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segunda-feira, 11 de abril de 2022

XANGAI: MAIS UM LOCKDOWN PARA REFORÇO DO PCCH




                                            https://twitter.com/i/status/1512600420610363394


Hoje em dia, é claro que a «pandemia» de COVID teve como origem as autoridades chinesas. Elas fizeram crer que a mortalidade era muito elevada, em Wuhan. O pânico que instilaram, permitiu que impusessem o confinamento estrito da população de Wuhan (11 milhões) em Fevereiro de 2020. Esta medida foi imitada em várias cidades, nomeadamente na província de Hubei. 

A tática de Pequim foi adotada noutros países. Foi considerada, não apenas lícita, mas indispensável. A OMS deu o seu aval a esta medida. Esta estrutura de Saúde pública da ONU está corrompida, controlada pelos chineses, pelos gigantes farmacêuticos, pela Fundação Gates e outras. Mas, apesar disso, com atraso de mais de um ano, o CDC americano e a OMS, fizeram uma avaliação contrária aos lockdown: Os estudos mostram que não havia efeito real na contenção da epidemia e que numerosos problemas de saúde, não relacionados com o COVID, tinham surgido ou se tinham agravado em consequência dos lockdown.

Mas, não deixa de ser impressionante a conjunção da retórica de ocidentais, interessados em lucrar com a situação, com a retórica do PCCh. 

Se desmontarmos a retórica do PCCh, estamos automaticamente a desmontar também a retórica ocidental (a dos corruptos governos, que se deixaram comprar por grandes farmacêuticas e «fundações benévolas»), que apenas reproduz a narrativa fabricada pela media, não acrescentando nada de essencial.

O PCCh teve a ideia de «instrumentalizar» (to weaponize) desde muito cedo esta crise do COVID. Como ? Não irei fazer o historial completo. Irei apenas dar um exemplo significativo. 

No Verão passado (2021) numa cidade portuária do Sul da China, foi decretado o lockdown, sob pretexto de algumas dezenas de «casos» (note-se que eram PCR positivos, não necessariamente doentes). Em cidades com uma população com muitos milhões estes casos são tratáveis e isoláveis.  As autoridades sanitárias chinesas tinham meios para rastrear os contactos que estas pessoas «positivas» tiveram. Assim, se realmente fizessem a abordagem dum problema de saúde pública, teriam efetuado o confinamento desses casos e das pessoas que tivessem estado em contacto com estes tais casos. Isso tem sido feito em Hong-Kong e também em Seul na Coreia do Sul, com bastante sucesso. Mas o objetivo das autoridades chinesas não era esse. 

Em consequência, ou com o pretexto dessas dezenas de casos, decidiram o lockdown de toda a cidade e do porto. Paralisaram assim todo o movimento de mercadorias.

A gestão política de crise do COVID foi aqui evidente. Muito pouco tempo antes do referido confinamento, talvez uma semana, os americanos tinham feito ameaças de sanções contra  a China. Embora esta retórica agressiva e bélica, infelizmente, seja habitual nos dirigentes dos EUA, desta vez os chineses devem ter considerado que anunciava uma escalada na guerra de sanções. De qualquer maneira, decidiram dar um aviso discreto. 

Quiseram demonstrar claramente o que esperava a América e o Ocidente, caso houvesse essa guerra de sanções. O lockdown durou somente o mês de Agosto de 2021 nos portos do Sul da China, impedindo a carga ou descarga de navios, a partida ou chegada de contentores de mercadorias.

Isto foi o suficiente para criar uma imediata  crise de abastecimento no Ocidente. Esta crise começou a fazer-se sentir em Setembro de 2021 e estendeu-se até alturas do Natal de 2021. Com efeito, as empresas ocidentais tinham deslocalizado a produção, conservando apenas as etapas finais de montagem dos produtos (eletrodomésticos, computadores, carros, etc.) no país final de consumo, enquanto os diversos componentes são fabricados numa série de países. 

A fragilidade de tal sistema é máxima, da mesma ordem de grandeza que a sua conectividade. Por exemplo, se um computador precisa de elementos feitos numa fábrica na China, esses elementos não estão a ser fabricados - para esse modelo - noutras paragens. Não serve de nada que uma fábrica do mesmo grupo esteja em laboração noutro sítio, pois nesse outro local os componentes fabricados são outros. Não há duplicação de competências; há, pelo contrário, especialização. É esta enorme fragilidade do Ocidente e do modelo globalista, em particular, que os chineses souberam aproveitar e testaram-na, para o caso de veleidades imperialistas de bloqueio ou de sanções.

De cada vez que há ameaça de sanções, os chineses farão como fizeram com os portos do sul da China (no Verão de 2021) e agora (em Abril de 2022) com Xangai e o seu porto, que é outra porta de saída das mercadorias «Made in China», de primeira importância.  

Compreendam o que se está a passar. Nunca aceitem como válida a explicação de «surto de COVID» para um lockdown. Isto será sempre um pretexto. O consenso científico é exatamente de que os lockdown não tiveram eficácia para conter a epidemia do vírus respiratório. A política de zero COVID dos chineses é exatamente isso mesmo, uma mera «política»: Não é uma forma realista, científica, de abordar o problema. É significativo o que se passou recentemente com um cientista muito famoso na China: Ele disse, aquando do aparecimento do Omicron, mais ou menos isto: «temos de aprender a viver com este vírus». A sua popularidade e o facto de estar contra a narrativa do PCCh, desencadearam uma violenta campanha de insultos (por ordem do PCCh) no «Weibo». Pode-se também aprender sobre o contexto histórico desta situação(*), não esquecendo que Xangai foi símbolo de rebeldia proletária e onde a linha maoista foi contestada por dentro do PCCh, enquanto foi possível.

