O Irão agiu com medida e prudência para não desencadear o alastramento da guerra no Médio-Oriente, na sua retaliação, face ao crime de guerra israelita de bombardear instalações consulares iranianas em Damasco. Mas, ao mesmo tempo, deixou uma mensagem muito clara aos sionistas e a todos os inimigos que se atrevam a agredi-lo: - O Irão tem meios para causar muito mais danos do que causou agora. Somente danificou pistas de duas bases militares aéreas israelitas, mas tem capacidade técnica para atingir outros alvos, muito mais importantes, em Israel. Não foi uma vingança, efetuarem este ataque de aviso; os iranianos colocam-se num plano de superioridade militar e moral, face aos israelitas. https://www.moonofalabama.org/2024/04/iranian-missiles-hit-israel.html#more

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

MARIN MARAIS - TOMBEAU DE MONSIEUR DE STE. COLOMBE


Escrito após a morte de seu mestre, Monsieur de Ste Colombe, o jovem Marin Marais (Paris 1656- Paris 1728) mostra a sua capacidade de extrair um máximo de expressividade da viola de gamba.

Este estilo peculiar de peças lentas e plangentes, a meu ver, anuncia uma era mais centrada no indivíduo, mais interiorizada, pois tem ressonâncias profundas na psique. A música deixa de ser apenas representação, para ser uma forma idealizada de descrever estados de alma.

A qualidade subtil desta música apenas pode ser perceptível a pessoas que conservaram intactas as «cordas» da sensibilidade, o que - infelizmente - não é o caso hoje de muitas pessoas, nesta época de hedonismo desenfreado.

Num certo sentido, aqui transparece o lado intensamente humano deste compositor, pois a sinceridade da sua lamentação pela morte de seu mestre, não pode ser posta em causa por quem ouve atentamente e mesmo que não saiba quais os códigos musicais em vigor naquela época.

O modo menor, o andamento adagio ou lento, os cromatismos, a intensidade expressiva, são «artifícios» no sentido etimológico, ou seja técnicas da arte de compor... porém, resultam muito sinceros.
A arte tem de ser veiculada dentro de uma tradição e dentro de um conjunto de códigos, para que seja entendida pelo auditor. O auditor (da época, entenda-se), estava plenamente consciente do que constitui uma peça solene, grave, cheia de elevação.
Mas as nossas sensibilidades contemporâneas podem ainda assim usufruir destes momentos de êxtase e reflexão pura, devido ao facto da arte dos sons ser capaz de penetrar nos âmbitos mais profundos do ser.

Um hipotético auditor, que nunca tenha tido contacto com música barroca e mesmo que seja ignorante da arte dos sons, captará o essencial da mensagem da peça. Tal significa que a arte dos sons recorre a «constantes antropológicas», especialmente quando atinge um cume, em termos estéticos.

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