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quarta-feira, 18 de outubro de 2023

CENÁRIO PLAUSÍVEL PARA UMA IIIª GUERRA MUNDIAL


Albert Einstein é bem conhecido como um grande físico teórico, pai da Teoria da Relatividade. Poucas pessoas, no entanto, sabem que ele foi socialista revolucionário e pacifista*

Tenho feito uma análise frequente das relações internacionais, dos aspetos militares das mesmas, aos económicos e diplomáticos. Tenho avisado em várias ocasiões, que o Mundo tem estado a encaminhar-se (não por fatalidade, mas por loucura de certos dirigentes) para uma nova confrontação. A dinâmica dessa confrontação já se tornara patente, em múltiplos aspetos. Somente não viam esta situação, as pessoas demasiado condicionadas pela propaganda dos media (máquinas de propaganda, disfarçadas de órgãos de informação).

A propaganda já não chega - agora - para ocultar a situação. Porque estamos em grave risco de assistir ao desencadear dum confronto generalizado, como na Primeira Guerra Mundial. Nessa época, pelo jogo das alianças, a agressão contra um país, implicava declarações de guerra de todo um conjunto doutras potências. 

Assim como nesse tempo, hoje, pode acontecer que um ataque contra a Síria, por Israel (como tem havido nestes últimos dias) receba resposta. Neste caso, o Hezbollah, o Irão e, na retaguarda, a Rússia, estarão do lado sírio, assim como a população palestiniana. Os israelitas serão apoiados pelos EUA e pela OTAN, mesmo que não seja a OTAN formalmente, enquanto organização.

Temos assim o cenário deliberado, claramente provocatório, com os ataques de Israel contra os aeroportos sírios de Damasco e Alepo.

Israel procura envolver diretamente os EUA no conflito. Mas o envolvimento direto dos EUA vai atingir interesses geoestratégicos vitais da Rússia e do Irão. Será impossível, nesse caso, eles não defenderem a Síria e não se defenderem a si próprios. 

Pode parecer loucura haver um governo apostado em desencadear eventos cataclísmicos. Mas Netanyahu e a extrema-direita sionista em Israel, têm demonstrado serem capazes de tudo para se manterem no poder.

Um confronto direto entre os dois grandes blocos, significa, a termo, uma escalada ainda maior, com o risco de utilização de arma nuclear. Logo que esta seja usada por um dos lados, o outro irá desencadear um contra-ataque nuclear. Provavelmente, será o fim da civilização humana.

*Como dizia Einstein «Não sei como será exatamente a IIIª Guerra Mundial, mas a 4ª Guerra, se ela vier a acontecer, será - com certeza - combatida com paus e pedras»

PS1: A recusa de vários países árabes (Jordânia, Autoridade Palestiniana, Egipto, Arábia Saudita) em receber Biden, depois de terem tratado o Secretário de Estado Blinken (nos EUA, secretário de Estado equivale a ministro dos negócios estrangeiros) muito friamente, mostra que a diplomacia dos EUA não é tomada a sério, que falhou completamente em relação aos árabes. Estes, provavelmente irão acolher os serviços de Putin e/ou de Xi, para intermediação no conflito Israelo-Árabe. 

Os neocon nos EUA, que dominam a política externa e de defesa, empurram constantemente para políticas de confronto e provocação com outras potências rivais.

terça-feira, 13 de julho de 2021

CARTA AO MEU TIO ALBERT + POST SCRIPTUM

 

                 "A educação não é a aprendizagem dos factos, mas o treino da mente para pensar"

CARTA AO MEU TIO ALBERT


Estejas lá onde tu estiveres, pois tu sabes que «Deus não joga aos dados», 

Eu te direi que hoje* bem achei uma prova daquele teu belo e profundo pensamento.

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POST SCRIPTUM: 


Às vezes, penso que o meu primeiro (??) grande erro foi o de não me ter deixado ficar pela faculdade de Medicina, em vez de desertar para Biologia.

