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quarta-feira, 25 de outubro de 2023

NOVAS REALIDADES EM ÁFRICA

 Muitas vezes, os noticiários na Europa deixam de lado notícias relativas ao Continente Africano. Mas, o facto é que sem a África, a Europa (a ocidental, sobretudo) não seria aquilo que é. 

Com efeito, já não falando dos longos séculos de depredação e exploração colonial em África, que certas potências europeias levaram a cabo, do século XVI ao século XX, sob forma de colónias, é de notar que muitas independências africanas foram apenas nominais, ou seja, passou uma elite dos respectivos Estados recém-independentes a governar esses países, mas - na verdade - continuaram sujeitos à ex-potência colonial.  

Exemplo flagrante desta situação, é o das ex-colónias da França na África central. Elas mantiveram múltiplos laços, para além da língua francesa e doutros aspetos culturais: Estes países têm estado ligados à ex-metrópole através do sistema do «Franc CFA», que perpetuou a dependência, visto que a moeda utilizada em cada país africano era emitida pela Banque de France. Estes países não podiam realizar operações de câmbio com outras divisas diretamente, sem passar pelo Banco Central do Estado francês.

 Muitos recursos minerais e agrícolas foram extraídos, nas décadas após a era colonial, de tal maneira que os países africanos ficavam com uma parte diminuta, sendo o grosso do lucro recolhido pelas multinacionais, que exploravam e exportavam estas matérias-primas. Além do aspeto direto de rapina económica, acrescentava-se a dependência - cada vez maior - em relação à importação dos bens de consumo correntes, incluindo os alimentares, sendo as importações sistemáticas devidas ao não desenvolvimento de projetos autónomos de agricultura destinada ao consumo local, ou de indústrias que permitissem o aproveitamento dos recursos locais, agrícolas, minerais e energéticos. Este atraso provocou a dependência crónica em relação ao exterior e um défice constante na balança comercial em muitos países africanos, mesmo nos considerados «ricos». Tal défice era colmatado por empréstimos, negociados com o FMI ou Banco Mundial. Estes impunham condições: Determinado comportamento na economia, na administração pública e, em particular, na adoção de programas de privatização ou de «ajustamento estrutural», para «rentabilizar» os setores produtivos mas, na realidade, para as multinacionais vorazes se apropriarem dos mais interessantes. Assim, a dependência tem sido perpetuada, com a conivência dos vários atores, quer sejam as empresas multinacionais, os Estados ex-potências colonizadoras, as instituições financeiras multilaterais, ou os consórcios de bancos europeus e norte-americanos. 

A situação neocolonial destes países - sobretudo na África central ao Sul do Sahara, na região do Sahel - foi-se perpetuando. As condições de sobrevivência dos povos foi-se deteriorando, a desertificação progredindo. Os solos, demasiado frágeis, tornaram-se estéreis, tem havido miséria e fome nestas zonas, às quais se vieram acrescentar  guerrilhas, muitas das quais, de grupos islamistas radicais. 

Foram desencadeadas guerras civis entre várias facções das Forças Armadas,  pelo controlo do exército e do aparelho de Estado. Estes golpes são, muitas vezes, instrumentalizados por uma potência não-africana (EUA, França, Reino Unido, Rússia, China, etc.), interessada em manter ou derrubar determinada facção, para obter (ou manter) acesso a valiosos recursos minerais.

Desde 2020, houve golpes militares que derrubaram governos pró-ocidentais no Burkina Faso, Sudão, Guiné, Mali, Níger, Gabão e Chade. Estes golpes colocaram no poder governos neutrais, ou alinhados com a Rússia, ou com a China.
No mapa abaixo, retirado do artigo «The Battle for Strategic Resources in Africa Heats Up» por Nick Giambruno, pode verificar-se que os governos favoráveis à OTAN (azul escuro) são minoritários, enquanto a proporção de simpatizantes  ou membros dos «BRICS+» (cor verde) aumenta, tendo a maioria uma postura neutral (cor azul clara).


20230930-Africa-MapChart_Map.png



A luta recente no Níger, que culminou com a expulsão da França, é particularmente importante. O Níger produz urânio desde 1971, durante mais de 52 anos. Embora seja um país dos mais pobres mundialmente, tem uma indústria de urânio bem desenvolvida. O Níger, hoje, fornece 5% da produção global de urânio, sendo crucial para o abastecimento da Europa. Os especialistas estimam que 24 % do urânio consumido na Europa provém do Níger. O nuclear em França, hoje, corresponde a cerca de 70% da energia elétrica gerada, sendo 33% das necessidades francesas cobertas com urânio do Níger. Em consequência do golpe militar hostil à França e à Europa, a segurança energética destas está agora em risco. 
As alternativas não são fáceis de encontrar, pois entre o momento da decisão de abrir nova mina de urânio e o início de sua produção, medeiam cerca de dez anos.

