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sexta-feira, 7 de agosto de 2020

O QUE TERÁ REALMENTE OCORRIDO NO PORTO DE BEIRUTE?

                   
                                            Porto de Beirute sacudido por violentas explosões


                                 
                                         
                                         Vídeo sobre acontecimento (legendado em inglês)


É evidente que houve uma imprudência absurda das autoridades em autorizar que as toneladas de nitrato de amónia (matéria prima para explosivos) fossem armazenadas numa instalação do porto de Beirute. Esta incúria é - infelizmente - possível em países (incluindo Portugal) onde o Estado central é fraco, corrupto, sujeito a interesses mafiosos de toda a espécie. 
Portanto, é inegável que a armazenagem deste produto, tão perigoso, durante tanto tempo, pode ser imputada, como crime de negligência às «autoridades» libanesas. Estamos a falar de um Estado falido, que sofreu uma guerra civil, uma invasão, e que é controlado por uma variedade de grupos, do Hezbollah (aliado do Irão) aos Cristãos Maronitas, entre outros, que controlam - exactamente como máfias - certos sectores do Estado. 
Antes desta tragédia houve outra, recente. Com efeito, explodiu uma «bomba» no domínio financeiro: a bancarrota que eclodiu no final do ano passado e causou a ruína de muitos. Agora, a população martirizada, está a braços com um número de mortos de muitas centenas e vários milhares de feridos.

As pessoas que não acreditam na tese de um acidente vão apontar a dedo potências ou facções, pelos quais têm maior antipatia:
- Assim, do lado do governo de Washington, veio logo a tese absurda de que esta sabotagem seria instigada pelo Irão, apenas porque este é, na região, o inimigo nº 1 a abater. 
- Outras pessoas vêem o «dedinho» de Israel, cujos serviços secretos (Mossad) são especialistas em fazer atentados que se parecem mesmo muito com acidentes. 
O poder sionista de Israel não tem boas recordações do Líbano, da sua derrota humilhante e expulsão do Sul do Líbano, devido à milícia do Hezbollah. 
Antes de mais, se estamos a pensar que NÃO terá sido acidente, devemos perguntar «qui bono», a quem aproveita?
- É um facto que o Líbano tem estado a aproximar-se do Irão, tal como acontece com o Iraque. Com desespero, as direitas europeias e norte-americanas, vêem afastar-se este país do seu campo, anteriormente conhecido como «a Suíça do Próximo-Oriente».
- Por outro lado, tanto o Líbano, como a  Síria, estão realmente no ponto de chegada das Novas Rotas da Seda. A costa síria e libanesa é um ponto estratégico para investimento dos chineses, protegidos pela base naval russa de Tartus, na Síria. 
  
Pode ser tudo uma questão de coincidências? Eu não acredito em «coincidências», pelo menos, deste tipo...

Custa-me acreditar que, durante tantos anos (cerca de seis anos e meio, desde 2013!), nada tenha ocorrido com aquela matéria explosiva, manifestamente tão perigosa; que tenha ficado «tranquilamente» armazenada nas instalações portuárias e na cidade de Beirute. 
Embora haja negligência criminosa das «autoridades», penso -para além disso - que há algo misterioso, nesta situação: É que, se for verdade que esta matéria-prima explosiva foi estocada sem os devidos cuidados, como se explica que não tenha havido um acidente, mais cedo?  

Então, ao fim e ao cabo: foi acidente, foi sabotagem?
- Muitas pessoas dirão que nunca se saberá, ao certo, caso tenha sido um acto de sabotagem, feito por profissionais (serviços secretos?) capazes de fazer estas coisas sem deixar rasto.  

Eu acredito que a verdade vem sempre ao de cima; mas teremos de esperar mais algum tempo para saber o que esteve na origem desta tragédia. 

NOTA 1: O presidente do Líbano, Aoun, não exclui a hipótese de atentado com bomba ou outro engenho ter deflagrado as explosões.

NOTA 2: A hipocrisia «oficial» israelense desmontada por Gideon Levy. Leia aqui.

NOTA 3: Thierry Meyssan afirma que o que causou as explosões foi uma bomba israelita com características de mini-arma nuclear e que já tinha sido testada na Síria.

NOTA 4: alguns pontos do artigo seguinte de Pepe Escobar «Quem beneficia com explosão em Beirut?», também foram considerados por mim. Veja aqui.
 

NOTA 5: Philip Giraldi reforça a verosimilhança de um ataque israelita, citando no seu artigo uma ameaça recente feita no mês passado de Julho de 2020: «... the Israeli defense minister specifically threatened to destroy Lebanese infrastructure »

NOTA 6: Pepe Escobar escreve um artigo com muito sumo, dando o contexto geopolítico e civilizacional.

NOTA 7: A análise de Kim Iversen é muito perspicaz. 

sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

«BANK RUN» EM BEIRUTE... muito grave, mas não se fala nos media ocidentais!



Pierre Jovanovic volta de Beirute (Líbano), onde se passam cenas quotidianas de violência, nas agências bancárias*. Nestas, os empregados e o público engalfinham-se em lutas corpo a corpo (como se pode ver numa passagem deste vídeo) porque o governo decretou uma limitação de levantamento semanal para todos os depósitos, desactivando todas outras formas de pagamentos e transferências em cartões (Visa, Mastercard,...) e obrigando o público a fazer bichas para «pedinchar» uns 200 dólares por semana para sobreviver. 


Há uma autêntica atmosfera de revolta no ar, porque tudo resulta de um sistema bancário corrupto, de um governo corrupto, de um regime que não tem viabilidade e que se tem mantido apenas pelos discretos apoios financeiros da França, Arábia Saudita, Emiratos, etc..


Como explica este jornalista, a situação é tanto mais explosiva, que existem muitas armas nas mãos da população, que passou por 15 anos de guerra civil.


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A media ocidental está completamente comprada, pois a situação (explosiva) desenrola-se desde Outubro passado, mas não tem suscitado «interesse». Porquê este black-out informativo?
- Os poderes, certamente, não desejam que as pessoas se ponham a pensar no que poderá também acontecer na banca dos países europeus!