do euro, nessa altura.
Mas o investidor particular, que faz o cálculo e avaliação acima descritos, não pode ser responsável exclusivo da enorme quantidade de dinheiro aplicado em obrigações com rendimento negativo que existem hoje, ao nível mundial (cerca de 14 triliões de dólares).
Os diversos investidores institucionais são obrigados, pelas regras em vigor dos seus países, no que respeita à estrutura das suas reservas, a deter significativa percentagem de activos em «valores seguros».
Nestes, estão incluídas as obrigações do tesouro, nomeadamente, dos países onde estas instituições estejam sediadas. Tais imposições legais na estrutura dos activos detidos em reserva, dizem respeito a bancos comerciais, a fundos de pensões, a fundos das seguradoras, etc.
Nos EUA e noutros países, os governos têm estado cronicamente a pedir emprestado mais do que recebem sob forma de impostos. O resultado, é um crescimento da dívida soberana, ao longo dos anos. Com o aumento da dívida, dá-se o aumento dos juros da mesma, que tem de estar incluído nas contas dos orçamentos dos respectivos Estados. Se parte significativa do orçamento é destinada a pagar juros, estas somas não vão ser canalizadas para outros fins, investimentos - directa ou indirectamente - produtivos (e, portanto, não poderão gerar receitas de impostos).
Esta espiral descendente não pode prosseguir de modo indefinido: o dinheiro que é necessário subtrair para pagar os juros da dívida torna-se incomportável para a economia desses países.
Os Estados têm interesse em que baixem os juros da sua dívida soberana, pois assim podem liquidar com dinheiro recém-emprestado, as dívidas antigas, pagando juros mais elevados: por exemplo, se obtiverem um novo empréstimo com juro de 2%, poderão, com esse dinheiro, liquidar dívida que tinha um juro de 4%.
Mas, se este movimento descendente dos juros alivia as contas dos Estados, do ponto de vista da poupança, ele é lesivo. As taxas de juro dos depósitos e dos fundos de poupança estão indexadas à taxa de juro das obrigações soberanas. Se o juro da dívida pública diminui, a remuneração do dinheiro, mantido nas contas a prazo, irá diminuir, mais ou menos na mesma proporção. Os particulares e os investidores institucionais são induzidos a procurar maior rendibilidade do capital, investindo em fundos especulativos, portanto com muito maior risco associado.
Mas, o pior de tudo é o comportamento de risco, induzido nos investidores institucionais: observa-se o aumento do risco, na procura de maior rendimento na Segurança Social pública, ou nos fundos de pensões privados, pois estas instituições têm uma pressão muito grande pelo aumento de pessoas que atingem a idade da reforma, enquanto devido ao desemprego elevado e à baixa natalidade, há cada vez menos pessoas a descontar para estes fundos. Isto significa que a bolsa e os mercados de derivados vão ser áreas financeiras com maior peso destes grandes investidores, como forma de manterem os pagamentos das reformas presentes e futuras, a que estão obrigados.
Devido a isto, quer os fundos de pensões públicos, quer os privados, estão demasiado expostos; corre-se o risco das pensões não serem pagas, por falência. Já ocorreram situações destas em fundos de empresas (privados) e públicos (fundos municipais e outros) nos EUA. Numa eventualidade de crise severa, os sistemas público e privado de pensões irão à falência, nos países de economia de mercado.
A diminuição das taxas de juro da dívida pública, sendo um «alívio» para as finanças públicas, por um lado, por outro é uma catástrofe em perspectiva (cuja dimensão se vai avolumando com o tempo) para as instituições que são garantes das nossas pensões ...
Existe portanto uma contradição insanável entre o interesse da generalidade das pessoas (os pensionistas de hoje e os de amanhã) e o interesse dos que governam os Estados. Estes, são entidades orientadas pela classe política, essencialmente, para ela própria se manter no poder. «Custe o que custar» e «depois de mim, venha o dilúvio» são estes os motes que norteiam a classe política. Evidentemente, ela não diz isso ao seu eleitor!
O esquema de redução da dívida, por redução das taxas de juro das obrigações soberanas, tem sido praticado por todos os Estados europeus sobre-endividados graças ao BCE. São realmente muito poucos, os que não têm precisado de pedir dinheiro emprestado.
Se os empréstimos fossem destinados ao investimento produtivo, o lançamento de dívida pública não seria um problema, desde que a rendibilidade dos investimentos públicos fosse garantida, dentro de um certo prazo. Neste caso, as dívidas contraídas seriam pagas pelo acréscimo de receitas em impostos, em consequência do maior desenvolvimento económico. Porém, não é nada disto que se passa, na generalidade dos casos.
- Em muitos casos, trata-se de cobrir despesas do próprio serviço da dívida, os juros e o capital em dívida, com o novo empréstimo contraído, o que significa - ao fim de certo tempo - uma acumulação incomportável de dívida e de juros.
- Muitos governos lançam programas ambiciosos, mas sem sustentabilidade, para agradar aos eleitores. Depois, têm de cobrir os défices do orçamento com mais empréstimos.
- Noutros casos, «têm de» socorrer instituições bancárias ou outras, que entram em incumprimento. Os governos preferem ter perdas severas, a terem de gerir a situação de bancarrota de um banco, causando pânico generalizado. Por exemplo, tal foi o caso em Portugal, com a falência do BES [Banco Espírito Santo] e de vários outros bancos...
Quando as dívidas públicas e privadas se acumulam de forma exponencial, os Estados e respectivos bancos centrais emitem mais moeda, para «pagar» a dívida, arriscando deste modo fazer disparar a espiral da inflação. Desta maneira, estão a diluir o poder de compra da divisa, ou seja, o seu valor real. É assim que ocorre a perda do poder de compra dos salários, das pensões, das poupanças. Em suma: rouba-se os pobres. É este o caminho que os Estados do Ocidente, mesmo os mais poderosos, têm trilhado, após a crise de 2008.
Agora, nos EUA, na UE, na China, foi retomado ou ampliado o «quantitive easing» (ou seja, impressão monetária, use-se este ou outro eufemismo!). Esta impressão monetária destemperada não é uma escolha dos bancos centrais. Estão encurralados a fazer isso, pois a alternativa era deixar o sistema evoluir sem intervenção. Eles temem que, se não houver intervenção, os valores inflacionados desçam bruscamente, desencadeando um crash e uma brutal recessão mundial. Como se vê, estes banqueiros centrais e governos, entalaram-se a si próprios, colocaram-se a si próprios num beco sem saída.
Globalmente, este estado de coisas é insustentável e a próxima recessão não vai ser suave e passageira, mas antes uma longa depressão, em que muito vão sofrer as classes menos abonadas. Mesmo uma fatia significativa das classes médias será duramente afectada.