Como os países dos BRICS tipicamente fazem acordos «win win» (= com vantagens mútuas), construindo infraestruturas necessárias ao desenvolvimento dos países-parceiros e não estão interessados em dominar, ou interferir nas políticas internas deles, muitos países africanos viraram-se para acordos com os BRICS e para fora da esfera de influência ocidental.

A agressividade dos países imperialistas e das ex-metrópoles coloniais, que formam parte substancial do chamado «Ocidente», explica-se (mas não se justifica) pela perda de influência e de acesso às matérias-primas estratégicas de África que exploraram, em exclusivo, durante o período pós-colonial.

quinta-feira, 6 de abril de 2023

A ÁFRICA ESTÁ A EMANCIPAR-SE DO JUGO NEOCOLONIAL

 A África é um continente jovem, com o número de jovens, em relação à população total, mais elevado. 

É, também, o continente mais antigo no sentido de, em África, a espécie humana ter tido o seu berço.

 Infelizmente, este continente foi dilacerado e dominado pelas potências coloniais (entre as quais Portugal, além de muitos outros países da Europa). 

O neocolonialismo foi a «esperteza» dos americanos; eles fizeram-se passar por auxiliadores das lutas anticoloniais.

 Por exemplo, em Angola, foram os EUA suportes ativos de Holden Roberto, o fundador e dirigente da FNLA. 

Esta política americana foi desenvolvida em vários países africanos para neutralizar a influência soviética. 

Mais recentemente, o poder imperial deixou cair a máscara, quando - com Obama, o primeiro presidente negro - arrasou a Líbia, transformando-a num «não-Estado», sob pretextos falsos, que Obama e Hillary bem sabiam sê-lo. 

Mas a sabedoria milenar dos povos africanos encontra agora, com a ajuda da China, uma saída para o ciclo de dominação neocolonial. 

O que se joga no continente africano é fundamental, não apenas para os africanos, como para o mundo.

Veja e oiça o vídeo seguinte:






quarta-feira, 15 de julho de 2020

DOCUMENTO REVELA CONSPIRAÇÃO NA BASE DA «PANDEMIA» E DA IMPOSIÇÃO DE VACINA CONTRA O CORONAVIRUS

President of Ghana to Speak at Africa.com Webinar on Crisis Management for  African Business Leaders - VirtualConferenceAfrica.com
Tive acesso a um extraordinário relatório que faz a conexão - oficial - entre a fundação Rockfeller, a fundação Bill & Melinda Gates e o Centro John Hopkins.

Este documento foi divulgado amplamente pelo Presidente do Ghana,  Nana Akufo-Addoo qual fez uma intervenção gravada em vídeo. Nela avisa o povo do Ghana, assim como os outros povos de África e do Mundo.
Veja o vídeo intitulado Ghana President Finally Reject & Exposes Bill Gate Deadly Vaccine For Africa e leia (ver abaixo) o comentário ao referido vídeo.

É hora das pessoas acordarem da letargia induzida pela falsa informação, constante e obsessivamente veiculada pelos media e pelos governos, em especial, no Ocidente.
A sobrecarga de pseudo-informação tem anulado a capacidade crítica das pessoas. Esta «lavagem ao cérebro» impede-as de apreender o significado de certos factos, de seleccionar aquilo que é importante, no momento em que mais necessitam.

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CONNECTION BETWEEN THE ROCKEFELLER FOUNDATION, JOHNS HOPKINS AND THE GATES FOUNDATIONS:

In these days of global pandemic we are accompanied and guided by three great protagonists. The question arises: who are these important institutions and how are they related to each other. After all, the life of humanity is now in their hands, especially the WHO and the Bill and Melinda Gates Foundation and their TRUST.

There is an interesting link between these philanthropic guardians.
The 2010 Rockefeller Foundation Lock Step document and the Johns Hopkins Event 201 predicted and experienced a pandemic. The two organizations have a long history of collaboration since 1916, when the John Hopkins School of Hygiene and Public Health was founded with funding from the Rockefeller Foundation. Since then, they have become inseparable.