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(*)Entrevista a Geremie Barmé

  https://supchina.com/2022/04/08/ugh-here-we-are-qa-with-geremie-barme/

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PS1: Veja onde estão situados os maiores portos de mercadorias ao nível mundial: 

https://www.statista.com/chart/23766/biggest-container-ports-by-shipping-volume/

quinta-feira, 19 de julho de 2018

GUERRAS COMERCIAIS, PODE NÃO SER BONITO... MAS TEM UMA LÓGICA!

Sim; com efeito, um país como os EUA, que nos habituou a ser (ou a apresentar-se como) o campeão do livre-comércio, está agora envolvido numa guerra comercial declarada, seja em relação ao gigante chinês, seja em relação ao seu parceiro estratégico, a UE. 
As tarifas têm um efeito inibidor quer das importações, quer das  exportações, porque as referidas tarifas sendo impostas unilateralmente, recebem no geral uma resposta simétrica. Os produtos americanos exportados para a China, são poucos e pouco diferenciados, mas no caso da soja (os EUA são o segundo fornecedor da China, a seguir ao Brasil) as tarifas - por sua vez impostas pelas autoridades  chinesas - já se fazem sentir.
No caso da UE, já estão preparadas medidas, caso sejam colocadas tarifas sobre os seus automóveis, exportados para os EUA, ou outros bens. 
Nenhuma componente do comércio mundial fica incólume face a esta guerra tarifária imposta pela administração Trump. Mas, o que é que isto significa, quer no curto prazo, quer no médio e longo? 
No curto prazo, é evidente que a população dos EUA vai pagar mais caro uma boa parte dos produtos, visto que consome muitos produtos oriundos dos mercados chinês e europeu. 
A inflação irá acelerar, sem que isso signifique maior capacidade aquisitiva das  pessoas; as estatísticas não deixam dúvidas de que os salários estagnaram. 
Nos países europeus, haverá muitas dificuldades naqueles sectores em que parte significativa da produção é exportada para os EUA. O desemprego pode crescer de novo, sem que tenha sido reabsorvido totalmente, após a crise europeia da dívida de 2011-2012. 
No médio prazo, haverá uma reorientação dos mercados. 
A China irá tentar obter cada vez mais produtos fora a esfera dos EUA e do dólar. Irá basear, ainda mais, a sua economia em acordos bilaterais, com múltiplos outros países, evitando usar o dólar. Por exemplo, as compras de petróleo à Rússia, usando o Yuan ou Rublo, o mesmo se passando em relação ao petróleo do Irão. 
Estas trocas serão modelo para outras, em que se vai generalizar, como pagamento, a nota de crédito em Yuan.
Quanto ao efeito na economia americana, sem dúvida que se assiste a uma repatriação de capitais, vindos um pouco de todo o lado, com relocalização de grandes corporações, nos EUA. 
Mas a estrutura produtiva não se improvisa e os conselheiros de Trump, com certeza sabem que a reindustrialização vai durar anos ou mesmo decénios a reverter ao nível de auto-suficiência industrial que os EUA possuíram no período das décadas de 1940-1970. 

Assim, esta mudança de ambiente internacional irá causar uma contracção do PIB mundial, uma sensível redução das trocas comerciais, um congelamento do investimento estrangeiro. Nada disto afinal será favorável aos EUA, ou a seus aliados, no seu conjunto. 
Perante tal paradoxo aparente, existe uma explicação muito clara, mas poucas pessoas têm conseguido fazer a leitura correcta: Existe uma vontade, por parte de Trump, em deitar abaixo a economia dos próprios EUA. Pode parecer estranho que ele esteja apostado nisso, porém a lógica é a de criar uma situação em que o governo dos EUA tem de novo o controlo dos mecanismos económicos e financeiros, os quais têm estado demasiado nas mãos da FED, de Wall Street, assim como da OMC, FMI, e outras organizações globalistas. 
A lógica é contrária à globalização, que tem sido o «mantra» no Ocidente ao longo de praticamente meio-século. Trump e os que o apoiam, é nacionalista, tem mostrado isso em discursos e actos, de forma suficientemente explícita para não se guardar qualquer dúvida a tal respeito. 
Os sectores económicos que o apoiam têm interesses divergentes das grandes multinacionais. O seu ataque está a criar as condições da crise vindoura. Mas é precisamente o que eles querem e precisam: Uma crise, cujo desenrolar esteja basicamente sob seu controlo, uma «demolição controlada do edifício». 
Só assim poderão ter o controlo sobre o que virá depois.

Quem subestima Trump e seu governo, está a auto-iludir-se: quer na direita, quer na esquerda, as opiniões emitidas mostram que as pessoas não compreenderam a lógica subjacente.
O que acho mais estranho é que haja essa atitude de denegação, apesar de Trump e seus defensores mostrarem, desde o princípio, as suas intenções. Talvez as pessoas não tenham acreditado, pois estão habituadas a que, no mundo da política, os líderes não façam aquilo que prometeram? 
Creio que só assim se pode compreender o ódio de morte contra Trump e a corrente que representa por parte do establishment político e mediático, ou seja, os «guardiões» do status-quo. As guerras para provar uma fantasiosa «ingerência» russa nas eleições são o meio que esta oligarquia ameaçada tem tido para tentar travar a onda Trump. Mas creio que está a perder pé e não conseguirá o seu intento, que era obter o seu «impeachment».
As pessoas deviam acordar para a realidade e perceberem que a imagem de Trump, que lhes andam a vender, só contribui para obscurecer o seu entendimento do que determina verdadeiramente as estratégias da maior super-potência.