domingo, 28 de julho de 2019

NEOCOLONIALISMO EUROPEU. UMA LANÇA EM ÁFRICA


                                  

ARTIGO DE OPINIÃO DE ANTÓNIO PEREIRA


Um considerável contingente militar europeu tem vindo a ser concentrado nos últimos anos no Mali. Este enorme país africano, sem saída para o mar, faz fronteira com sete países vizinhos e tem uma posição geoestratégica privilegiada no acesso ao deserto do Sahara, uma das principais rotas migratórias da África subsariana e possui também importantes jazidas de ouro e urânio. Ultimamente vieram a público notícias sobre as intenções da União Europeia de reforçar ainda mais, o seu já enorme contingente militar na região.

Os britânicos anunciaram pela voz da primeira-ministra Teresa May que vão reforçar e prolongar a sua missão no território com novos meios aéreos. Os britânicos têm apoiado, desde 2014, os franceses nas operações militares Barkhane e Aconit. A França, antiga potência colonial, mantêm desde esta altura cerca de 3000 militares estacionados em N’Djamena, a capital do vizinho Chade e importantes meios militares na sua principal base em Gao, no centro do Mali. Os alemães além de estarem presentes no Mali inauguraram recentemente uma base militar no Niger.
Aos enormes contingentes já presentes no terreno, vêm agora juntar-se ainda mais militares da Estónia, da Dinamarca, da Irlanda e até de Portugal

Aparentemente estas operações militares estão em preparação há já algum tempo. Importa recordar que a União Europeia tinha já anunciado em 2018 a intenção de gastar 10.5 milhões de euros em equipamento militar e armas nesta região, que se somam aos 50 milhões de euros anunciados em 2017.

É caso para perguntar: o que se esconde por detrás desta guerra, que se vai intensificar a curto prazo? Até porque para combater grupos terroristas não são necessários meios desta envergadura.  
  
António Pereira


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