The Rockefeller Foundation published a document titled Scenarios for the Future of Technology and International Development in 2010. The first scenario was called LOCK STEP and was described as follows: "A world of government control closer from top to bottom and a more authoritarian leadership, with limited innovation and a growing pushback of citizens".
This makes it possible for government leaders to take total control over their citizens as a public health measure - a process that people didn't love very much, but which is psychologically unable to resist, because it is done in the name of their protection. Thus, economies and political structures around the world emerge as a united totalitarian system, with a resentful and unruly population, but which can be effectively controlled by new technologies.
In this scenario, a viral pandemic suddenly appears that quickly infects populations around the world, destroying economies, disrupting the mobility of people and goods, and debilitating global industries and supply chains.
This is where it gets interesting now, because it deals with the connection between the Rockefeller Lock Step scenario and the Johns Hopkins Event 201. The two organizations have a long history of collaboration since 1916, when the John Hopkins School of Hygiene and Public Health was founded with funding from the Rockefeller Foundation. Since then, they have become inseparable.
This shows that the economic and political effects of a pandemic have been carefully studied at the Rockefeller Foundation at least as early as 2010. More recently, a pandemic simulation took place at Event 201, hosted by the Johns Hopkins Center for Health Security in collaboration with the World Economic Forum and the Bill and Melinda Gates Foundation. This occurred six weeks before the first reported coronavirus epidemic. Almost a stone's throw away, he followed the initial phase of the LOCK STEP scenario.
Key Rockefeller and Johns Hopkins researchers involved in the experiments in Guatemala were also behind the now infamous Tuskegee experiments, in which 600 impoverished African American sharecroppers were never informed of syphilis and received placebo rather than treatment.
Part of the story of this collaboration is not pleasant. For example, in the 1940s, 750 victims filed a billion dollar lawsuit against the Rockefeller Foundation, Johns Hopkins Hospital, Johns Hopkins University, Johns Hopkins University School of Medicine, Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health , and the Johns Hopkins Health System Corporation, claiming to have been the driving force behind human experiments in the 1940s in which vulnerable Guatemalan populations were intentionally exposed to syphilis, gonorrhea and other venereal diseases, without their informed consent. The experiments were aimed at school-age children, orphans, psychiatric hospital patients, inmates and conscripts.
Bill and Melinda Gates have now joined this team and, as already mentioned, have co-sponsored Event 201. It is logical that they join in this project. All parties involved are obsessed with shrinking the population. The Bill and Melinda Gates Foundation has granted at least $ 60 million to Johns Hopkins University's Bloomberg School of Public Health to fund the Bill and Melinda Gates Institute for Population and Reproductive Health which is located inside the Johns Hopkins Hospital in Baltimore. In their dictionary, reproductive health means drastically reducing the birth rate.
None of this shows the bad intention of these parts, but the alarm sounds (or should sound) to be cautious when these people and their organizations ask us to trust their judgment and leadership in a health experiment called vaccines, most of which have never been tested for safety and which are all loaded with toxins known to reduce fertility and shorten lifespans. Could it be a hidden way to reduce the population? Think about it.
Sources:

Rockefeller Foundation paper

quarta-feira, 17 de junho de 2020

[Manlio Dinucci] O FACEBOOK CIRCUNDA A ÁFRICA

                        
ITALIANO PORTUGUÊS

Muitas indústrias e empresas de serviços estão a falhar ou a redimensionar-se devido ao ‘lockdown’ e à crise consequente. Ao contrário, existe quem ganhou com tudo isto. O Facebook, Google (proprietário do YouTube), Microsoft, Apple e Amazon - escreve o New York Times – “estão a fazer agressivamente novas apostas, visto que a pandemia do coronavírus os tornou serviços quase essenciais”.
Todos estes “Tech Giants” (Gigantes da Tecnologia) são dos Estados Unidos. O Facebook - não mais definido como rede social, mas como “ecossistema”, do qual fazem parte o WhatsApp, Instagram e Messenger - ultrapassou os 3 biliões de utilizadores mensais. Portanto, não é de admirar que, em plena crise do coronavírus, o Facebook lance o projecto de uma das maiores redes de cabos submarinos, a 2Africa: com 37.000 km de comprimento (quase a circunferência máxima da Terra), que rodeará todo o continente africano, ligando-o a norte à Europa e a leste ao Médio Oriente.
Os países interligados serão, inicialmente, 23. Partindo da Grã-Bretanha, a rede ligará Portugal antes de iniciar o seu círculo em volta de África através do Senegal, Costa do Marfim, Gana, Nigéria, Gabão, República do Congo, República Democrática do Congo, África do Sul, Moçambique, Madagascar, Tanzânia, Quénia, Somália, Djibuti, Sudão, Egipto. Nesta última secção, a rede será ligada a Omã e à Arábia Saudita. Então, através do Mediterrâneo, chegará a Itália e daqui a França e a Espanha.
Esta rede de grande capacidade - explica o Facebook - será “o pilar de uma enorme expansão da Internet em África: as economias florescerão quando houver uma Internet amplamente acessível para as empresas. A rede permitirá que centenas de milhões de pessoas acedam a banda larga até à 5G”. Esta é, em resumo, a motivação oficial do projecto. Para pô-la em dúvida, basta um facto: na África subsariana, cerca de 600 milhões de pessoas não têm acesso à electricidade, o equivalente a mais da metade da população. Então, para que servirá a rede de banda larga?
Para ligar mais estreitamente às empresas-mãe das multinacionais, as elites africanas que representam os seus interesses nos países mais ricos em matérias-primas, enquanto aumenta o confronto com a China, que está a reforçar a sua presença económica em África. A rede também serve outros propósitos.
Há dois anos, em Maio de 2018, o Facebook estabeleceu uma parceria com o Atlantic Council (Conselho Atlântico), uma influente “organização não partidária”, com sede em Washington, que “promove a liderança e o compromisso USA no mundo, juntamente com os aliados”. O objectivo específico da parceria é garantir “o uso correto do Facebook nas eleições em todo o mundo, monitorando a desinformação e a interferência estrangeira, ajudando a educar os cidadãos e a sociedade civil”.
Qual é a honestidade do Conselho Atlântico, particularmente activo em África, pode ser deduzido da lista oficial de doadores que o financiam: Pentágono e NATO, Lockheed Martin e outras indústrias de guerra (incluindo a italiana Leonardo), ExxonMobil e outras empresas multinacionais, o Bank of America e outros grupos financeiros, as Fundações de Rockefeller e Soros.