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(*) NOTA: Pode-se pensar que o aumento da dívida vá fazer subir as taxas de juro. Porém, é exactamente o contrário. 
Harry Dent, cita o economista Lacy Hunt, que explica o fenómeno:
 https://www.silverdoctors.com/headlines/world-news/harvard-trained-economist-what-higher-debts-do-to-bond-rates/

sexta-feira, 12 de julho de 2019

A VERDADE CHOCANTE SOBRE A ECONOMIA - ROBERT KIYOSAKI


Kiyosaki explica por que razão surge um fenómeno como os «coletes amarelos». Mas a maioria das pessoas, em geral, não percebeu ainda o que está a acontecer e aquilo que acontecerá quando a próxima crise se abater e ficarem com as suas vidas despedaçadas: sem pensões de reforma, sem emprego, sem salários, sem rendimentos, sem capacidade de se defenderem. 
A diferença entre «trabalhar para fazer dinheiro» e o dinheiro «trabalhar para si», é a que faz com que a poupança das classes médias vá enriquecer Wall Street. 
Claro que Wall Street e a classe possidente não querem que se perceba como funciona a economia!
Ninguém nos ensina como os ricos não pagam impostos, ou como o dinheiro é desenhado intencionalmente para se ir desvalorizando, perdendo o seu poder aquisitivo, etc, etc.
Kiyosaki é excepcional porque nos explica claramente aquilo que os «doutorados» em economia se especializaram em nos esconder... 

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

SEGURANÇA SOCIAL PERDEU 18,6 MILHÕES POR FALÊNCIA DE FUNDO ESPECULATIVO


                           
Comentário à notícia «Fundo de pensões perde 18,6 milhões de euros» (Jornal «Observador») por Manuel Banet:



O Fundo de Estabilização da Segurança Social não é uma estrutura sem importância; é este fundo que assegura que as pensões sejam pagas no futuro.
Abaixo, lendo a notícia do «Observador», verifica-se que afinal se trata de mais um ataque à Segurança Social, POR QUEM MAIS DEVERIA ZELAR PELA SUA SUSTENTABILIDADE, mais precisamente por Vieira da Silva, quando ministro de governo Sócrates, o mesmo que preside à pasta no governo de António Costa.
A FINPRO vai à falência mas, desde o princípio, esta foi uma aposta arriscada. O que o ministro dá como «justificação» é apenas uma constatação da sua incompetência. Mas é muito provável que tenha havido, além de incompetência, favoritismos, pois este fundo, FINPRO, que a cidadania comum nunca ouviu falar, obteve logo a participação de 10% pela Segurança Social e de 17,2% da Caixa Geral de Depósitos (banco do Estado). Isto tem contornos muito estranhos. No mínimo, seria caso para o Ministério Público abrir inquérito judicial sobre esta empresa financeira, como foi constituída, que gestores teve, o que ocorreu na sua curta existência, quais as perdas que acabaram por levar à declaração de falência… 
As responsabilidades políticas, mas sobretudo civis e criminais – a existirem neste caso – não deverão continuar impunes! 
Só o Fundo de Estabilização da Segurança Social perdeu 18,6 milhões de euros. Para se ter uma ideia da gravidade de tal perda, basta saber-se que o valor total das pensões pagas em 2018, rondou os 20 milhões de euros!

 NOTÍCIA: O Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social (FEFSS), onde se concentra o dinheiro que pagará, no futuro, as pensões, perdeu 18,6 milhões de euros devido à falência de um dos principais investidores, a Finpro, diz hoje o Correio da Manhã na sua edição impressa. A empresa era, de resto, uma das maiores devedoras da Caixa Geral de Depósitos, que com a falência da Finpro perde igualmente uma quantia considerável de 23,8 milhões de euros, já que detinha 17,2% da empresa. O FEFSS detinha 10% da Finpro, daí ter perdido menos do que o banco.
O investimento da FEFSS na Finpro surgiu em 2005 e, mais tarde, em 2007, durante o Governo de José Sócrates, no qual o ministro da Segurança Social era precisamente o atual, Vieira da Silva. Na altura, o investimento na empresa foi justificado com o objetivo e a vontade de se “diversificar a carteira” do fundo. Passados 14 anos, a aposta parece agora ter sido errada, mas o Ministério da Segurança Social já identificou o que correu mal: segundo o ministro Vieira da Silva, citado pelo diário, a crise económica que se espoletou em 2008 não permitiu a dispersão do capital da empresa em bolsa, “não deixando alienar a participação detida pela FEFSS em caso de evoluções menos favoráveis”.
Há que destacar que numa auditoria feita ao FEFSS em 2010, o Tribunal de Contas considerou o investimento “muito arriscado pela alavancagem associada”, acrescentando ainda que o processo de investimento na Finpro não foi “absolutamente transparente numa primeira fase”, quando se estabeleceu o contacto entre FEFFS e a empresa.
Contudo, desde o ano de 2011 que o Fundo de Estabilização da Segurança Social valoriza ano após ano. Os últimos dados, por exemplo, dão conta que de 2016 para 2017 a FEFSS valorizou 10,7%, passando de 14.246 milhões de euros para 15.768 milhões, respetivamente. O FEFSS foi criado em 1989 com o intuito de contribuir para o equilíbrio e sustentabilidade do sistema de pensões. 
O seu objetivo principal era gerar sempre valores que cobrissem 24 meses de pensões. Em 2017, o fundo tinha capital suficiente para pagar 15 meses.

sábado, 15 de dezembro de 2018

OS QUE ESTÃO POR DENTRO JÁ SE PREPARAM PARA A CRISE

No imobiliário, tal como noutros mercados, há quem esteja discretamente a desfazer-se de activos, demasiado arriscados... 
Como para cada venda há um comprador, interessa saber quem são os compradores? 
- Estes são, em grande maioria, os actores institucionais... Ou seja, o grande público afinal, indirectamente, que pôs suas economias nos fundos de pensões, etc. e nem suspeita do que andam a fazer com o seu dinheiro. 
São pessoas pobres e da classe média, que contam com o dinheiro de suas pensões e de instrumentos de poupança. Esse dinheiro simplesmente não vai existir quando for mais necessário. São eles que vão levar pela medida grande, quando vier a crise. 

Todos os grandes actores sabem que a crise está aí, mas não vos dirão isso, nem mostrarão qualquer preocupação em público. 
Porém, os seus actos falam mais alto: eles estão a precaver-se, ao venderem os activos mais arriscados, a comprar metais preciosos e outros activos não financeiros sub-cotados.