Provavelmente, seria hoje uma pessoa algo diferente, mas não completamente diferente; só nas aparências e na visão dos outros, «do social». Mas, isso não me importa muito. Ao fim e ao cabo, fiz o que sempre gostei.

As histórias que o meu pai contava à mesa eram um bocado chatas, mas lá me iam entrando pelos ouvidos adentro e ficavam por vezes entranhadas nas circunvoluções do cérebro, à espera de oportunidade.

Pelo que jamais alguém aprendeu com os erros alheios. Sei isto, por experiência própria e por observação direta de várias gerações.

Contrariando a frase-feita, direi que a melhor coisa que existe, não são as crianças; mas sim, as crianças que têm avós/avôs e as adoram e que elas adoram. Deste convívio, resultam os maiores dons de uma para outra geração, as histórias que contam.

Para as crianças permanecerem (e não «se tornarem» pois são todas, naturalmente) inteligentes, não lhes devem colocar smartphone, ou computador, ou consola de jogos, nas mãos. Mas, livros de histórias divertidos, adequados ou, ainda melhor, a leitura desses livros...feita com os seus avós. Enfim, coisas que façam sonhar. Sabem, a faculdade de sonhar é o que faz os humanos ser aquilo que são. 

Como preservei a capacidade de sonhar? Como preservei um certo grau de fantasia, imaginação, poesia, emoção?

 - Como são preciosas as horas em companhia de pessoas mais velhas! Desde pequenino, tenho uma enorme ternura e verdadeiro fascínio pelos idosos. Para mim, é claro o porquê disto: tive as mais encantadoras, as mais queridas avós do Mundo. Entre muitas recordações, ficam as histórias de vida delas próprias e de seus esposos, histórias reais, não fantasiadas.

O meu maior privilégio foi o de ter herdado o capital humano que herdei. Nem é genético, propriamente dito, nem é cultural, tão-pouco, pois eu podia ter vivido num ambiente culto, mas frio à minha volta. 

A pouca imaginação que tenho, a capacidade de me emocionar, a fascinação não simulada pelas diversas formas de beleza, a capacidade de compaixão pelos outros, tudo isso são traços de carácter herdados. Mas herdados de quem? Não apenas das avós; também dum conjunto de pessoas, nem sempre da família próxima ou alargada, pois inclui professores e professoras, que me deram muito mais do que as matérias que lecionaram.

Independentemente da classe, do meio social, do ambiente cultural, existe a herança simples da palavra ao ouvido, dos adultos (muitas vezes, os/as avós) para as crianças.

Esta herança indelével é um tesouro que se transporta pela vida inteira. Não importam os bens materiais, não importa o grau na hierarquia das instituições sociais: Faltando esta herança, não conseguimos nunca ser inteiramente humanos.  


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*) Relaciona-se com uma operação, uma análise e com ... doce. Lamento não poder explicar em detalhe. Mas, algumas pessoas amigas compreenderão.

segunda-feira, 8 de março de 2021

MERCADOS FINANCEIROS: O QUE NOS DIZEM, VERDADEIRAMENTE

                                


Na semana passada, assistiu-se a uma série de alterações, nos mercados de obrigações, a começar pelas «treasuries» (as obrigações a 10 anos, do Tesouro dos EUA), cujos juros subiram de 0.38 % em Março de 2020 a cerca 1.5 %. Até agora, pode-se dizer que seja um problema apenas das obrigações americanas, visto as obrigações japonesas a 10 anos terem um crescimento muito baixo dos juros e as obrigações alemãs - embora subam acentuadamente - ainda permanecem em terreno negativo (*). 