Ø A rede, que ligará 16 países africanos a 5 aliados europeus da NATO, sob comando USA e a 2 aliados USA no Médio Oriente, poderá desempenhar um papel não só económico, mas político e estratégico.

Ø O “Laboratório de Pesquisa Digital Forense” do Conselho Atlântico, através do Facebook, poderá comunicar diariamente à comunicação mediática e aos políticos africanos quais as notícias que são “falsas” e quais as “verdadeiras”.

Ø As informações pessoais e os sistemas de rastreio do Facebook podem ser usados ​​para controlar e atingir os movimentos da oposição.

Ø A banda larga, mesmo em 5G, pode ser usada pelas forças especiais USA e por outras, nas suas operações em África.

Ao anunciar o projecto, o Facebook sublinha que África é “o continente menos ligado” e que o problema será resolvido pelos seus 37.000 km de cabos. No entanto, podem ser usados como uma versão moderna das antigas correntes coloniais.
Manlio Dinucci
il manifesto, 16 de Junho de 2020

Tradutora: Maria Luísa de Vasconcellos
Webpage: NO GUERRA NO NATO
Email: luisavasconcellos2012@gmail.com

sábado, 26 de outubro de 2019

CRIMINALIDADE: A FACE ESCONDIDA DA GLOBALIZAÇÃO



Xavier Raufer é criminólogo: esta entrevista, em francês, está centrada sobre o seu livro. 
Fala na entrevista seguinte - em especial - nos terroristas djihadistas do Estado Islâmico: https://www.youtube.com/watch?v=YE6eTOJMKB4

segunda-feira, 4 de março de 2019

BASES POR TODO O LADO, EXCEPTO NO RELATÓRIO DO PENTÁGONO


                     

 Tradução por Manuel Banet Baptista, inicialmente publicado em:

https://ogmfp.wordpress.com/2019/03/03/bases-por-todo-o-lado-excepto-no-relatorio-do-pentagono/



Por Nick Turse  TomDispatch


Num espaço de horas, depois do Presidente Trump ter anunciado a retirada das forças do EUA da Síria, o equipamento da base de al-Tanf já estava a ser inventariado para ser removido.  A mais importante base americana na Síria estaria (talvez) sendo riscada dos livros do Pentágono – só que, al-Tanf nunca esteve efectivamente nos livros do Pentágono. Inaugurada em 2015 e, até recentemente, albergando centenas de soldados dos EUA, é uma das muitas bases militares que existem algures entre a luz e a sombra, um reconhecido posto avançado que nunca fez parte do inventário oficial de bases do Pentágono.

Oficialmente, o Departamento da Defesa mantém 4.775 «locais», espalhados por todos os 50 Estados, por oito territórios dos EUA e por 45 países estrangeiros. Um total de 514 destes postos avançados estão localizados no estrangeiro, de acordo com o Catálogo mundial do Pentágono. Apenas para mencionar alguns da longa lista, estão nela incluídas as bases no Oceano Índico de Diego Garcia, de Djibouti, no Corno de África, tal como no Perú e em Portugal, nos Emiratos Árabes Unidos e no Reino Unido. Mas a versão mais actualizada do catálogo, emitida em 2018 e designada como «Relatório das Estruturas de Bases»  (BSR), não inclui a base de al-Tanf. Ou qualquer outra das bases na Síria ou no Iraque, ou outros locais onde se saiba que tais acampamentos militares existem e, ao contrário da Síria, estejam em expansão.

De acordo com David Vine, autor de “Uma Nação de Bases: Como é que as Bases Militares dos EUA no Estrangeiro Afectam a América e o Mundo,” pode haver centenas de bases semelhantes, fora dos registos oficiais, em todo o mundo. «Os locais ausentes são um reflexo da falta de transparência do sistema do que considero serem as 800 bases dos EUA fora dos 50 Estados e de Washington, D.C., que têm pontilhado o globo desde a IIª Guerra Mundial» afirma Vine, que é também membro fundador da recém criada Coalição Pelo Rearranjo e Fechamento das Bases no Estrangeiro, um grupo de analistas em assuntos militares, que atravessa o espectro ideológico e advoga a redução da «pegada global» dos militares dos EUA.

