quarta-feira, 21 de março de 2018

A HIPERINFLAÇÃO É UM RISCO DEMASIADO GRAVE PARA SER IGNORADO

- Jogar com a quantidade de papel-moeda, acentuando permanentemente os défices, até somas absurdas, que jamais poderão ser devolvidas... será este o «saber» das políticas monetárias, tanto dos bancos centrais, como dos governos? 
- Qual o limiar a partir do qual o público mais vasto deixa de ficar iludido e começa a  duvidar seriamente  da capacidade dos seus respectivos governos em honrarem as suas obrigações?
Estas obrigações não se resumem à dívida emitida sob forma de bilhetes do tesouro com várias maturidades. 
Incluem também as obrigações dos Estados em pagar quaisquer compras ou serviços prestados, por entidades nacionais ou estrangeiras. 
Acrescem as obrigações de pagamento de ordenados aos seus funcionários ou de pensões aos reformados, de subsídios e prestações sociais diversas. 
No total, a dívida verdadeira dos diversos Estados, é muito maior, na generalidade dos países «Ocidentais», do que os valores que costumam ser apontados nos noticiários económicos. 

Existe com certeza um limiar a partir do qual as pessoas perdem toda a confiança na capacidade do Estado em pagar de forma decente aquilo que deve. 
Os episódios de hiper-inflação podem ser devidos a causas diversas, mas - no essencial - resultam duma perda total da confiança das pessoas na própria moeda: Martin Armstrong dá alguns exemplos que mostram isso mesmo.

Relacionem-se os dados acima com o facto do Estado mais poderoso do planeta, com o privilégio de emitir a moeda que serve de reserva (o dólar ainda é a reserva mais importante), aumentar a sua dívida em mais de um trilião de dólares apenas em seis meses, sabendo-se que essa dívida se expande a um ritmo 36% mais rápido que o crescimento da sua economia: o que se espera?
   
Eu não compreendo que pessoas, com enorme responsabilidade nos mais diversos cargos do governo, continuem a fazer como se nada fosse. Para mim, é inconcebível que continuem a fazer todos «como se não fosse nada grave», governantes, políticos, banqueiros, industriais, etc., não apenas dos EUA, mas mesmo do mundo inteiro. Uma crise do dólar terá repercussões gravíssimas em todo o planeta. Além disso, os governos e bancos centrais de vários países têm copiado a política de impressão monetária da FED (Federal Reserve Bank), o banco central dos EUA. É um fenómeno mundial.
Infelizmente, existem numerosas razões objectivas para vaticinar que isto irá desembocar numa crise gravíssima. Somente não se sabe (nem pode saber-se) quando é que ela irá rebentar. Mas tem-se a certeza de que não existe qualquer saída «airosa» para uma tal situação mundial. 
Os muito ricos e poderosos já estão avisados de longa data, tomando discretamente as suas medidas de precaução. 
Quanto às pessoas comuns, estas são deixadas na ignorância, o que irá tornar muito mais provável que as suas economias  as suas vidas sofram em pleno as consequências da catástrofe. 

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