A importância do mercado obrigacionista, em particular das obrigações estatais, é que este fornece uma medida do custo do dinheiro (de emprestar dinheiro, de pedir um empréstimo, etc.). Os Estados, normalmente, são os actores institucionais mais confiáveis - salvo improvável bancarrota - pelo que as taxas de juro que oferecem, em relação aos empréstimos que contraem, são uma espécie de linha de base, que vai condicionar todo o mercado do crédito. 
Globalmente, o mercado das obrigações, ao nível mundial, é cerca de dez vezes maior que o mercado accionista. No entanto, nos noticiários de economia, as acções cotadas em bolsa são sempre apresentadas como o barómetro primário. 
Mas isto é redondamente falso, até porque muitas das subidas e descidas das bolsas são mera especulação. Nos últimos tempos são potenciadas por algoritmos, que compram e vendem centenas de vezes ao segundo, agindo assim em relação a toda a gama de acções, podendo surgir amplificações de movimentos para cima ou para baixo, inteiramente artificiais e que não correspondem a qualquer variação significativa da situação das empresas, cujas acções estão subindo ou descendo. 


No gráfico seguinte, vê-se claramente que se está a atingir um topo, no que toca às acções, nas bolsas do mundo inteiro.


                   


Estes movimentos, ditos de «compra de pânico», são - em geral - indicativos de que se está a atingir um topo. O mercado de acções tem sido accionado pela impressão monetária. Ela está a ser levada ao extremo pelos bancos centrais dos principais países ocidentais, a começar pela FED dos EUA mas, também, pelo ECB da Zona Euro; tudo em nome do «combate ao COVID», quando, na verdade, se trata de algo completamente diferente. 


De facto, na população dos países ocidentais, raros são os que possuem acções de qualquer espécie. De facto, as pessoas mais ricas - em geral - são as que possuem um portefólio significativo, com acções das bolsas mundiais. São essas pessoas que estão a ser subsidiadas, sob pretexto de «estimular a economia», com somas astronómicas, como o 1,9 trilião de dólares do recém-eleito Biden. Um comportamento semelhante passou-se e passa-se em todos os países ocidentais. 


A acumulação de dívida, mais cedo ou mais tarde, vai fazer ruir o próprio fundamento das economias. Se a dívida de um Estado equivale a 150% do PIB, isso quer dizer que toda a riqueza produzida durante um ano e meio, por esse país, teria de ser utilizada para saldar a dívida acumulada. 
Claro que nunca acontece assim, mas -pelo contrário - os Estados podem esperar saldar, a pouco e pouco, as suas dívidas, se os tempos melhorarem (uma visão muito optimista, no presente) e sobretudo, poderão reduzir a mesma, através da inflação, que faz com que o valor nominal da dívida a pagar seja o mesmo, porém o valor real em dívida desça, na mesma percentagem que a inflação: 
- Se a inflação atinge 20% ao ano, isso quer dizer que o valor do capital em dívida, ao fim do mesmo ano, vai ser 20% menos, em termos reais, embora seja nominalmente o mesmo.
A dívida dos Estados não é excepção: Se um Estado estiver a dever muito, uma inflação elevada torna mais fácil o pagamento das dívidas. Porém, nos mercados de obrigações, o que irá acontecer às dívidas/obrigações dos Estados? Os investidores vão exigir maior juro, para compensar a inflação observada, ou antecipada. Não apenas isso; verão com olhos críticos o sobre-endividamento dum Estado, exigindo portanto um juro maior para compensar o maior risco de «default», ou seja, da falha de pagamento da entidade devedora. 
Chega-se então ao ponto em que os Estados continuam a emitir dívida, mas são incapazes de o fazer sem sobrecarregar os orçamentos com excessivas verbas de juros da dívida pública. Não têm viabilidade, um Estado, uma economia, que entrem num tal processo. 
Embora o Estado possa - durante mais algum tempo - pagar as suas dívidas, os custos disso não serão sustentáveis: Não será capaz de efectuar os investimentos necessários para as suas infraestruturas; a economia perderá capacidade produtiva, de criação de riqueza, pela punção excessiva de dinheiro dos impostos para pagar os juros da dívida pública. Estas somas, se não tivessem de ser canalizadas para pagar juros, poderiam ser investidas, poderiam ser geradoras de riqueza. Entra-se numa espiral descendente. O cenário conduz à estagnação/inflação (a «estagflação»). Isto corresponde ao empobrecimento da sociedade e economia desse país. 