Tais bases, ausentes dos registos, estão fora deles por um motivo. O Pentágono não quer falar delas.  “Falei com o oficial de contacto com a imprensa, responsável pelo «Relatório da Estrutura das Bases» e não tem nada a acrescentar, nem ninguém com quem se possa falar mais sobre isto, neste momento” Foi o que a porta-voz do Pentágono, tenente-coronel Michelle Baldanza afirmou ao TomDispatch, quando interrogada sobre as muitas bases misteriosas do Departamento da Defesa.
“As bases não recenseadas estão imunes de escrutínio pelo público e mesmo pelo Congresso,” explicou Vine. “As bases são uma manifestação física da política estrangeira e militar dos EUA; portanto, bases fora-do-registo significa que os militares e o executivo estão a tomar decisões políticas sem debate público, frequentemente gastando milhões ou biliões de dólares e que, potencialmente, podem envolver-se em guerras e conflitos sobre os quais o nosso país não sabe nada.”


Quais São Elas?

A Coalição pelo Realinhamento e Encerramento das Bases notou que os EUA possuem cerca de 95 por cento das bases militares no estrangeiro, enquanto países como a França, a Rússia e o Reino Unido, têm cerca de 10-20 bases no estrangeiro, cada. A China possui apenas uma.
O Departamento de Defesa até se gaba de que as suas localizações incluem 164 países. Dito de outro modo, tem uma presença militar em 84 por cento das nações deste  planetaou, pelo menos, assim reivindica o Departamento de Defesa. Após TomDispatch ter pesquisado sobre tal número numa página Internet, destinada a contar a «história» do Pentágono ao público em geral, esta foi mudada rapidamente. “Apreciamos a sua diligência em ir ao fundo deste assunto,” disse a tenente-coronel Baldanza. “Graças às suas observações, actualizámos o sítio defense.gov para  ‘mais de 160.’”




O que o Pentágono ainda não definiu é o termo «local». O número 164 está mais ou menos a par com a avaliação do Departamento da Defesa das estatísticas de efectivos, que mostra pessoal colocado em 166 locais no estrangeiro, incluindo algumas nações com um número escasso de militares dos EUA e outras, como o Iraque e a Síria, em que a dimensão dos efectivos das tropas é obviamente muito maior, mesmo se não incluídas na lista ao tempo do recenseamento. (O Pentágono afirmou, recentemente, que existem cerca de 5.200 militares no Iraque e, pelo menos, 2.000 na Síria, embora este número deva agora reduzir-se significativamente.) O inventário de tropas no estrangeiro também contabiliza tropas em territórios americanos como Samoa, Puerto Rico, Ilhas Virgens, e Ilha Wake. Dúzias de soldados, segundo o Pentágono, também estão estacionados em “Akrotiri” (que, de facto, é uma aldeia na ilha grega de Santorini !) e milhares de outros estão aquartelados em locais «desconhecidos».
No seu último relatório, o número total das tropas com «localização desconhecida»,  excede 44.000.

                 Official Defense Department manpower statistics show U.S. forces deployed to the nation of "Akrotiri."

Os custos anuais com o pessoal militar dos EUA no estrangeiro, tal como manter e gerir tais bases, atinge uma estimativa de 150 biliões de dólares anuais. O custo dos postos avançados apenas, soma, aproximadamente, dois terços do total. “As bases dos EUA no estrangeiro custam cerca de 50 biliões de dólares por ano, só para as edificar e manter, o que poderia ser usado em necessidades prementes nos EUA, na educação, saúde, habitação e infraestruturas” faz notar Vine. 
Talvez o leitor não fique surpreendido por as declarações do Pentágono serem um bocado vagas, sobre onde as tropas estariam estacionadas. O novo sítio Internet do Departamento da Defesa contabiliza “4.800+ sítios de defesa” à volta do mundo. Depois de TomDispatch ter pesquisado sobre esse total e como se relaciona com a contagem oficial de 4.775 locais mencionados na listagem oficial do BSR, o sítio Internet foi mudado para “aproximadamente 4.800 sítios de defesa.”
“Obrigado por apontar a discrepância. Estamos a mudar para um novo sítio Internet, estamos a actualizar informação,” escreveu a tenente-coronel Baldanza. “Por favor refira-se ao «Base Structure Report» (BSR) que tem os últimos números.”
Num sentido literal, o «Base Structure Report» tem realmente os números mais recentes — mas a sua precisão é outro assunto. “O número de bases contabilizadas no BSR tem pouco a ver com o número efectivo de bases dos EUA fora dos Estados Unidos, diz Vine. “Muitas bases, muitas delas bem conhecidas e outras secretas, têm sido deixadas de fora da lista.”
Um exemplo notório é o da constelação de postos avançados que os EUA construíram em África. O inventário oficial da BSR apenas menciona um punhado de locais aí – na Ilha de Ascencion, tal como em Djibuti, no Egipto e no Quénia. Na realidade, no entanto, existem muitos mais locais em muitos outros países africanos.