                          

Os que embarcaram na bolha especulativa das cripto-moedas estão encerrados numa espiral descendente. Muitos, desde 2017, acumularam perdas da ordem de 80%. 
                         

A inflação (a hiper-inflação, no fim) é a «saída» para os Estados e as empresas sobre-endividados. É a ruína para as pessoas pobres e da classe média.

QUANDO OUVIR A EXPRESSÃO «THE GREAT RESET», PENSE QUE SE TRATA DA MAIOR TRANSFERÊNCIA DE RIQUEZA EM TODA A HISTÓRIA, DOS MAIS POBRES EM DIRECÇÃO AOS MAIS RICOS.

domingo, 2 de abril de 2017

SERIAMENTE, O REINO DO DÓLAR ESTÁ A CHEGAR AO FIM





Quando Nixon decretou unilateralmente que o dólar deixava de ser convertível em ouro (a cotação fixa da onça de ouro era de 35 dólares), fez ruir o sistema de Bretton Woods, em que as diversas nações tinham as suas divisas indexadas ao dólar, porque este era convertível em ouro e, portanto, todas as divisas indirectamente também estavam ligadas ao padrão-ouro.
O sistema de câmbios flutuantes, que se seguiu, foi factor de variação especulativa das diversas moedas, inclusive do dólar, acrescentando incerteza a algo – a economia- que, por natureza,  já era incerto.
Mas o dólar continuou a reinar, como moeda de reserva, devido ao acordo firmado entre Kissinger e o rei Saudita, em como os preços e pagamentos de «crude» saudita seriam feitos exclusivamente em dólares, sendo garantido – em contrapartida- um apoio incondicional ao regime, o qual, lembremos era o mais obscurantista e despótico dentro dos países árabes. Todos os potentados produtores de petróleo tinham, na prática, que seguir o acordo EUA-Saudita,  moldando até hoje a política de todas as nações exportadoras de petróleo, com a excepção da URSS/Rússia. 
Os que tentaram sair desse exclusivismo do dólar, pagaram com sua vida (Saddam Hussein, Muamar Khadafi) e seus países foram devastados, suas populações massacradas, a guerra civil fustigando o que restava deles. Menos sucesso tiveram com a Síria e o Irão, embora os EUA tenham tentado; não desistiram ainda de desestabilizar e suprimir estes regimes.
O estado do mundo não podia ser mais caótico do que hoje em dia, com um império ferido de morte, mas ainda suficientemente poderoso para desencadear guerras mortíferas ou  para desestabilizar as fronteiras de seus adversários (Ucrânia, sujeita um golpe fascista em Fev. de 2014 e Sul da China, palco de provocações da US Navy junto a territórios insulares contestados pelos filipinos e pelos vietnamitas).
Neste contexto, concretizou-se a aceleração de um noivado entre os gigantes  Rússia e China, em que ambos tinham interesse estratégico, complementaridade económica e fronteiras comuns vastíssimas.
Agora, temos conhecimento de que os respectivos Estados irão transaccionar sem o recurso ao dólar, usando «trade note», ou seja, notas comerciais convertíveis em ouro. Por exemplo, um carregamento de petróleo e um carregamento de bens electrónicos são trocados: a diferença entre os dois será saldada em Yuan, sendo que se usará uma nota de crédito comercial convertível em ouro. Assim, o Estado Russo, por exemplo, poderá cambiar em ouro uma certa quantia de «trade note» no Mercado de Ouro de Xangai. 
A partir deste momento, o dólar deixa de entrar na equação. Os russos e chineses argumentam com as vantagens de evitar as flutuações de câmbios, o que é verdade, se pensarmos que o rublo tem sido sujeito a ataques especulativos e tem enfraquecido notoriamente face ao dólar. 
Mas além deste aspecto, existe o facto de os EUA se arrojarem o papel de árbitros e juízes em quaisquer transacções efectuadas usando a sua moeda. Usando sofismas, o sistema judiciário americano penalizou com biliões bancos de países terceiros que tinham – em perfeita legalidade – negociado com o Irão, não nos EUA, mas dentro das fronteiras e jurisdições dos seus próprios países. Ou seja, os EUA impunham as sanções ao Irão, que eles próprios decretaram, como pretexto para vergar à sua vontade política outras entidades (bancos…) de países terceiros, sob ameaça de multa ou de deixar de poder efectuar qualquer actividade nos EUA. 
Na perspectiva dos russos, esta fuga a transaccionar em dólares, tornou-se portanto um desígnio estratégico, não por vontade deliberada de afundamento do dólar como moeda comercial ou de reserva, mas como meio de escapar ao regime de sanções, cada vez mais abrangente e que os americanos continuam a impor aos seus parceiros europeus, usando todas a chantagens possíveis.
Sem este regime de pressão constante, desde a guerra a quente, até às sanções e pressões de chantagem/boicote, os EUA não teriam conseguido manter até hoje a hegemonia do dólar, quer como moeda de reserva, quer como principal divisa das trocas comerciais.
Porém, o reino do dólar está a chegar ao fim: a Arábia Saudita está a aumentar o intercâmbio comercial e de grandes obras com a China, que é – actualmente - o seu principal cliente comprador de petróleo. Não tarda muito que o Reino saudita aceite as notas comerciais denominadas em Yuan e convertíveis em ouro, tanto mais que eles foram espoliados pelos americanos do ouro que estava à custódia de bancos suíços, UBS e Credit Suisse, nomeadamente, os tais que foram sujeitos a multas pesadas.
O dólar não tem nada a garanti-lo, a não ser a força bruta, militar, do maior império que consegue ter a maioria dos gastos mundiais em defesa, com armamento e com as mais de 800 bases militares espalhadas pelo mundo. 