É neste ponto em que se encontram as economias da América do Norte e da Europa. Qualquer aumento dos juros da dívida pública, vai traduzir-se pelo agravamento da inflação, porque os agentes económicos vão ter em conta estes juros como referência, quando negoceiam, quando estabelecem os preços das mercadorias, etc. Vai haver aumento da inflação de preços ao consumidor. Por sua vez, uma inflação acrescida significa uma diminuição do poder de compra das pessoas, um empobrecimento geral e logo, a diminuição da actividade económica (no Ocidente, o PIB depende em ~ 70%, do consumo). O ciclo vicioso está plenamente instalado!
Mais vale as pessoas estarem resguardadas, neste período de destruição massiva das divisas. Note-se que o dinheiro pode «desaparecer» ou «deixar de valer» mas, a «riqueza» é outra coisa. Assim, os ricos podem estar a encher-se ainda mais, a ficar mais ricos, apesar do empobrecimento geral.
Na Alemanha de 1923, uns cem dólares USA eram suficientes para compra dum andar de luxo, em Berlim. Houve pessoas espertas que compraram, com marcos alemães, que valiam cada vez menos, imobiliário, empresas, terrenos, etc... tudo o que não era activo financeiro. À saída da crise, estavam imensamente ricas. Outras, conservaram acções, obrigações, ou «cash» e ficaram falidas, na miséria. 
Não digo que a situação se vá repetir. Porém, é de reflectir sobre ela, estudá-la. Porque o mecanismo do desencadear da inflação, através da impressão monetária, é o mesmo. 

Recorde-se a definição de loucura de Albert Einstein: «Esperar um efeito diferente duma acção repetidamente falhada, é um sinal de loucura». Se os dirigentes dos Estados mais poderosos «esperam» um desenlace diferente («desta vez vai ser diferente» dizem eles...), nós não temos de acreditar neles. Aliás, seria loucura ainda maior, acreditarmos em loucos ou aldrabões, que nos vêm «com falinhas mansas»!

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*NB: O valor de uma obrigação é tanto maior, quanto o juro é mais baixo, porque, nestas circunstâncias, se supõe que há muitos compradores para essa dívida. Sendo assim, o emissor da dívida pode oferecer um juro mais baixo e terá, no entanto, suficientes compradores da mesma. Inversamente, se os juros sobem, isso quer dizer que o emissor da dívida só consegue colocar a mesma caso ofereça um juro maior, só assim obterá investidores que lhe emprestem dinheiro, comprando as suas obrigações.

quarta-feira, 14 de março de 2018

HOMENAGEM AO HOMEM STEPHEN HAWKING

hawking

Se a ciência é algo internacional, transcultural, fora da esfera dos poderes, por um lado... também é o oposto disso mesmo, por outro. 
Os grandes vultos da ciência são reivindicados por «gregos e troianos», sobretudo quando eles deixaram de ser deste mundo.
Sendo eu muito respeitoso da ciência e admirador das mentes mais brilhantes nos seus diversos domínios, não deixo nunca de sorrir interiormente quando penso no Revolucionário Albert Einstein, no Anarquista Bertrand Russell e no Defensor da Causa Palestiniana, Stephen Hawking. 
É que o lugar deles na ciência já estava completamente firmado, já eram célebres e não diluíram as suas escolhas éticas fundamentais, que adquiriram bem cedo na juventude, ou adolescência. 
Assim, os que se servem da ciência que eles desenvolveram, que usam para a destruição e opressão das pessoas e dos povos, não estão ainda derrotados, infelizmente; porém, estão sem «argumento moral», face aqueles grandes da ciência. 

                        Foto de Pepe Escobar.
                       

Esta é minha homenagem ao Homem Stephen Hawking que, na sua complexidade, mostrou tanta sabedoria, acuidade e lucidez, também no campo das questões políticas e sociais.