                            East Africa Response Force soldiers during emergency response exercise, Camp Lemmonier, Djibouti. (U.S. Air Force photo by Senior Airman Peter Thompson)

Uma recente investigação pelo Intercept, baseada em documentos obtidos do «U.S. Africa Command» através da Lei de Liberdade de Informação, revelava a existência de uma rede de 34 bases, sobretudo agrupadas no Norte e Oeste deste continente, assim como no Corno de África. A «postura estratégica» da AFRICOM consiste em ter maiores postos avançados, «duradoiros», incluindo dois «locais de operações avançadas» (FOSes), 12 «locais de segurança em cooperação» (CSLs) e 20 mais austeros, conhecidos como «localizações contingentes» (CLs).
O inventário do Pentágono incluí dois locais: Ilha de Ascension e a jóia da coroa de bases de  Washington em África, o Camp Lemonnier em Djibouti, que se expandiu de 88 acres, no início dos anos 2000, até cerca de 600 acres, actualmente. O referido relatório «Base Structure Report», no entanto, omite um «local de segurança em cooperação» (CSL) no mesmo país, o Chabelley Airfield, um posto-avançado menos vistoso, a cerca de 10 Km do primeiro, que tem servido como base de drones em África e no Médio Oriente.
A listagem oficial do Pentágono também menciona uma base pela designação obscura de “NSA Bahrain-Kenya.” A AFRICOM tinha começado por descrevê-la como um grupo de armazéns construídos na década de 1980, no porto e aeroporto de Mombaça, no Quénia, mas agora aparece como «CSL» na listagem de 2018. No entanto, há uma outra base no Quénia, o Campo Simba, mencionada em 2013, num estudo interno do Pentágono sobre operações secretas com drones na Somália e no Iémen. Pelo menos duas aeronaves pilotadas de vigilância estiveram baseadas aí, na altura. Simba foi, há algum tempo, uma  instalação operada pela Marinha; agora é mantida pela Força Aérea, concretamente pelo Esquadrão Expedicionário Nº475 de Base Aérea, parte da Esquadra Aérea Expedicionária Nº435.

O pessoal dessa mesma esquadra aérea pode ser encontrado noutro posto avançado, que não está mencionado no «Base Structure Report»,  situado no lado oposto do continente. O BSR declara que não regista informação sobre locais «não EUA» e que menciona somente os que tenham pelo menos 10 acres  de tamanho e que valham pelo menos 10 milhões de dólares. Porém, a base em questão — A Base Aérea 201  em Agadez,  no Níger — tem já um custo em construções de 100 milhões de dólares, quantia que será em breve eclipsada pelo custo de funcionamento da base, de 30 milhões de dólares anuais. Quando, em 2024, o presente acordo de dez anos cessar, seus custos de construção e de funcionamento atingirão cerca de 280 milhões de dólares.

Outras bases que faltam no relatório BSR são as do vizinho Camarões, incluindo uma base de longa duração em Douala, um campo aéreo de drones na longínqua Garoua e uma instalação conhecida como Salak. Este local, segundo uma investigação de 2017 pelo Intercept, pela Forensic Architecture, e por Amnesty International, tem sido usado por pessoal dos EUA e por contratantes, para vigilância com drones e missões de treino, e pelas forças camaronesas, aliadas dos EUA, para prisões ilegais e torturas.

Segundo Vine, o facto de manterem secretas as bases africanas dos EUA tem vantagens para Washington: Protege os aliados neste continente da possível oposição pela presença de tropas dos EUA, enquanto garante que não haverá um debate a nível doméstico sobre despesas e compromissos dos militares envolvidos. “É importante para os cidadãos dos EUA saberem onde estão baseadas as suas tropas em África e em todo o mundo” disse ao TomDispatch, “porque a presença de tropas dos EUA custa biliões de dólares todos os anos e porque os EUA estão envolvidos ou potencialmente envolvidos em guerras e conflitos que poderiam ter uma escalada e ficarem fora de controlo.”