O Império não tem tido sucesso militar/político nos últimos tempos: 
- Tem sido um longo fiasco, o seu envolvimento contra os taliban no Afeganistão, há 16 anos sob tutela da NATO, porém sem qualquer solução política. 
- No Iraque, o governo deste país inclina-se cada vez mais para o lado do Irão. 
- No Iémen, a guerra suja por procuração  - levada a cabo pela força aérea saudita contra o povo, mas com apoio dos EUA - tem sido um fracasso. 
- Não se pode falar de vitória em relação à Líbia, em que a coligação «ocidental» destruiu um país, mas onde não existe solução política devido à interferência constante dos «ocidentais». 
- O envolvimento dos EUA, Sauditas, Quatar, Turquia e outros, na criação e propulsão do «Estado Islâmico», que desestabilizou o Iraque e a Síria, está agora mais que evidente para todo o mundo. 

Nada do que se tem passado nos últimos dois decénios, no Médio Oriente, significa uma vitória material ou, sequer, moral dos EUA e seus súbditos.

Como não têm infraestruturas em bom estado, indústrias transformadoras, nem algo de realmente interessante para exportar além de filmes de Hollywood e armamento, terão necessariamente de chegar a um ponto de ruptura, pois não poderão continuar sempre a emitir dívida e inundar os mercados financeiros com essa dívida, como se ela valesse qualquer coisa. 
Os chineses e outros dizem, com razão, que os americanos lhes compram equipamentos, matérias-primas, toda a gama de produtos industriais, pagando com uma moeda de «Jogo Monopoly».

Não há dúvida que existem certos factos demasiado pesados para serem omitidos.
Vai tornar-se mais e mais óbvio que os EUA estão completamente falidos, que a sua dívida é impagável e que os juros da mesma não podem senão subir, causando a falência de algo tão importante como o seu sistema de pensões. O conhecimento da falência de vários fundos de pensões, de sistemas de fornecimento de água, do péssimo e inoperante sistema de saúde mais caro do mundo, são hoje tão evidentes, que nem os mais ardentes defensores do sistema o contestam, limitam-se a omitir os factos. Mas os que têm preocupação em chegar a um retrato verdadeiro da situação, apenas têm de «juntar os pontos entre si».
Este império é um edifício que parece sumptuoso e poderoso à distância, mas que está cheio de rachas e de pequenas avarias, que se vão tornando mais graves, porque a reparação não é possível ou mesmo que fosse possível, implicaria reduzir privilégios dos «0.1%».

Na realidade, não existe vantagem em países pequenos se encolherem à sombra ameaçadora do «Tio Sam» ou de outra super-potência. Terão futuro, somente se tomarem seus destinos nas suas mãos, emancipando-se duma tutela que apenas significa submissão.
Não significa isto mudar-se de «dono», ou seja passarmos a depender de Chineses e/ou Russos, por exemplo. 
Mas antes, que é possível um pequeno país singrar no Mundo globalizado, sem demasiadas dependências, equilibrando as influências, tratando de obter acordos mutuamente vantajosos com todos (estratégia «win, win»), preservando a sua independência nacional. Esta significa ter autonomia para decidir internamente todos os assuntos que dizem respeito ao nosso povo, tendo força suficiente para resistir a parcerias que implicassem uma vassalagem.