As tais Bases Ausentes

África está longe de ser a única zona em que a lista oficial do Pentágono não se coaduna com a realidade. Durante mais de duas décadas, o «Base Structure Report» ignorou as bases em toda a espécie de zonas de guerra, com intervenção de americanos.  No culminar da ocupação do Iraque, por exemplo, os EUA tinham 505 bases aí, desde postos avançados, até bases com instalações gigantescas. Nenhuma delas aparecia nas listagens oficiais do Pentágono.
No Afeganistão, os números ainda são mais elevados. Tal como foi noticiado por TomDispatch em 2012, a Força Internacional liderada pelos EUA tinha cerca de 550 bases naquele país. Se forem adicionados os postos de controlo da ISAF – pequenas bases para garantir a segurança de estradas e aldeias – à contagem das mega-bases, o número atinge o valor de 750. E se tivermos em conta as instalações estrangeiras  – incluindo as logísticas, as administrativas e as instalações de apoio – o comando conjunto da ISAF contabilizou 1.500 locais. A quantidade das que estavam ao cuidado dos americanos ficou porém misteriosamente ausente da contagem oficial do Departamento de Defesa.

                         

Existem agora muito menos instalações assim no Afeganistão – os números podem descer ainda mais nos próximos meses, na proporção da redução das tropas. Mas a existência do Campo Morehead, da Base Fenty de operações avançadas, do Aeródromo de Tarin Kowt, do campo Dahlke ocidental, do Aeródromo de Bost, tal como do Campo Shorab,  uma pequena instalação no que foi antes o local das bases gémeas conhecidas como Campo Leatherneck e Campo Bastion, são incontestáveis. No entanto, nenhuma destas jamais apareceu no «Base Structure Report».

Analogamente, embora já não existam mais de 500 bases dos EUA no Iraque, nos anos mais recentes, visto que regressaram tropas americanas a este país, alguns quartéis foram restaurados ou construídos de raiz. Estes incluem o Complexo Besmaya Range, a base de Sakheem, a  base de Um Jorais, e a base aérea Al Asad, assim como o  aeródromo de Qayyarah Ocidentaluma base situada a 40 milhas a sul de Mosul, mais conhecida por “Q-West.” De novo, não encontrareis quaisquer delas na lista oficial do Pentágono.

Nestes dias, é difícil obter informação rigorosa sobre efectivos militares nas zonas de guerra, onde estejam envolvidos americanos, assim como sobre o número de bases em cada uma delas. Como explica Vine, “Os militares dizem que mantêm os números secretos, em parte, para esconder as bases dos seus adversários. Mas, como não será difícil localizar as bases em locais como a Síria ou o Iraque, tal secretismo é destinado antes a prevenir o debate ao nível doméstico, sobre o dinheiro, o perigo e mesmo para evitar tensões diplomáticas e inquéritos internacionais.

Se o objectivo do Pentágono tem sido o de evitar o debate doméstico, tem sido alcançado ao longo dos anos, escapando às questões sobre a sua postura global ou sobre o que um colaborador regular de TomDispatch, Chalmers Johnson designava como o “Império de bases americano.”
Em meados de Outubro, TomDispatch  perguntou a Heather Babb, uma outra porta-voz do Pentagon, sobre os postos avançados no Afeganistão, no Iraque e na Síria, que estavam ausentes do relatório «Base Structure Report», assim como os que faltavam em relação às bases africanas. Entre outras questões colocadas a Babb: O Pentágono poderia dar uma simples contagem – ou uma listagem – de todos os postos avançados? Possui uma verdadeira contagem das instalações no estrangeiro, mesmo que esta não tenha sido revelada ao público – uma lista que afinal fizesse o que a «Base Structure Report» apenas alega fazer? Outubro e Novembro passaram sem resposta.
Em Dezembro, em resposta aos pedidos de informação, Babb respondeu – em linha com a política usual de manter os cidadãos americanos no escuro acerca das bases que estes pagam e sem ter em conta a dificuldade de negar a existência de postos que se estendem de Agadez no Níger a Mosul no Iraque – «Não tenho nada a acrescentar», declarou ela, «à informação e aos critérios que estão incluídos no relatório».

A decisão do Presidente Trump em retirar tropas americanas da Síria, significa que o relatório de 2019 «Base Structure Report» será provavelmente o mais preciso desde há alguns anos. Pela primeira vez, desde 2015, a contabilidade dos postos avançados do Pentágono já não omitirá a guarnição de al-Tanf (ou, de novo então, talvez o faça). Mas isso ainda deixa de fora centenas de bases, ausentes da listagem oficial. Um posto avançado terá saído, mas quem sabe quantos ainda faltam?

Nick Turse é editor da redacção de TomDispatch e colaborador de Intercept
O seu livro mais recente intitula-se “Next Time They’ll Come to Count the Dead: War and Survival in South Sudan.”(«Na próxima, vez virão para contar os mortos: guerra e sobrevivência no Sudão do Sul»).
O seu sítio Internet é NickTurse.com.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

UMA REDOMA DE «VERDADES»... QUE SÃO MENTIRAS

Esta é a media que nós temos no «livre» Ocidente. Os órgãos considerados de «esquerda» como o The Guardian (1) a perseguirem com mentiras Julian Assange, as incessantes campanhas governamentais anti-russas (2), apoiadas numa media mais que complacente, um silêncio total na media corporativa sobre os crimes (3) do falecido ex-presidente dos EUA e criminoso de guerra George H W Bush... A lista seria demasiado extensa e tornaria enfadonho este artigo. Mas os leitores podem sempre ver, por eles próprios, e pesquisar. 

Agora, queria colocar uma reflexão pessoal sobre esta situação. Eu sei que uma parte da cidadania está completamente abúlica, indiferente às consequências das políticas internacionais do seu país, principalmente se este for poderoso como os EUA, a Alemanha, o Reino Unido, a França... Outra parte, toma como suas as «verdades» fabricadas pela propaganda de Estado, que são constantemente propaladas, vilificando o «inimigo».  
O que eu queria colocar como questão é a da responsabilidade factual, não apenas moral, de uns e outros. 
Se alguém no vosso entorno se prepara para cometer um crime, se o chega a concretizar, se até o repete e perpetua, o vosso dever é claro: denunciar o crime e o criminoso e de forma a fazer tudo para que não possa continuar esse crime. 
Por que motivo se considera tolerável que em «nosso» nome (não dizem que o povo é «soberano» nas chamadas democracias?) se faça isso mesmo, crimes dos mais horrendos, crimes de guerra, constantemente? 

Penso que as pessoas que se acobardam e ficam muito caladinhas para não serem inquietadas, são desprezíveis. Mas, que dizer da postura de pessoas que têm voz activa, nomeadamente, os escribas da media que incitam ao ódio contra outras nações ou contra os seus governantes, os quais foram eleitos livremente e são apoiados pelos seus povos respectivos, conforme tem sido revelado em sondagens não suspeitas de conivência com os ditos governos? 
Note-se que no caso desses «fazedores de opinião», há uma deliberada vontade de manipulação da opinião pública. É um crime «perfeito» na medida em que eles/elas estão exercendo um «direito de opinião» e não serão inquietados pelas consequências -muitas vezes trágicas - das políticas que preconizaram.

Considero que muito do inferno em que se transformou o mundo contemporâneo se baseia da incapacidade das pessoas tomarem responsabilidade pelos seus actos. 
As pessoas, ao delegarem noutras as responsabilidades políticas máximas como, obviamente, a possibilidade de uma nação entrar numa guerra, não estão a aligeirar as suas responsabilidades, mas sim a tornarem-se coniventes com tudo o que seus líderes políticos decidiram em seu nome. 
Antigamente, a decisão de fazer a guerra era acompanhada por uma declaração de guerra, dirigida à potência inimiga. Quando os regimes se tornaram mais «democráticos», foi norma apenas haver declaração de guerra se esta fosse autorizada pelos respectivos parlamentos. 
Porém, a partir de certa altura, as guerras têm sido combatidas por «proxi», ou seja, por outros países ou forças que são treinadas, armadas, equipadas, financiadas por Estados poderosos como acontece, por exemplo, no caso dos grupos jihadistas no Médio Oriente ou em África. Igualmente, têm sido incentivadas guerras civis, como o conflito entre as repúblicas separatistas e o governo de Kiev, na Ucrânia, ou querelas de fronteiras, em inúmeros casos. 
Isto torna essas guerras muito piores e mais difíceis de serem terminadas, pois os que as promovem não estão directamente envolvidos e, portanto, não sofrem em pleno as consequências das mesmas. 
Quando directamente envolvidos, como os EUA e NATO na guerra sem fim do Afeganistão, trata-se de uma obsessão de grande potência e uma forma de manter um grande contingente nesta zona estratégica do mundo, sem a qual guerra, não haveria razões plausíveis para aí manter grandes bases e contingentes militares. 

As guerras são realmente a negação mais completa de todos os direitos humanos; a guerra em si mesma é considerada ilegítima pela ONU, considera-se que iniciar a guerra é - por si só - um crime contra a humanidade. 
Infelizmente, o direito internacional é feito em pedaços justamente pelas potências que teriam os meios e dever de o defenderem. A sua criminalidade é absolutamente evidente, à luz dos próprios tratados e princípios básicos que as mesmas potências instauraram e dizem defender. 
Se a nossa época se caracteriza por uma total dissociação entre princípios proclamados e a prática dos dirigentes, então isso deve-se a uma cidadania abúlica, ou conivente, com os responsáveis políticos. Quanto a estes, são tanto mais responsáveis, quanto mais poder tenham: um dirigente de partido político, um deputado, um membro de governo, têm maior responsabilidade que um simples cidadão. 
Mas os que apoiam activamente esses personagens, como jornalistas e «fazedores de opinião», constantemente presentes nos media, têm também uma larga responsabilidade. 
Os que se deixam embalar pelas suas mentiras e pela sua propaganda, ou que sejam completamente indiferentes, não acreditando, mas também não as denunciando, são coniventes com todos esses crimes.